Política desportiva e as legislativas

Não costumo misturar a política com o futebol, principalmente para não entrar em divergências com os que lêem o blogue. No entanto, li hoje na A Bola um artigo do Sportinguista Ernesto Ferreira da Silva, que teve o trabalho de ler os programas dos partidos políticos e lançar algumas ideias sobre o que por lá se passa. Não é uma influência para nada, apenas uma visão da política sobre o desporto em geral e o futebol em particular, relativamente ao que consta nos programa políticos para as próximas Legislativas. Vale o que vale, pareceu-me oportuno o momento em que foi escrito:

CDS - programa eleitoral mais longo com 222 páginas, não contempla uma única linha ao desporto, ligeiras referências às actividades náuticas e ao desporto escolar nas áreas da política do mar e da educação;

BE - programa de 113 páginas, 18 linhas dedicadas ao tema Educação e Desporto. Único que fala do futebol profissional e nos seguintes termos "as actuais teorizações dominantes e incontestadas reduzem o desporto ao combate de gladiadores profissionais e que existe uma dicotomia acentuada entre o Desporto Escolar...que é considerado irrelevante em termos mediáticos, e a alta competição, como a...a Liga Profissional de futebol". Alguma intolerância em relação à alta competição e ao desporto profissional;

PCP - programa eleitoral de 52 páginas, apresenta um texto de 20 linhas com "uma nova política para o desporto", não deixando de falar que o Estado tornou-se o organizador publicitário dos grandes eventos. Tem algumas críticas ao novo regime das federações desportivas e ao Conselho Nacional do Desporto;

PSD - programa mais curto, 39 páginas, com o desporto a ocupar metade da página 36 em 21 linhas. Críticas ao "excesso de centralismo" e à actual "política desportiva de desenvolvimento dirigido" do PS. Fala de reforço internacional, de contexto estratégico de médio/longo prazo e termina com "um programa de desenvolvimento de uma rede infra-estruturas desportivas de base e especializadas, em articulação com as autarquias locais e o associativismo desportivo".

PS - programa eleitoral de 130 páginas, é o que dedica mais espaço ao desporto. Começa por "manter a estratégia de desenvolvimento do desporto...promovendo a generalização da prática desportiva", passa pelo "fomento da actividade desportiva infanto-juvenil", as "lutas contra as práticas irregulares na competição" até "à garantia de transparência e verdade na gestão desportiva". E depois passa por temas como políticas Educativas e Sociais em articulação com o Ambiente, Território e as Cidades, Desporto de Alto Rendimento, Desenvolvimento do Desporto em conjunto com o Turismo e o financiamento do sistema desportivo e à partilha de competências entre a Administração Pública e o Movimento Associativo.