Quem é Nélio Lucas? A face visível da Doyen!


O Expresso continua a lançar mais informações sobre os negócios do futebol desde que faz parte do consórcio EIC com acesso a 19 milhões de documentos do Football Leaks. Aproveito para recomendar a assinatura digital para ter acesso a um conjunto de textos muito bons!

Um dia depois do Sporting ter sido condenando a pagar à Doyen, vejamos quem é Nélio Lucas, o CEO da Doyen Sports.

A misteriosa Doyen que lucra 300% com o Sporting

Pense num negócio com margens de lucro superiores a 500%. Não haverá muitas atividades com esses níveis de rentabilidade. Mas há um negócio, que move paixões, onde semelhantes margens estão a ser conseguidas. É o futebol, que faz vibrar milhões de fãs. Nos bastidores, há centenas de atores pagos a peso de ouro. Se o nome Kondogbia não lhe diz nada, talvez também não saiba o que é a Doyen. Seja bem-vindo à história de um dos fundos mais influentes na história recente do futebol europeu, que só num negócio com o Sporting teve uma margem de lucro de 300%. Mas já lá iremos.

Geoffrey Kondogbia é um futebolista francês de 23 anos contratado pelo Sevilha em 2012 por €3 milhões. O dinheiro veio de uma empresa que nascera um ano antes, a Doyen Sports Investments (Doyen), como mostra a investigação Football Leaks, coordenada pela rede EIC-European Investigative Collaborations, a partir de documentos obtidos pela revista alemã “Der Spiegel”. A Doyen ficou com 50% dos direitos económicos de Kondogbia. Para ter os restantes 50%, o Sevilha prometeu pagar à Doyen €1,65 milhões, mais prestações de €150 mil ao ano até que o jogador fosse vendido a outro clube. Na prática, o Sevilha obteve um empréstimo de €1,5 milhões, com juros de 10% ao ano. Sim, 10%.

Este seria um modelo de negócio que se repetiria em várias transações, oferecendo aos clubes sem liquidez uma alternativa ao tradicional, mas cada vez mais fechado, financiamento bancário. A Doyen cobrava aos clubes um juro de referência de 10% para lhes emprestar dinheiro. Dinheiro esse que era avançado pelos acionistas da Doyen a uma taxa indicativa de 4,5%. Com este diferencial de juros a empresa fazia uma parte dos seus ganhos. Era como um banco exclusivo para clubes de futebol.

O contrato com o Sevilha foi um dos primeiros. No pior dos cenários, se outro clube não adquirisse os direitos de Kondogbia até 2015, a Doyen receberia do Sevilha €3,45 milhões. Mas não foi isso que aconteceu. Em agosto de 2013, Kondogbia foi contratado pelo Mónaco, que pagou €20 milhões, o valor da cláusula de rescisão. A empresa, que tinha 50% dos direitos, encaixou €10 milhões. O que deu um lucro de €8,5 milhões em apenas um ano: uma rentabilidade do capital investido de 567%, antes de descontadas as comissões. O agente de Kondogbia, Jonathan Maarek, assegurou à rede EIC que a Doyen “nunca teve qualquer influência nas escolhas desportivas” sobre o atleta.

Em junho de 2014, a Doyen transferiu €1,3 milhões a uma empresa sua parceira, a Denos Limited, instalada no paraíso fiscal de Ras Al Khaimah, nos Emirados Árabes Unidos. A verba é justificada, nos documentos que o Expresso consultou, por serviços de consultoria prestados pela Denos nas transferências dos futebolistas Kondogbia, Falcao e Miguel de las Cuevas. A Doyen não respondeu às questões colocadas pela rede EIC sobre os negócios com Kondogbia.

A Doyen (que tem sede em Malta e escritório em Londres) e a Denos (que opera no Dubai) partilham uma história comum: a de que nas milionárias transferências de jogadores de futebol os intermediários fazem-se pagar bem e muitas vezes trabalham em rede, recorrendo a paraísos fiscais e a estruturas que permitem ocultar o rasto do dinheiro.

