Só Paulo Sérgio podia assumir!


Paulo Sérgio assumiu as culpas da derrota na estreia em Paços de Ferreira. Quero acreditar que o tenho feito, não pela razão de ficar bem dizê-lo e servir como medida de defesa dos seus jogadores, tão ao estilo de Mourinho, mas porque realmente a culpa será sempre em primeiro lugar dele. E porquê?

Foi escolhido para treinador principal do Sporting cedo. Com tempo e recursos necessários para construir uma equipa superior à do ano passado. Lembre-mo-nos que a do ano passado foi um desastre completo. De certeza que foi visionar os vídeos da época de Paulo Bento/Carvalhal, que lê as críticas, que percebe de futebol e portanto percebe as lacunas.

No dia em que saiu a convocatória para o jogo na Mata Real foi logo de estranhar porque razão não foi convocado Torsiglieri. O Sporting sabe desde há vários anos que o eixo da defesa tem sido um problema que ano após ano teima em ser resolvido. Polga mantém um estatuto invejável, deve ser do título de "campeão do mundo", as outras posições vão rodando consoante o que vai aparecendo em sorte. Torsiglieri foi contratado para preencher uma lacuna. Foi contratado, penso eu, com a aprovação do treinador, para ser titular ou pelo menos para lutar por essa posição. Por acaso, Nuno André Coelho, uma contratação tardia e que foi incluída no negócio do maçã podre, parece disposto a encaixar no perfil de um jogador que há muito procuramos. Agora é só esperar que Paulo Sérgio não seja adepto, só, da picanha!

Que todos nós sabíamos da preponderância de Pedro Mendes, é inquestionável. O médio defensivo funciona como um pêndulo nesta equipa. Bate as horas certinhas como um relógio suíço. A lesão além de criar um problema porque era preciso arranjar alguém que o substituísse, baralhou as ideias a Paulo Sérgio que não foi capaz de acreditar em pelo menos 2 médios defensivos que tinha ao seu dispor, André Santos e Zapater. Ao invés, a preferência recaiu sobre Carriço, defesa central desde que é sénior no Sporting, para cobrir a deficiência que tinha sido aberta pela lesão de Pedro Mendes. Foi moralizador para os outros jogadores perceber essa movimentação!

No ataque a história ganha contorno "dantescos". Paulo Sérgio colocou a "carne toda no assador", mas quando se esperava um bife do lombo tenrinho e suculento, qual quê, saíram-nos aparas para cães que tão duras que foram, ainda nos deixaram com mais fome. Foram 6 os jogadores de vocação ofensiva que estiveram na Mata Real e jogaram: Valdés, Vukcevic, Yannick, Postiga, Saleiro e Liedson. E agora pergunto eu, acreditamos que com estes pontas de lanças ou médios ofensivos conseguimos criar uma máquina ofensiva digna de um clube que se pretende a lutar pelo título? Ah, e ainda falta o Pongolle(!). Liedson, o único que tem margem pelo muito que nos deu nos últimos anos, atravessa um período conturbado no Sporting e palpita-me que estaremos perante a sua última época e possivelmente em queda de performance, e depois, sabendo que era uma lacuna do plantel, não fomos capazes de contratar alguém que nos desse esperança. Alguém que fosse, por exemplo, o golpe de asa (frase retirada do Cacifo do Paulinho). E mais um vez pergunto, o que fez Paulo Sérgio para suprimir a lacuna. Ficou à espera de ver o que Costinha lhe arranjava? Está à espera de Corradi e companhias, jogadores velhos e que marcam tantos golos como eu sentado no meu sofá de casa?

Hoje, um diário desportivo afirmava que Paulo Sérgio deparava-se com os mesmo problemas de Bento e Carvalhal. Sinceramente houve tempo para não cair em erros dos passado.

Convém não esquecer que os resultados desportivos serão sempre em primeira instância da responsabilidade do treinador. Claro que Costinha, pela prepotência e preponderância que assume na gestão do plantel, não se livrará das críticas, mas quem vai dar a cara diariamente, que vai confrontar-se com flahs interviews e com adeptos, veja-se em Paços de Ferreira onde já foi bastante assobiado, é o treinador Leonino. É ele a face visível da performance da equipa. Houve tempo mais que suficiente para que os primeiros jogos oficiais, Nordsjaelland e Paços de Ferreira, tivessem outro desfecho. O tempo não pára e na próxima 5ª feira há já um pequeno teste de fogo. Contra o Brondby, e se é pretensão do Sporting qualificar-se para a fase de grupos da Liga Europa, uma vitória folgada exige-se, se não pretendermos sofrer como ainda recentemente aconteceu em Alvalade contra outros dinamarqueses.

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