Eu adoro o Verde!
Eu compreendo que um Adepto Leonino deteste o Benfica. A sério que compreendo, tal como o contrário. Então se estivermos perante adeptos da mesma cidade, com a rivalidade latente, é compreensível que assim o seja. Mas não compreendo quando apenas estamos preocupados com os outros, principalmente quando se dá a entender que até pode ser por inveja.
Estou para aqui com esta cantilena a propósito do texto de hoje de Eduardo Barroso na A Bola. Já o referi por muitas vezes, o Sporting na comunicação social escrita e falada está muito mal representada. As opiniões que se dão é para agradar apenas os adeptos do nosso clube. Não se tira "sumo" de uma texto ou um discurso, não se aproveita uma ideia e mesmo estando tão mal classificado no campeonato com o título a milhas, parece que temos a melhor equipa do mundo. (Claro que somos Sempre os melhores do mundo)
Isso não faz de nós melhores ou piores Sportinguistas. Podem haver tão bons Sportinguistas como eu, melhores é que não. E não é por andar a falar constantemente no Benfica que vou melhorar a prestação do meu clube.
O Sporting é um dos maiores clubes Portugueses, respeitado pelo Mundo fora. Não é qualquer um que nos atinge com a sua escrita diária, venha de onde ela vier, e não é um ano menos bom que mancha a nossa reputação. O Sporting constrói-se forte com os Adeptos unidos e empenhados na renovação de ideais. E como? A pensar única e exclusivamente em nós.
Se devemos troçar com os nosso rivais? Obviamente que sim. Nos locais próprios, nos momentos acertados, em condições favoráveis. Faz parte do futebol a rivalidade que se vive entre Adeptos. Mas a cegueira não pode nunca ser tal, que ficamos órfãos de pensamentos e ideologias que, em minha humilde opinião, estão ultrapassadas.
Eu era incapaz de dizer que nunca trocaria um jogador do Sporting por um do Porto ou Benfica, se isso melhorasse a minha equipa. Compreendo que com alguns símbolos isso seja mais complicado. Por exemplo, o João Pinto. Mas neste caso até foi um jogador "expulso" do seu clube.
O Sporting está num momento único da sua vida mais recente. Alterou a sua direcção, treinador, há jogadores que estão com a guia de marcha já passada, batemos de tal forma no fundo, que tudo que possa ser feito e bem feito, só poderá trazer bons resultados. E há uma ténue mudança que deve ser aproveitada.
Está na altura de nos unirmos e pensarmos em nós. No Sporting. Eu também detesto o sangue, mas o que eu adoro é o Verde. É de esperança? Com toda a certeza. Com outra mentalidade!
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Estou para aqui com esta cantilena a propósito do texto de hoje de Eduardo Barroso na A Bola. Já o referi por muitas vezes, o Sporting na comunicação social escrita e falada está muito mal representada. As opiniões que se dão é para agradar apenas os adeptos do nosso clube. Não se tira "sumo" de uma texto ou um discurso, não se aproveita uma ideia e mesmo estando tão mal classificado no campeonato com o título a milhas, parece que temos a melhor equipa do mundo. (Claro que somos Sempre os melhores do mundo)
Isso não faz de nós melhores ou piores Sportinguistas. Podem haver tão bons Sportinguistas como eu, melhores é que não. E não é por andar a falar constantemente no Benfica que vou melhorar a prestação do meu clube.
O Sporting é um dos maiores clubes Portugueses, respeitado pelo Mundo fora. Não é qualquer um que nos atinge com a sua escrita diária, venha de onde ela vier, e não é um ano menos bom que mancha a nossa reputação. O Sporting constrói-se forte com os Adeptos unidos e empenhados na renovação de ideais. E como? A pensar única e exclusivamente em nós.
Se devemos troçar com os nosso rivais? Obviamente que sim. Nos locais próprios, nos momentos acertados, em condições favoráveis. Faz parte do futebol a rivalidade que se vive entre Adeptos. Mas a cegueira não pode nunca ser tal, que ficamos órfãos de pensamentos e ideologias que, em minha humilde opinião, estão ultrapassadas.
Eu era incapaz de dizer que nunca trocaria um jogador do Sporting por um do Porto ou Benfica, se isso melhorasse a minha equipa. Compreendo que com alguns símbolos isso seja mais complicado. Por exemplo, o João Pinto. Mas neste caso até foi um jogador "expulso" do seu clube.
O Sporting está num momento único da sua vida mais recente. Alterou a sua direcção, treinador, há jogadores que estão com a guia de marcha já passada, batemos de tal forma no fundo, que tudo que possa ser feito e bem feito, só poderá trazer bons resultados. E há uma ténue mudança que deve ser aproveitada.