A Doyen é liderada pelo português Nélio Lucas. A Denos faz muitos dos seus negócios por intermédio de Amadeu Paixão, outro agente português que explora com Nélio Lucas a empresa britânica Principal Sports Management, que por seu turno presta serviços à Doyen. Amadeu, de 64 anos, é um dos mais experientes intermediários portugueses. Nélio, aos 36 anos, é um dos mais ambiciosos empresários do futebol europeu.

E agora veja como um dos maiores negócios de sempre do Sporting se transformou, paradoxalmente, num dos seus piores pesadelos. Falamos de Marcos Rojo... que renderá à Doyen €12 milhões. Mais juros.

O caso Rojo

Em julho de 2012, o Sporting contratou o futebolista argentino Marcos Rojo ao Spartak de Moscovo, oferecendo ao clube russo €4 milhões. Desse valor, €3 milhões foram financiados pela Doyen, que ficou com 75% dos direitos económicos do jogador. Além disso, o fundo financiou €1,5 milhões para a contratação do marroquino Zakaria Labyad, e um empréstimo de curto prazo de €1,57 milhões (mais €175 mil em juros).


No negócio com o Sporting a Doyen salvaguardou-se: por um lado, o fundo garantia que, qualquer que fosse o futuro de Rojo, receberia pelo menos €4,2 milhões pelos seus 75%; por outro lado, estipulava-se que se algum outro clube oferecesse pelo menos €8 milhões por Rojo, o Sporting deveria aceitar ou, não o fazendo, compensar o fundo. Um contrato tirado a papel químico do de Kondogbia: se terceiros oferecessem o dobro do investimento feito pela Doyen, qualquer que fosse a vontade do clube, a empresa de Nélio Lucas podia obrigar o clube a devolver-lhe o capital investido e, em cima disso, um retorno de 100%.

Os negócios de Nélio foram feitos com um Sporting em situação de emergência financeira. A direção de Luís Godinho Lopes já tinha alienado uma parte dos direitos económicos dos jogadores do clube ao BES e ao BCP. Pouco antes de sair do clube, em 2013, Godinho Lopes mandatou o agente Amadeu Paixão para vender o avançado Ricky van Wolfswinkel (cujos direitos eram detidos em partes iguais pelo Sporting e pelo fundo irlandês Quality Football). Os ingleses do Norwich ofereceram €10 milhões. A comissão de intermediação foi fixada em €500 mil, cuja faturação Amadeu Paixão deixou a cargo da Denos. Mas o Sporting só pagou metade, considerando que o resto devia ser pago pela Quality Football. E a Denos processou o Sporting no Tribunal Arbitral do Desporto na Suíça.

Mais tarde veio um novo processo. Em agosto de 2014, o Sporting vendeu os direitos de Marcos Rojo ao Manchester United por €20 milhões. Descontando €4 milhões para o antigo clube de Rojo (Spartak), caberia à Doyen €12 milhões (o que dava um lucro de €9 milhões, ou 300%, em apenas dois anos). Só que o Sporting decidiu rescindir o contrato e apenas restituir ao fundo os €3 milhões investidos em 2013. Mais tarde a FIFA abriria uma investigação sobre este caso.

A Doyen processou o clube na Suíça e um acórdão de dezembro de 2015 deu razão à empresa, condenando o Sporting a pagar €12 milhões. O Sporting recorreu para o Supremo Tribunal da Suíça, argumentando que a sentença obriga os leões a pagar “juros usurários” e “valida contratos que violam direitos fundamentais dos jogadores”, lê-se no último relatório e contas do clube. Esta quinta-feira, o Sporting informou que o Supremo confirmou a sentença de primeira instância, condenando o clube a pagar €12 milhões mais juros.

