Bruno de Carvalho ao Expresso: o contrato com a NOS, Sporting TV, Doyen, VMOCs e outros assuntos


A entrevista de Bruno de Carvalho ao Expresso na véspera do clássico terá, na minha opinião, passado um pouco despercebida e há alguns pontos importantes que foram ditos que merecem a nossa atenção, até porque é o primeiro momento onde se sabe um pouco mais sobre o contrato da NOS com o Sporting além do que foi comunicado à CMVM.

Valor do contrato Sporting/NOS
"O nosso acordo é de €515 milhões, é um negócio tripartido, com a NOS e a PPTV. E o valor resulta de contas simples: os ativos, os custos desses ativos e o resultado líquido de agora até final do contrato. Sporting fez o negócio dele: o maior negócio de sempre do futebol português. "

O que engloba o contrato Sporting/NOS
Não entrou em pormenores para além daqueles que podem ser explicados ao abrigo da confidencialidade do contrato, "o Sporting vendeu a publicidade de primeira linha e na camisola, direitos televisivos e a exclusividade do seu canal a partir de 1 de julho de 2017."

Sporting TV
Ficamos a saber que o nosso canal será um exclusivo da NOS a partir de 1 de julho 2017, pois, "Qualquer presidente gostaria de estar em todas as plataformas de Portugal e do mundo inteiro. Só que, depois, há a realidade do negócio."

Destino do dinheiro do contrato

"Este dinheiro é cash. Agora, vamos esperar para ver os relatórios e contas dos outros, para se perceber qual a real diferença entre os contratos. O dinheiro vai estar todo disponível para o Sporting, não vai para bancos ou comissões, que também são custos associados às receitas. O Sporting não está obrigado a destinar verbas para os bancos por causa deste contrato..."

Relativamente às comissões, que tanto se falou em tempos sobre este tipo de contratos, diz que a NOS não exigiu nada disso, para a banca muito menos, mas houve um outro caso que a negociação exigia comissão, não sendo totalmente claro fica no ar que foi na negociação com a MEO e que aconteceu também no caso do Porto.

O Sporting processa tudo
"Nós já cumprimos vários contratos hediondos. Mas não eram nulos ou anuláveis. Eram só péssimos negócios. Mas depois há casos mais falados. A Somague, por exemplo, veio fazer exigências de última hora, que contrariavam o próprio concurso; o que é que o Sporting podia fazer quando, depois, de aceitarem, vieram pedir coisas que não estavam previstas na adjudicação?"

E depois avança para algo que até ao momento ainda não se tinha falado. Quando chegou à presidência do clube, havia 21 milhões de euros considerados contigências nas reestruturação financeira mas que "Eram assuntos que estavam a decorrer, em tribunal ou ainda não, e que não seriam cobertos pela reestruturação. O Sporting teria de arranjar verbas pelos seus meios para os pagar. Dessas contingências de €21 milhões, até agora, sem custo nenhum para o Sporting, já foram resolvidos €19 milhões.

Isto significa que o Sporting pela primeira vez está a dar lucro, está a pagar as suas dívidas aos bancos, está a amortizar capital em dívida e consegue ainda resolver €21 milhões de problemas herdados."

A Liga, Pedro Proença e os Pequenos nestes contratos
"O Sporting era a favor da centralização, ponto. Fomos os primeiros a falar nisto. Mas, a partir do momento em que um dos clubes [Benfica] que faz parte da presidência da Liga e que assina um business plan em que estava escrita a centralização, depois avança para outro lado e fura o acordo... o Sporting tinha de ir para o mercado."

"Pedro (Proença) errou e muoto" referindo-se que uma das partes puxou-lhe o tapete, ainda assim ele afirmou que seria um bom negócio. "Não podemos agradar a gregos e troianos. No futebol, não dá. Quando alguém quebra um compromisso tem de ser avisado."

VMOC

"O Sporting tem até 2026 para ter o dinheiro suficiente para manter a maioria da SAD. Sempre assumimos que essa é a vontade desta administração. Porque acreditamos que é importante manter essa posição."

Desilusão se não for campeão
"Tendo em conta a onda verde que se criou, a alegria que se vê nos olhos dos sportinguistas, a fé e a crença que se sente, estaria a ser hipócrita se não dissesse que seria uma grande desilusão."

Pequenos nos direitos televisivos
“A resposta mais simples é que estes novos contratos podem agudizar esse fosso. Mas a resposta mais honesta é que isto já está agudizado há muito tempo”

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