A carga policial em Alvalade!
Agora o tema quente das forças policiais que tanto tem apoquentado a comunicação social mas só para o que lhes interessa. Não vale a pena dizer o que vi e não vi, nem qual a minha opinião porque sei bem o que se passa todas as semanas nos estádios de futebol. Fica aqui o vídeo que mostra o epicentro da carga policial e também o que disse Luís Filipe Coimbra no 31 da Armada (parte desse texto está em baixo, pela relevância do mesmo).
"Do lugar onde me costumo sentar (Sector A12, Fila 17, Lugar 5) estava eu a assistir à tradicional troca de mimos entre as tribos de Al Valade e de Ben Fika (esta situada no lado oposto do estádio) quando tudo começou, ali mesmo ao meu lado.
Diz-me a minha filha de 16 anos (que também apanhou) que a cena inicial talvez tenha tido a ver com dois berberes verdes que começaram à chapada entre si. Não sei.
Só sei que em segundos e pela porta supra entraram dezenas de babuinos beduínos a bater em tudo o que mexia, sem descriminação de sexo, idade ou cor da pele.
Acossados pelos "garantes" da ordem, a desordem foi total: centenas fugiram bancada a cima. Só que lá não há saídas e eles continuavam à cacetada a torto e a direito naquela gente apinhada. Mas a seguir à compressão, seguiu-se, muito termodinamicamente falando, a descompressão: e vai daí passaram a meu lado vindos lá do alto e até voando sobre as cadeiras, muitos beduínos em conjunto com alguns berberes verdes. Dos sectores laterais em relação a este campo de batalha começaram então a chover cadeiras o que fez com que as forças da (des)ordem desaparecessem num ápice, túnel dentro. Tudo acabado? Não! Tratava-se apenas do reagrupamento das tropas. Dois minutos depois, lá sairam eles do túnel para, de surpresa, esvaziarem desta vez a bancada inteira.
Disseram-me já a caminho do metro que os de Ben Fika tinham ganho e merecidamente por dois. Dois: um segundo lugar no campeonato. E também com inteiro mérito.
Para concluir só tenho três questões:
1) ao contrário dos ventos que sopram em todas as arábias, quem terá comandado os opressores desta noite? O Kadafi?
2) e se no final dos jogos de futebol a análise anti-doping também fosse feita às forças da (des)ordem?
3) para que servem os "seguranças" à entrada dos estádios, se hoje, por todas as bancadas rebentavam bombas e voavam "verylights" de má memória?"
E ainda há uma segunda parte que pode ser lida aqui.
Comentários
De resto o texto é claro, depois da polícia comprimir os adeptos numa das partes do estádio, surge com naturalidade a descompressão. Natural.