O conflito ilustra os dilemas da indústria do futebol. Para quem defende os fundos, como Nélio Lucas, há dois grandes argumentos. Por um lado, o financiamento ajuda os clubes menos abastados a contratar jogadores melhores. Por outro lado, quando um fundo lucra com a valorização do investimento feito num jogador, também o clube sai a ganhar com a sua transferência. “Os clubes ricos são cada vez mais ricos, por isso a competição é cada vez mais injusta e desvirtuada”, lembrou Nélio Lucas numa conferência em Madrid no ano passado. A outra face da moeda é que quanto maior o peso dos fundos, menor é a autonomia dos clubes na gestão do seu futuro. No final de 2014, a FIFA pôs em marcha um plano para acabar com este modelo de financiamento (“third party ownership”, ou TPO), banindo-o a partir de maio de 2015.

O fim do mundo?

A proibição de novos TPO fez soar os alarmes. Várias empresas estavam focadas no negócio de investir no passe de um futebolista e num par de anos embolsar o dobro ou o triplo. Mas os gestores destes fundos rapidamente pensaram noutras formas de ganhar dinheiro, como o investimento direto nos clubes (e não nos jogadores) ou negócios de titularização de direitos televisivos e direitos de imagem (em que um fundo adianta ao clube o dinheiro desses contratos, com um juro associado). Mas é ainda cedo para decretar o fim do mundo para os fundos que investem no futebol. No caso da Doyen, a empresa tem interesses económicos em vários atletas em Portugal. No Benfica, detém 50% dos direitos económicos do jogador Ola John, fruto de um acordo de dezembro de 2012. Em agosto desse ano, o Benfica tinha adquirido os direitos ao clube holandês Twente por €9,15 milhões. Em dezembro, a Doyen comprou ao Benfica metade do passe por €4,6 milhões. Mas garantiu que, qualquer que fosse o futuro de Ola John, o Benfica teria de lhe entregar pelo menos €5,95 milhões. O valor ainda está por pagar.

Este é, tanto quanto sabemos, o único contrato ativo da Doyen com o Benfica. Mais a Norte a empresa tem tido resultados interessantes. No Futebol Clube do Porto (FCP) o fundo de Nélio Lucas teve em 2014 um dos seus melhores negócios: uma rentabilidade superior a 300% no investimento feito no futebolista Mangala. Em dezembro de 2011, a Doyen tinha adquirido 33% dos direitos do atleta francês por €2,6 milhões, quando Mangala chegou ao FCP. Em julho de 2014, o FCP vendeu os direitos do futebolista ao Manchester City por €30,5 milhões. Negociando separadamente com o clube inglês, a Doyen encaixou quase €11 milhões. Por seu turno, o agente Jorge Mendes, como intermediário, ganhou €4,2 milhões. A FIFA pediu esclarecimentos ao FCP, admitindo que o facto de a Doyen negociar a sua posição com o Manchester City indiciava que o fundo podia condicionar a venda do jogador (contra os regulamentos da instituição). No campeonato inglês os clubes têm de deter 100% dos direitos dos atletas. Logo, se a Doyen não aceitasse vender a sua parte, o FCP não conseguiria transferir Mangala para Manchester. Mas o negócio fez-se.

Outros jogadores do FCP em que a Doyen adquiriu direitos económicos foram Steven Defour, Radamel Falcao, Brahimi e Sérgio Oliveira. Em todos eles os contratos foram feitos de modo que a Doyen tivesse sempre lucro, independentemente de o clube conseguir ou não valorizar os futebolistas. Na aquisição pelo FCP do francês Imbula, por €20 milhões (a mais cara contratação de sempre dos dragões), chegou a especular-se que a Doyen teria financiado metade desse valor, mas o FCP assegurou à FIFA ser detentor da totalidade dos direitos do atleta.

Nélio Lucas teve distintos negócios com os dragões: em 2014 a Vela Management (por ele administrada) ganhou uma comissão de €840 mil na transferência de Otamendi para o Valência, tendo ainda firmado com o clube um contrato de prospeção de talentos por €300 mil. Ora, foi através desta mesma Vela que a empresa Energy Soccer, de Alexandre Pinto da Costa, faturou €700 mil pela transferência de Casemiro do Porto para o Real Madrid. A Energy Soccer é um dos parceiros privilegiados da Doyen em Portugal. Em fevereiro de 2015, o FCP obteve um empréstimo de €3 milhões do Banco Carregosa parcialmente garantido pela Doyen.

