Redefinir o nosso espaço!

Nos últimos tempos tenho comprado o jornal "Record" para ver a tal imprensa que é tão dedicada ao Sporting. Sinceramente não consigo perceber onde é que isso pode acontecer. Eu acho que essa associação é feita pelas ridículas capas em que já apareceram jogadores do Sporting, como aquela mítica com o Tonel guerreiro!

Passando à frente e olhando com algum direccionamento opinativo, hoje João Querido Manha na sua coluna habitual fala sobre a intervenção colectiva de Bettencourt e a imprensa como "um ato de coragem". Sinceramente não é por aí que vou entrar, até porque não percebo onde está a coragem. Mas vou centrar-me num pequeno parágrafo que para mim é mais que válido:

"Ao mesmo tempo que era ultrapassado pelo FC Porto, o Sporting real, reciclado numa nova lógica de radicalismo inspirada nas claques italianas do início da década de 80, desenvolvia outra popularidade, desconhecida nos tempos da rivalidade direta, o antibenfiquismo como prioridade emocional e fonte de inspiração. O leão tornou-se, ele próprio, bipolar, hesitando entre as alegrias dos seus triunfos, mais raros por causa da emergência portista, e o prazer das misérias encarnadas, bem mais frequentes e duradouras."

Acho que isto marca e vinca bem a perda da caracterização do Sporting Clube de Portugal. Pelo menos eu revejo-me nesta opinião!

Comentários

Anónimo disse…
Pedro,

Pra começar pelo fim: eu nao.

Aceitar esta conversa do antibenfiquismo como "prioridade emocional e fonte de inspiraçao" do Sporting é, aparte de uma demonstraçao de ignorância, prestar um fraco serviço ao clube.

Estou farto do discurso paternalista do lampiao que apenas concebe o Sporting como servicial ao Porto e antibenfiquista e defende que o Sporting devia ser servicial, isso sim, à cruzada pela justiça desportiva promovida pelo paladino Vieira.

Isto de pensar no Sporting sempre em relaçao a algo que nao seja a sua própria história e identidade é típico dessa falsa neutralidade jornalística que no fundo escondem um desprezo profundo e primário pelo SCP.

Todo lampiao que se preze também fica contente quando o Porto e o Sporting perca (mesmo que nao o diga, sim...) e nao é por isso que temos gajos como este Querido Manha (de repente, uam referência jornalística na tuga...) a escrever que o Benfica tem como "prioridade emocional" isto ou aquilo.

Haja paciência e vontade de trabalhar no nosso. De preferência sem tomar o pequeno almoço com este pessoal.

SL,
tiago
Bancada de Leão disse…
Tiago,

não sei se percebeste mas ele não diz que é fonte de inspiração, mas sim que isso tem acontecido. Não concordo que seja ingnorância, concordo que seja uma forma de ver a situação e há que aceitá-la como opinião. Eu por exemplo concordo, tu não. E temos direito sobre isso.

Quanto ao resto, confesso que me perdi e não percebi o teu ponto de vista.

O Sporting tem de ser pensado em relação à sua história, obviamente, e também sobre o que pode fazer a mais que os outros.

SL
Anónimo disse…
claro que aceito como o opiniao, era só o que faltava. considera o que escrevi um desabafo. e quanto à ignorância sobre o clube, obviamente nao me referia a ti.

aquilo que eu percebi foi que à medida que era ultrapassado pelo Porto, começou a emergir, como traço identitário do clube (o que o gajo chama de popularidade), um "antibenfiquismo como prioridade emocional".

nao percebo a diferença que introduzes entre "ser" e "tem sido", sobretudo porque vem dum jornalista/fazedor de opiniao que tem responsabilidades na matéria.

volto a tentar resumir o meu ponto de vista: considerar o antibenfiquismo como principal característica do sportinguismo e fazê-lo, ainda por cima, com pompa de analista, é demonstrar tanto ignorância como má vontade e desprezo pelo clube.

evidentemente que o antibenfiquismo existe, daí a dizer que o Sporting tem-no como "prioridade emocional" acho abusivo mas muito normal, tendo em conta a imprensa que temos (tu próprio caracterizas o Record no principio do post, nao há nada a acrescentar).

amplificar este discurso nao acho nada positivo para o Sporting.

SL,
tiago
Caro Pedro:
Esta é a crónica típica de um benfiquista. Embora reconheça que em Lisboa, (não é o nosso caso, que mantemos a equidistância relativamente ao nossos rivais, porque sabemos que se de um lado chove, do outro lado... também), se vive excessivamente preocupado com os êxitos (veremos quais no final da época) dos burmellhos, só mesmo um benfiquista pode achar que a entrevista de JEB é um acto de coragem.

Para mim é um compêndio de tudo o que um presidente não deve dizer, um atentado contra a cultura Sportinguista.
Bancada de Leão disse…
Leão de Alvalade,

Mas repara que falaste nos resultados que eles podem vir a conseguir, e sinceramente não me parece que seja só em Lisboa, tenho visto aumentada a eterna discussão do que eles são capazes de fazer.

Sinceramente em termos jornalísticos nem sei bem os clubes dos vários intervenientes, salvo excepções por exemplo como Delgado na Bola que é a voz de Vieira, mas o que tentei retirar desta frase de Manha é que eu concordo com ela.

Quero um Sporting forte, luta para isso todos os dias, como tu, mas queremos voltar a construir a nossa identidade. Única!
Petinga disse…
O LdA tem razao.
Aquilo que nestas crónicas mais me faz rir (e mais denuncia o seu autor como benfiquista primário) é o facto de se assumir sempre que o Porto "ultrapassou" o Sporting. Meus caros, o Porto ultrapassou o Sporting, o Benfica, o Braga, o Boavista, o Guimaraes e a Académica. Neste momento, os brumelhos vivem na ilusao de que o Benfica é o maior clube de Portugal. Falso! Nao só o Porto tem mais troféus internacionais como a nível nacional é apenas uma questao de tempo.

Os adeptos do Sporting sempre foram anti-benfiquistas no seu íntimo? claro que sim, é isso que "rivalidade" quer dizer.

Agora, entre 2000 e 2002 se me conseguirem dar um exemplo de um adepto do Benfas que nao se tenha escudado no tradicional "ah, eu nao ligo ao futebol" para provavelmente na época em curso nao se calar com o "Carrega Benfica" e outras atoardas do género, eu agradecia.

Saudacoes Leoninas e bom sofrimento para o jogo que está prestes a comecar.

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