Duarte Gomes foge dos jogos errados

"Duarte Gomes foge dos jogos errados
Por
Zé Diogo Quintela

SAIU no Correio da Manhã. Em Junho, enquanto arbitrava a final da Taça CIF (um torneio de futebol realizado no Clube Internacional de Futebol, em Lisboa) Duarte Gomes abandonou o jogo a meio, depois de jogadores de uma das equipas terem protestado contra a arbitragem. Amuou, disse não estar para «aturar amadores» e fugiu. (Que é, normalmente, o que faz quem acabou de ser apanhado a surripiar). Tenho pena que não se tenha também pisgado a meio do Porto–Sporting da semana passada. Continuava a ser uma atitude cobardola — que condiz com quem empurra um treinador de guarda-redes porque sabe que se ele responder e bater num árbitro nunca mais pode trabalhar no futebol — mas servia melhor o jogo.

Pelos vistos, há certas coisas que Duarte Gomes tolera a profissionais, mas que não «atura» a amadores. Não surpreende. Já se tinha percebido que era um árbitro com dualidade de critérios. Ao Sporting amarela umas coisas, ao Porto deixa passar. Com amadores faz birra, com profissionais porta-se como um homenzinho, sem amuar. Tolera a profissionais, não atura a amadores. E o Sporting, quando se trata de arbitragens, é um amador no meio de profissionais.

Vale a pena recordar como tudo começou. Na época passada, o árbitro Duarte Gomes empurrou um treinador do Sporting. Depois disso, a entidade federativa que julgou o caso castigou o treinador e ilibou o árbitro. O Sporting recorreu. Entretanto, Vítor Pereira nomeia o árbitro para o Porto–Sporting. O Porto é beneficiado. Finalmente, dirigentes do Sporting protestam e são castigados, tendo de pagar multas.

Portanto, o Sporting acaba por gastar dinheiro com árbitros, mas é prejudicado nas arbitragens. Há qualquer coisa aqui que não bate certo. Acho que não é bem assim que as coisas se costumam passar. Talvez da próxima vez que o nosso presidente se sentar ao lado do presidente do Porto lhe possa pedir conselhos.

Há um ano o Paulo Bento disse que devíamos fazer os árbitros sentirem-se mal vindos. Está visto que não funciona. O que funciona é recebê-los com cortesia e oferecer-lhes um cafezinho.

Há, claramente, uma maneira certa e outra errada de tratar dos assuntos da arbitragem. Nós, sportinguistas, não temos o talento para as distinguir. Não admira que o Vítor Pereira seja do Sporting.

Antes do jogo com o AEK de Atenas, Jorge Jesus disse que ia ser um desafio equilibrado, difícil para o Benfica. Achava que não ia acontecer uma goleada como as que o Benfica tem tido no campeonato português. Mas os adeptos benfiquistas não acreditaram e continuaram à espera de ganhar por muitos. E não de perder por poucos, como acabou por acontecer. Temo pela popularidade de Jorge Jesus, se no início da época os adeptos já não acreditam nele."

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