O grupo Doyen assume-se como “um dos principais atores da indústria de entretenimento desportivo”. A empresa não divulga no seu site os resultados financeiros que obtém. Mas as informações obtidas na investigação Football Leaks indiciam que a Doyen já terá investido mais de uma centena de milhões de euros no futebol e marketing desportivo. O Twente, na Holanda, e o Atlético Madrid, em Espanha, além dos clubes portugueses, foram alguns dos alvos da máquina de fazer dinheiro liderada por Nélio Lucas e financiada pela família Arif. Quem? Explicamos-lhe já de seguida. *European Investigative Collaborations

Nélio, o superagente improvável

Quem é o português à frente da Doyen que em dez anos “passou de contar tostões para contar milhões”?

Em março de 2000, Nélio Lucas foi caçado a conduzir sem carta e pagou uma multa de €319. Em novembro de 2000, passou um cheque sem cobertura e pagou uma multa de €600. A 29 de novembro de 2000, passou outro cheque sem cobertura e pagou uma multa de €720. Em 2002, cometeu um delito fiscal, foi julgado pelo mesmo em 2005 — e pagou uma multa de €1190 em maio de 2007. Em agosto de 2015, dez anos e €2929 depois, assinou um contrato para comprar um iate no valor de €3,2 milhões através de uma empresa de Malta.

Em pouco mais de uma década, Nélio Lucas saiu da Aldeia da Mata para a ilha de Malta, e para as offshores, e hoje é o CEO do fundo mais global e diversificado a operar no futebol: a Doyen Sports Investment. É uma história invulgar que nos traz à cabeça o ideal e o ideário do american dream, o sonho americano à portuguesa de um rapaz obviamente inteligente, mas pobre, filho de dois pequenos agricultores de um lugar de Condeixa-a-Nova, que partiu para os EUA à procura de uma vida melhor. Este é o seu perfil, feito através do cruzamento de artigos de jornais com fontes próximas e com a análise aos documentos do Football Leaks — e revela o percurso improvável deste agente.

O caminho

Coimbra, Aveiro, Cape Canaveral, na Florida, Beverly Hills, em Los Angeles, Madrid e Londres. Nélio Lucas esteve em todo o lado e conheceu toda a gente; ou, pelo menos, diz ter estado em todo o lado e conhecido toda a gente, gente importante como Mariah Carey ou Bruce Springsteen, do qual foi road manager na Creative Artists Agency — revelou-o ao “Libération”, numa rara entrevista em que ele conta aventuras do seu passado. Uma delas é esta: Nélio garante ter feito um teste de QI cujos bons resultados o levaram a trocar a família e a Mata por uma família de acolhimento na Florida; não foi possível confirmar esta informação. Outra: Nélio diz ter estudado comunicação, marketing e política internacional na Universidade da Califórnia (UCLA), em LA; contactada pelo Expresso, a instituição assegura não ter nos “seus registos” nenhum “aluno com o nome de Nélio Lucas” ou “Nélio Freire Lucas”, de seu nome completo.

Vamos aos factos comprovados: aos 18 anos, em 1997, abriu uma empresa chamada 100% Produções Arte & Espectáculo para organizar festas e outras variedades, e, depois, a L.D. World Football Management, com a qual inaugurou o novo estádio do Beira-Mar, em 2003. Aveiro ter-lhe-á ficado na cabeça, porque foi lá que apareceu outra vez como representante da britânica Stellar Group, de Jonathan Barnett, um agente que dividia a meias um negócio com Pini Zahavi, o superagente original. A ideia era simples: colocar jogadores ingleses no Beira-Mar. Correu mal para o clube, que desceu de divisão, mas bem para Nélio, que começou a colaborar com Zahavi na Soccer Investments & Representation (SIR). Em Londres.

