Liedson como Yazalde
"Liedson confessa a A BOLA a felicidade que sente por ter igualado número de golos na Liga de Yazalde. Duas histórias com muito em comum. A humildade como imagem de marca
Por
NUNO RAPOSO
QUANDO Yazalde marcou o seu último golo oficial pelo Sporting, a 13 de Abril de 1975 — 3-0 frente ao Oriental —, ainda faltava dois anos e oito meses para Liedson nascer. E quase 35 anos depois desse último momento sublime do argentino, o luso-brasileiro faz história e iguala os 104 tentos que Yazalde marcou com a camisola do leão só para a Liga e está a um passo de se tornar o jogador nascido fora de território nacional com mais tentos no Campeonato .
Mas as vidas do saudoso Yazalde e de Liedson, mais do que os golos que transportaram e transportam êxtase nos estádios de Portugal e da Europa, euforia pintada a aguarela verde, têm muito mais em comum. O chirola [moeda argentina de pouco valor] e o levezinho, um nascido num humilde bairro de Buenos Aires e o outro em Cairú, Estado da Baía, no Brasil e hoje naturalizado português, têm histórias que se encontram em Alvalade mas cujas encruzilhadas, ainda que em tempos diferentes, podiam ter promovido encontro de espantar.
DESPERTAR TARDIO
Pelas ruas da capital da Argentina andou Yazalde, miúdo, a vender jornais, gelo, pescado e bananas para ajudar os pais. E só aos 16 anos ganhou coragem para experimentar os dotes futebolísticos no Racing. Vingou, chegou ao Sporting em 1971/72 e talhou páginas de ouro durante quatro épocas.
Num supermercado de Valença da Baía trabalhou Liedson quando jovem. E só aos 22 anos, depois de alguns torneios regionais amadores, se tornou profissional. A Alvalade chegou em 2003/04, já vai na sétima temporada de leão ao peito.
ÊXITOS COLECTIVOS
Grandes jogadores, grandes homens. Humildes, conta que conheceu e trabalhou com os dois [ver caixa]. E centrando as atenções no herói da actualidade, Liedson, a humildade chega aos ouvidos dos amigos que entretanto o felicitaram pelos dois golos ao Nacional. «Só fiz a minha obrigação», respondeu.
Liedson conhece a história de Yazalde. Em Alvalade muitas vezes já viu a famosa imagem de chirola, leão ao peito, camisola verde e branca vestida, bota de ouro nas mãos. E por ter igualado o argentino, está de sorriso rasgado. «Estou muito feliz por ter alcançado esta meta», conta Liedson a A BOLA. «Igualar Yazalde, um enorme jogador e uma figura histórica do Sporting, é motivo de orgulho para mim», confessa.
Mas como se tivesse espelho de humildade à frente, o levezinho logo muda o tom. «Quero marcar mais golos para ajudar o grupo a alcançar êxitos colectivos e contribuir para a felicidade dos sócios e adeptos sportinguista», palavra de Liedson, o chirola dos novos tempos."
Por
NUNO RAPOSO
QUANDO Yazalde marcou o seu último golo oficial pelo Sporting, a 13 de Abril de 1975 — 3-0 frente ao Oriental —, ainda faltava dois anos e oito meses para Liedson nascer. E quase 35 anos depois desse último momento sublime do argentino, o luso-brasileiro faz história e iguala os 104 tentos que Yazalde marcou com a camisola do leão só para a Liga e está a um passo de se tornar o jogador nascido fora de território nacional com mais tentos no Campeonato .
Mas as vidas do saudoso Yazalde e de Liedson, mais do que os golos que transportaram e transportam êxtase nos estádios de Portugal e da Europa, euforia pintada a aguarela verde, têm muito mais em comum. O chirola [moeda argentina de pouco valor] e o levezinho, um nascido num humilde bairro de Buenos Aires e o outro em Cairú, Estado da Baía, no Brasil e hoje naturalizado português, têm histórias que se encontram em Alvalade mas cujas encruzilhadas, ainda que em tempos diferentes, podiam ter promovido encontro de espantar.
DESPERTAR TARDIO
Pelas ruas da capital da Argentina andou Yazalde, miúdo, a vender jornais, gelo, pescado e bananas para ajudar os pais. E só aos 16 anos ganhou coragem para experimentar os dotes futebolísticos no Racing. Vingou, chegou ao Sporting em 1971/72 e talhou páginas de ouro durante quatro épocas.
Num supermercado de Valença da Baía trabalhou Liedson quando jovem. E só aos 22 anos, depois de alguns torneios regionais amadores, se tornou profissional. A Alvalade chegou em 2003/04, já vai na sétima temporada de leão ao peito.
ÊXITOS COLECTIVOS
Grandes jogadores, grandes homens. Humildes, conta que conheceu e trabalhou com os dois [ver caixa]. E centrando as atenções no herói da actualidade, Liedson, a humildade chega aos ouvidos dos amigos que entretanto o felicitaram pelos dois golos ao Nacional. «Só fiz a minha obrigação», respondeu.
Liedson conhece a história de Yazalde. Em Alvalade muitas vezes já viu a famosa imagem de chirola, leão ao peito, camisola verde e branca vestida, bota de ouro nas mãos. E por ter igualado o argentino, está de sorriso rasgado. «Estou muito feliz por ter alcançado esta meta», conta Liedson a A BOLA. «Igualar Yazalde, um enorme jogador e uma figura histórica do Sporting, é motivo de orgulho para mim», confessa.
Mas como se tivesse espelho de humildade à frente, o levezinho logo muda o tom. «Quero marcar mais golos para ajudar o grupo a alcançar êxitos colectivos e contribuir para a felicidade dos sócios e adeptos sportinguista», palavra de Liedson, o chirola dos novos tempos."
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