Wolfswinkel, equipa base e a F1
















Wolfswinkel foi considerado o melhor jogador do mês de Setembro pelo Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol. Raramente ligo muito a estes prémios, mas em relação ao nosso ponta de lança holandês fico contente porque foi um jogador que carregou um "fardo" que poderia prejudicar-lhe a época. E ainda mal tínhamos começado o campeonato!

Chegou como um ponta de lança caro, pelos 5,4 milhões de euros pagos, que poucos conheciam e com um nome complicado propício para desleixos linguísticos, e rapidamente sem quase jogar foi relegado para a 3ª escolha de Domingos. Um flop já tinha sido proferida a sentença de morte.

Marcou o golo mais importante do Sporting esta época. No momento certo apareceu na Mata Real para nos lançar para uma série de 6 jogos a vencer, onde contribuiu da melhor forma, mostrando porque Postiga nunca poderia ser a nossa primeira opção e porque Rubio ainda tem algum caminho para trilhar. Mas o momento mais importante desta viragem foi o jogo em Aveiro, onde curiosamente a equipa não jogou nada de especial mas percebeu-se que este jogador poderia ser importante a vir buscar jogo atrás, a colocar-se no sítio certo para marcar os golos que precisamos, a recuperar bolas e o seu posicionamento só teria de ser acompanhado por extremos. Verdadeiros extremos!

Voltando ao Sporting, este jogo de Guimarães mostrou que o nosso clube, e mais concretamente o treinador, já apresenta um 11 base tão importante para a estabilidade que precisamos para a equipa. Nos últimos 2 jogos apenas foi alterado um jogador e tudo leva a crer que apenas será necessário por mais 4 encontros até conseguirmos passar à fase seguinte da Liga Europa.

Esta equipa base que se começou a desenhar nas última semanas, começa a ser do agrado dos adeptos Leoninos. Já ninguém é capaz de questionar Patrício, João Pereira, Insúa, Onyewu, Rinaudo, Schaars, Elias, Capel ou Wolfswinkel. E ainda há para complementar Carrillo, Jeffrén, Izmailov, Matías ou Rubio. O que sobrou da época passada? 2 jogadores e uma grande explicação para os resultados das últimos anos. Conseguindo a equipa manter-se ligada aos lugares cimeiros, continuando a encurtar distâncias para os adversários do costume e ainda teremos Janeiro, a reabertura do mercado, como um momento para ajustes crucial para o que possa ser o resto da época.

Não quer dizer com isto que haja euforia ou qualquer sensação que iremos ser campeões e que isso está no papo. Continuo com a ideia que na colocação dos candidatos em fila indiana para a conquista do título máximo nacional continuamos na 3ª posição. Mas entendo que o melhor exemplo para o momento do Sporting é fazer um paralelismo com a fórmula 1. 

Nesta competição a pole position é sempre importante, reflecte o que de bom se fez nos treinos (a época passada e respectiva construção do plantel no futebol) sempre uma boa posição para garantir uma vitória no final da corrida. O mercado de inverno é como se fosse o final da primeira curva, aquele momento onde queremos chegar em primeiro lugar para liderar e colocar a pressão nos adversários para que o resto da corrida seja menos pressionante. Olhar para trás e controlar. 

O Porto e Benfica partem na primeira grelha da qualificação, são os mais sérios candidatos à vitória final com equipas bastante mais sólidas fruto do trabalho de outros anos, e nós estamos ali logo atrás, à espera de um deslize, no "cone de ar" preparados para a qualquer momento poder ultrapassar um e o outro, quem sabe. Mas, também há que considerar sempre que as coisas poderão correr de forma inesperada, e apesar do "carro" estar mais afinado pode não estar ao nível dos adversários e portanto aqueles metros finais não serão suficientes para chegar em primeiro, mas no final haverá reconhecimento do trabalho efectuado. 

A única imponderável é que na fórmula 1 os comissários de pista não decidem títulos, e no futebol há o equivalente com preponderância capital!

Comentários

Rui Moreira disse…
Concordo com o paralelismo, mas parece-me mais que a primeira curva foi o arranque do campeonato, que não nos correu bem, agora estamos a ganhar lugares e a colar-nos aos da frente. Janeiro pode ser a paragem nas boxes para troca de pneus e reabastecimento, onde muitas corridas se decidem... Mas como os dois primeiros andam muito pegados pode haver pequenas saídas de pista que nós, como já estamos a colar, podemos sempre aproveitar, passando já para a frente. Se assim for, tanto melhor

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