“Durante nove anos”, disse Nélio ao “Libération”, “trabalhámos juntos. Ele tinha contactos em Inglaterra, eu no resto do mundo; eu encontrava os jogadores que ele procurava e fechava o negócio”. Ganhava 450 mil euros por ano, mais 10% por cada contratação. Pelo meio, Nélio também fez uma perninha como “técnico em gestão de casting de atores”, e há um vídeo a correr na internet em que este é entrevistado a propósito disto mesmo.

As offshores

Em 2010, Nélio decidiu separar-se de Zahavi, e, em 2011, esteve na origem do aparecimento do fundo Doyen Sports Investments, o braço ‘desportivo’ da Doyen. Nélio conhecera o filho do dono do grupo, Refik Ari, nos EUA, tornaram-se íntimos e quando o fundo quis diversificar a sua atividade o português foi chamado para dar a cara. Segundo conta um amigo, terá sido a própria Doyen a pagar “um milhão de euros a Zahavi” para a rescisão do contrato. Nélio juntou-se a Amadeu Paixão, um misterioso português radicado em Inglaterra, e a Juan Manuel López e Mariano Aguilar, ex-jogadores do Atlético de Madrid dos tempos de Paulo Futre.

Os quatro fundaram a Assets 4 Sports, em Espanha, pela qual receberiam os pagamentos da Doyen Sports Investment. Nélio, Amadeu, López e Aguilar trabalhariam numa espécie de regime freelance para o fundo. Em 2011, a Assets 4 faturou 150 mil euros e 75 mil euros em 2012; em 2013 a Assets 4 foi extinguida quando Nélio e a sua entourage optaram por sociedades offshore: a Vela, a Principal Sports Management, a Wood Gibbins & Partners Limited, a Denos, a Rixos a PMCI, um complexo esquema de empresas em paraísos fiscais pelas quais passaram a ser feitos os pagamentos relativos às comissões mas também aos custos do ofício, como viagens ou estadias.

Foi através da Wood Gibbins & Partners Limited que Nélio assinou contrato para comprar o tal iate de 3,2 milhões de euros, por exemplo; sobre a Vela, detida a 50% por Nélio e outros 50% por Aguilar, o Football Leaks demonstra que cada um deles recebe 450 mil euros anuais e 10% de comissão sobre os jogadores transacionados. Foi igualmente pela Vela que Nélio pagou a festa do seu 35º aniversário, em Londres, que custou €162 mil, com uma lista de convidados a fazer lembrar uma gala da FIFA. Basicamente, constavam lá todos os que são alguém.

Um salto quântico. Em menos de dez anos, Nélio Lucas passou a viajar em jatos privados, a frequentar as festas mais exclusivas nos lugares menos inclusivos, a dar-se com Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, ou Adriano Galliani, CEO do AC Milan, a ter lugar nos camarotes do Barcelona, Benfica, FC Porto, Real Madrid, na O2 Arena, a almoçar nos melhores restaurantes com os melhores diretores desportivos e a dar bacalhaus aos melhores futebolistas do mundo. E, segundo Nélio ao “Libération”, a servir como um facilitador de negócios expedito, dando conselhos aqui e acolá pelos quais também cobra — ou tenta cobrar.

Em Portugal, este benfiquista dos sete costados amigou-se com Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente Pinto da Costa, com o qual intermediou o negócio de Imbula, do Marselha para o Dragão. Ambos são vistos em jantares na zona de Matosinhos, nos quais Nélio, que tem um fraco por mocassins de pele de crocodilo e por relógios caros, come habitualmente bacalhau ou polvo sem tocar numa gota de álcool. Ele gosta da ostentação. Recentemente, num colóquio internacional sobre fundos e futebol, Nélio foi convidado para ser um dos oradores principais e interveio via videoconferência diretamente de uma piscina. Um conhecido de longa data resume-o: “Deixou de contar tostões para contar milhões.”

Este é Nélio Lucas, o mais curioso e ambíguo dos superagentes. E é português.

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