Rio Ave 1-2 Sporting :: vitória pragmática!


Vai fazer três anos, agora em Dezembro, que o Sporting perdeu 3-0 em Vila do Conde numa noite fria e chuvosa para a Taça da Liga. Recordo-me perfeitamente, dificilmente me irei esquecer desse jogo, vivíamos um período complicado da era Godinho, tinha convencido o meu avô, responsável pelo meu Sportinguismo e com 78 anos, a ir ao jogo porque o meu filho também queria ir. Três gerações num jogo de futebol sempre ao lado do Sporting num período negro. Não mais o meu avô, até porque com a saúde não se pode brincar, foi a um jogo de futebol ao vivo e ainda, como ontem me recordou em jeito de brincadeira, perdeu o guarda chuva.

Na quinta feira passada atendo o telemóvel e era o meu avô. A tradicional chamada onde falámos do Sporting e "domingo vamos a Vila do Conde". Sempre um prazer ir ao futebol com quem me iniciou nestas lides com apenas com 5 anos de idade. E Vila do Conde que sempre fez parte do menú, sendo nós Sportinguistas do Norte, voltou ontem a receber-nos, desta vez sem o meu filho, que isto de bilhetes a 20 euros não é fácil e por isso é que estavam apenas 6.600 adeptos, quando, provavelmente, com bilhetes mais em conta certamente esgotaria. Grande apoio Sportinguista em Vila do Conde.

O Sporting, ao contrário do que aconteceu em Dezembro de 2012, venceu. A exibição? Nada convincente, apesar de ter gostado dos primeiros 15 minutos. Mas vencemos de forma justa e sem deixar margens para dúvidas. No futebol valem os 3 pontos, são as vitórias que nos motivam a acreditar nos nossos objectivos. Claro que gostava de ver o Sporting praticar um futebol vistoso, de pressão constante, a sufocar o adversário, mas até agora apenas vi esse Sporting no primeiro jogo oficial e, como sabemos, numa prova a eliminar isso conta muito pouco.

Jorge Jesus sabe, e foi interessante que ontem tive a oportunidade de estar mais próximo do banco do Sporting, que há muito a fazer e corrigir. As constantes movimentações do técnico ao longo da linha do terreno de jogo a dar indicações, alterar posicionamentos dos jogadores, chamar por eles e avisá-los de como quer ver o jogador ora no ataque, ora na defesa, é indicativo que, para já, não há uma nota artística elevada, apenas o pragmatismo das vitórias.

Mas o espanto para mim foi ouvir no final do jogo, já cá fora, adeptos do Sporting a dizer, "ele não percebe nada disto, com ele não vamos lá". A sério? Nem sei o que dizer disto!
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Tal como em Coimbra na última jornada, o Sporting chegou ao 2-0 com relativa facilidade. Reparemos na diferença com outros tempos. O Sporting consegue marcar dois golos, um resultado que, diante de equipas mais pequenas, permite, obviamente, controlar o jogo de outra forma, mas por diferentes razões consegue passar por momentos de intranquilidade que deixam os adeptos a pensar sempre no pior.

Não é novidade para nenhum Sportinguista que o lado direito da defesa é um problema. João Pereira até ao momento não tem sido feliz, Esgaio que esteve bem em Coimbra, ontem defendeu muito mal. Tal como Jefferson, completamente irreconhecível. O Sporting voltou a encontrar uma equipa com jogadores rápidos que semeou o pânico na sua defesa. Já o tinha acontecido na Rússia e ontem em Vila do Conde, Yazalde, Ukra e na segunda parte Kayembe, colocaram a nú as fragilidades defensivas expondo a infantilidade no golo sofrido.

O reflexo disso foram 20 minutos na segunda parte de stress e fantasmas do passado. Mas não passou disso. Verdade seja dita, o Sporting respondeu ao golo do Rio Ave com 4 situações claras de golo que só por ingenuidade não marcou. Já o disse e, para nossa infelicidade, se o João Mário marcasse metade das oportunidades flagrantes que tem, era, provavelmente, o nosso melhor marcador.

Vencemos, volto a repetir, não convencemos a nível exibicional e será certamente isso que Jorge Jeseus quererá melhorar nos próximos tempos. Este período que vamos entrar, de Outubro a Dezembro é dos mais importantes para o que o Sporting quererá da época 15/16. Do meu ponto de vista pessoal, pelo que tenho visto, era perfeitamente possível chegar a esta altura com 12 pontos. Veja-se a diferença, estamos a ser exigentes, e é isto que queremos, com o Sporting, nivelar por cima e não andar a lamentar pontos perdidos. Não foi, contudo, possível atingir essa perfeição, no entanto, preferirei sempre o resultado, a vitória, a moralismos que, no final de contas nos deixam longe das metas que um clube como o Sporting pretende atingir!

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