Está na altura de nos unirmos e pensarmos em nós. No Sporting. Eu também detesto o sangue, mas o que eu adoro é o Verde. É de esperança? Com toda a certeza. Com outra mentalidade!
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"Detesto o sangue!
Por
eduardo barroso
Tenho recebido muitas cartas e emails a criticarem-me por dar demasiada atenção ao Benfica. «Você (às vezes sou referido mais cruamente) não gosta do Benfica e está sempre a dizer mal do clube.» É verdade. Têm toda a razão. Detesto o Benfica. Detesto o encarnado. Quero que percam sempre, adoraria que não ganhassem este campeonato até porque isso representaria a quase falência. Tenho imensos amigos «de luxo» que são do Benfica. Não misturo as coisas, adoro-os como amigos, não posso prescindir da sua companhia e da sua amizade, mas detesto o clube que eles adoram. Nunca tive um problema com qualquer dos meus amigos benfiquistas. De resto, muitos deles também detestam o Sporting e eu acho isso bem. Um bom sportinguista, um genuíno sportinguista desde o berço, não gosta de vermelho. Não tenho camisas vermelhas, não uso uma gravata encarnada, e como bom cirurgião detesto sangue. A maior ambição de qualquer cirurgião é fazer uma intervenção cirúrgica sem perda de sangue. Mal um pequeno vaso sanguíneo é cortado, temos milhares de opções para o fazer estancar. Chegar ao fim de um transplante hepático e o anestesista dizer que não foi necessário transfundir o doente é o êxtase de uma equipa cirúrgica. Como não gosto nada do Benfica, acho sempre que ganharam com pouco mérito. Como detesto o clube acho sempre que os seus jogadores são medianos ou mesmo maus e não têm nenhum fora de série. Claro que para julgar alguns jogadores da equipa encarnada sou ajudado pela sua real falta de classe. Por isso penso que o Di María é um bom jogador de futsal. Que só uma imprensa parcial e com óculos vermelhos (a propósito disso costumo dizer que a diferença entre um jornalista e um cirurgião é que o jornalista gosta MESMO de sangue) acredita que algum clube do mundo vai dar 40 milhões de euros pela sua transferência. Por isso também penso que Aimar é outra reinvenção dos media. Não o trocaria pelo Matías Fernández e muito menos pelo Miguel Veloso. Javi García passou de terceira opção do Real Madrid para a titularidade no Benfica. Outra invenção da nossa imprensa que não quer ver que João Moutinho, mesmo com meio palmo menos de altura é muito melhor jogador. David Luiz é um defesa central banal e muito faltoso. Nenhuma equipa de topo a nível mundial quereria nos seus quadros um central que oferecesse duas ou três faltas perigosas por jogo. Com os nossos árbitros ele pode continuar a fazer grandes penalidades seguidas, que não sendo marcadas, disfarçam as suas limitações. Não troco Rui Patrício por nenhum dos três titulares da baliza do Benfica. E só não continuo a dizer que prefiro Liedson ao paraguaio que não é titular da selecção do Paraguai porque isso é óbvio. Carlos Carvalhal, tal como Paulo Bento, é muito melhor treinador de futebol do que Jesus. Bettencourt é um presidente que coloca Filipe Vieira na prateleira.
Para mim, os jogos que definem o maravilhoso Benfica são os que realizou em Guimarães, em Leiria, em Braga e em Alvalade. Para já não falar na vitória muito ajudada com a Naval.
O Benfica que me agrada é aquele que foi eliminado em pleno estádio da Luz por um Vitória de Guimarães que também merecia ter ganho o jogo do campeonato na sua terra. Dito isto, fica claro que para além de ser um sportinguista de alma e coração sou um anti-benfiquista militante.
Os meus amigos, os meus grandes amigos benfiquistas aceitam-me como sou. Um adepto da não violência, incapaz de agredir seja quem for, reconhecendo a minha total incapacidade de ser imparcial e muito menos racional.
Detestar o Benfica faz parte da minha condição de apaixonado do Sporting. Nunca vou mudar. A minha enfermeira chefe de unidade de transplantes é uma benfiquista convicta. Três dos mais importantes cirurgiões do meu serviço são benfiquistas de gema. A maioria dos meus doentes são adeptos dos maiores rivais do meu clube. Todos sabem o que penso dos clubes que eles adoram. Também eles não gostam do Sporting o que eu acho não só legítimo, como absolutamente natural.
Eu também gosto muito deles. Só não gosto do vermelho. Detesto, mas detesto mesmo, visceralmente, o sangue que não consigo dominar. Trocar o Polga pelo Luisão? O Daniel Carriço pelo David Luiz? O Abel pelo Maxi Pereira? O César Peixoto pelo Caneira? O Saviola pelo Izmailov? Nem pensar!
