Cigarros electrónicos em destaque na AG da Liga

foto: Ricardo Jr.

Num país que realmente estivesse preocupado com o futebol, com a urgência de reformular a arbitragem e, quem sabe, de a elevar para patamares mais dignos, a alteração ao texto do artigo 136 A do Regulamento Disciplinar poderia ser entendida de forma natural.

Esqueçamos tudo. Por momento, tomemos o lugar de Pedro Guerra e não nos lembremos de mais nada do que se passou para trás. Adicionar ao regulamento algo como "uso de expressões ou gestos ameaçadores ou indignos" e lá dentro ser mencionado o seguinte "cigarros electrónicos, e expelir fumo ou quaisquer outras substâncias, tais como saliva, na direcção de dirigentes, jogadores ou quaisquer outros agentes desportivos", seria normal.

Acontece que no futebol português tudo é paradigmático. Tudo é feito no sentido inverso e já voltámos ao cigarro electrónico.

Veja-se o vídeo árbitro. Fomos pioneiros e vamos avançar com a sua utilização na próxima época. Notável. Ajuda, claramente, a evitar que algumas decisões prejudiquem, sem necessidade, os clubes e dêem algum sossego aos árbitros. Quem foram os que logo se levantaram com queixas e dúvidas, chegando mesmo ao treinador?

E já agora o que foi ontem aprovado pelos clubes?

"Sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 100 UC e o máximo de 300 UC "aos clubes que contribuam determinantemente para impedir a correta implementação, funcionamento ou utilização do vídeo-árbitro num jogo"

Isto faz sentido?

Voltando às baforadas. Obviamente há duas coisas que se salientam logo quando falamos na proibição do cigarro electrónico que ontem foi aprovado na AG da Liga.

Primeiro, medida apresentada à ultima hora pelo Benfica com votos a favor do Arouca (clube envolvido no episódio), Vitória FC (ainda choram pelo Gauld e Geraldes) e Famalicão pela mão de João Tomás. Acho que não é preciso dizer mais nada.

Segundo, foram 36 abstenções nesta medida em particular. Vou repetir, 36 abstenções, o que mostra que além do ridículo na forma como aprovada, ficamos sem perceber a razão que leva estes clubes a debater um assunto desta natureza se depois, praticamente, não se interessam pela temática.

Obviamente, tenho de concordar com Bruno Mascarenhas, esta alteração ao artigo não visa nenhuma preocupação com os agentes do jogo, é, apenas e só, uma provação ao Presidente do Sporting!

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