Sou assim. Nunca irei mudar. Os benfiquistas que me perdoem.
Deixem-me em paz!"
Por
eduardo barroso
Tenho recebido muitas cartas e emails a criticarem-me por dar demasiada atenção ao Benfica. «Você (às vezes sou referido mais cruamente) não gosta do Benfica e está sempre a dizer mal do clube.» É verdade. Têm toda a razão. Detesto o Benfica. Detesto o encarnado. Quero que percam sempre, adoraria que não ganhassem este campeonato até porque isso representaria a quase falência. Tenho imensos amigos «de luxo» que são do Benfica. Não misturo as coisas, adoro-os como amigos, não posso prescindir da sua companhia e da sua amizade, mas detesto o clube que eles adoram. Nunca tive um problema com qualquer dos meus amigos benfiquistas. De resto, muitos deles também detestam o Sporting e eu acho isso bem. Um bom sportinguista, um genuíno sportinguista desde o berço, não gosta de vermelho. Não tenho camisas vermelhas, não uso uma gravata encarnada, e como bom cirurgião detesto sangue. A maior ambição de qualquer cirurgião é fazer uma intervenção cirúrgica sem perda de sangue. Mal um pequeno vaso sanguíneo é cortado, temos milhares de opções para o fazer estancar. Chegar ao fim de um transplante hepático e o anestesista dizer que não foi necessário transfundir o doente é o êxtase de uma equipa cirúrgica. Como não gosto nada do Benfica, acho sempre que ganharam com pouco mérito. Como detesto o clube acho sempre que os seus jogadores são medianos ou mesmo maus e não têm nenhum fora de série. Claro que para julgar alguns jogadores da equipa encarnada sou ajudado pela sua real falta de classe. Por isso penso que o Di María é um bom jogador de futsal. Que só uma imprensa parcial e com óculos vermelhos (a propósito disso costumo dizer que a diferença entre um jornalista e um cirurgião é que o jornalista gosta MESMO de sangue) acredita que algum clube do mundo vai dar 40 milhões de euros pela sua transferência. Por isso também penso que Aimar é outra reinvenção dos media. Não o trocaria pelo Matías Fernández e muito menos pelo Miguel Veloso. Javi García passou de terceira opção do Real Madrid para a titularidade no Benfica. Outra invenção da nossa imprensa que não quer ver que João Moutinho, mesmo com meio palmo menos de altura é muito melhor jogador. David Luiz é um defesa central banal e muito faltoso. Nenhuma equipa de topo a nível mundial quereria nos seus quadros um central que oferecesse duas ou três faltas perigosas por jogo. Com os nossos árbitros ele pode continuar a fazer grandes penalidades seguidas, que não sendo marcadas, disfarçam as suas limitações. Não troco Rui Patrício por nenhum dos três titulares da baliza do Benfica. E só não continuo a dizer que prefiro Liedson ao paraguaio que não é titular da selecção do Paraguai porque isso é óbvio. Carlos Carvalhal, tal como Paulo Bento, é muito melhor treinador de futebol do que Jesus. Bettencourt é um presidente que coloca Filipe Vieira na prateleira.
Para mim, os jogos que definem o maravilhoso Benfica são os que realizou em Guimarães, em Leiria, em Braga e em Alvalade. Para já não falar na vitória muito ajudada com a Naval.
O Benfica que me agrada é aquele que foi eliminado em pleno estádio da Luz por um Vitória de Guimarães que também merecia ter ganho o jogo do campeonato na sua terra. Dito isto, fica claro que para além de ser um sportinguista de alma e coração sou um anti-benfiquista militante.
Os meus amigos, os meus grandes amigos benfiquistas aceitam-me como sou. Um adepto da não violência, incapaz de agredir seja quem for, reconhecendo a minha total incapacidade de ser imparcial e muito menos racional.
Detestar o Benfica faz parte da minha condição de apaixonado do Sporting. Nunca vou mudar. A minha enfermeira chefe de unidade de transplantes é uma benfiquista convicta. Três dos mais importantes cirurgiões do meu serviço são benfiquistas de gema. A maioria dos meus doentes são adeptos dos maiores rivais do meu clube. Todos sabem o que penso dos clubes que eles adoram. Também eles não gostam do Sporting o que eu acho não só legítimo, como absolutamente natural.
Eu também gosto muito deles. Só não gosto do vermelho. Detesto, mas detesto mesmo, visceralmente, o sangue que não consigo dominar. Trocar o Polga pelo Luisão? O Daniel Carriço pelo David Luiz? O Abel pelo Maxi Pereira? O César Peixoto pelo Caneira? O Saviola pelo Izmailov? Nem pensar!
Sou assim. Nunca irei mudar. Os benfiquistas que me perdoem.
Deixem-me em paz!"
Comentários
Os comentadores clubisticos tem sempre um certo nivel de parcialidade, como qualquer adepto comum. Mas este Eduardo Barroso é insuportável! Primeiro por passar grande parte de todos os programas a relembrar que é médico, que faz transplantes e que é o maior! Ou pelo menos, acha que é! Mas não quero, nem vou entrar pela qualidade e honestidade desse senhor. Depois se é normal um sportinguista detestar o sporting e vice-versa, já não é normal ser irracional. Acho que é isso que nos distingue dos dos cães ou dos leões! Subjectividades à parte, não querer ver se um clube está a jogar ou não bom futebol ou não querer ver se um jogador é ou não bom jogador passa da clubite e da rivalidade saudável e entra na estupidez!
Acho que é por aí que defino a postura desse senhor. Não é o único, mas de todos os que andam por aí se não é o pior, anda lá perto!
Excelente texto. Também li o texto do Eduardo Barroso. Não vou esconder que não vou muito à bola com ele. Nem é pelo que diz do Benfica, acho isso até divertido. Não gosto da sua fanfarronice e de outros tiques burgueses. Embora seja também verdade que é um sujeito muito elogiado, tanto profissionalmente como pessoalmente.
O que mais destaco no texto do Barroso é quão distante estou dele na relação com o futebol. Acho que o futebol é melhor vivido facciosamente. Torcendo e sofrendo por um clube. Mas, gosto demasiado de futebol para não saber (ou conseguir) apreciar os adversários. Lembro-me de ser miúdo (mais ou menos) e tremer com o Kostadinov, o Balakov, o Juskowiak ou o Domingos. É verdade que houve jogadores do Porto e do Sporting que não gostava, mas também houve do Benfica. Não concebo a ideia de achar que os meus adversários só têm jogadores medianos, de torcer que tudo de mal lhes aconteça (no campo, claro). Aliás, quando jogam pelo Sporting e pelo Porto quero, obviamente, que falhem os lances, que rematem ao lado, que falhe cortes, que cometam frangos. Mas isso não faz com que os ache maus ou não tenha prazer em vê-los jogar. Ainda ontem pensava se havia algum jogador do Sporting/Porto que tenha saído e que eu detestasse, naquele detestar em que queres que ele seja sempre suplente, que seja bidão de ouro (ou lá como se chama) e não fui capaz de me lembrar de um. Até sorri com o golo do nigga Chissoko.
Não digo que tenha que ser assim. Acho é que gostar de futebol é também entender e apreciar o jogo. E não percebo como se se pode entender e apreciar quando se tem como premissa cognitiva a ideia de que os jogadores da minha equipa são todos fabulosos e só não ganham por algum desígnio esotérico e porque o campo está inclinado; e que as equipas adversárias só ganham pela acção dos árbitros ou pelo facilitismo das equipas adversárias.
Compreendo perfeitamente que se tente sempre defender os jogadores e treinadores da nossa equipa. Eu vivo o meu clube assim. Não vou dizer que era fã do Peixoto ou do Martins antes de virem para o Benfica, mas estando cá vejo-os jogar mais e torço verdadeiramente que corra bem e defendo-os quando não corre. Agora não gosto de transformar essa emotividade com que vivo o Benfica numa visão negativa e preconceituosa com os jogadores e treinadores dos outros clube.
Sei que não estou imune. Acho mesmo que ninguém está. Mas, gosto demasiado do jogo e dos seus protagonistas para vive-lo como o Barroso.
Nota final: quanto ao que isto significa em termos de massa crítica sportinguista, partilho das preocupações (sem me preocupar, claro) do varela. O maior problema parece-me o homogeneidade e o sentido acrítico dos discursos que se recolhe dos opinion makers do Sporting. É quase um cântico alentejano. É uma pequena elite (Dias Ferreira, Oliveira e Costa, Eduardo Barroso, Ernesto Ferreira da Silva, Rogérios Alves) que "representa" o Sporting na Comunicação Social e que roda entre cargos directivos e o Conselho Leonino. Há uma falta de diversidade nos comentadores sportinguistas. Temos que ler um Joel Neto, um Daniel Oliveira ou um Diogo Quintela para encontrar uma visão diferente do Sporting, devendo ser dito que estes têm espaços muitos menos importantes que os primeiros. Portanto, mais do que as "parvoices" que o Barroso escreve n'a Bola (pelo menos são divertidas e não aborrecidas como as do Ernesto Ferreira da Silva) é o facto desse núcleo ser a quase totalidade da massa crítica no Sporting. Os "homens do presidente", seja ele qual for (desde que daquela elite).