Grande entrevista a Onyewu















Chegou e logo foi apelidado de cepo por muitos. Demorou a ser titular do Sporting, sendo que nesta altura serão poucos os que questionam a sua entrada no 11. Não é artístico a jogar, mas prático e com sentido de responsabilidade das suas funções. Uma entrevista que vale a pena ler.


"RECORD - Passados estes primeiros meses, qual é a sua impressão sobre o Sporting enquanto clube? ONYEWU - Acho que é um gigante adormecido. Esteve na sombra por causa das boas prestações de FC Porto e Benfica nos últimos anos, mas agora, com aquilo que estamos a fazer, podemos acordar este gigante. Penso que todo o país viu a qualidade que temos e a grande atitude de toda uma equipa por trás deste grande clube. Estamos satisfeitos por ver que os adeptos estão do nosso lado e vamos trabalhando para conseguir títulos.

R - Depois de um começo tão mau, esperava uma recuperação tão boa quanto a que têm protagonizado? 
O - É difícil dizer porque, no princípio, não sabíamos como é que o grupo iria adaptar-se ao facto de ter sido formado com base na chegada de 17 jogadores ao clube... Nós próprios não fazíamos ideia de como nos iríamos adaptar uns aos outros. Muita gente disse que iríamos precisar de muito tempo para o conseguir. Felizmente provámos que essa ideia estava errada e, na verdade, até ficámos um pouco surpreendidos por já nos conhecermos tão bem uns aos outros.

R - Aquele jogo de apresentação com o Valencia não correu bem a ninguém. Sobretudo a si que até saiu da equipa logo a seguir. Agora está de volta e parece um homem novo...
O - Tudo o que tenho feito foi trabalhar para recuperar. Cheguei tarde ao clube e só apanhei a ponta final da pré-temporada. Provavelmente, precisava de um pouco mais de tempo para me adaptar à equipa e ao seu estilo de jogo. No entanto, não penso que agora esteja a fazer algo diferente do que fiz nessa altura. Trabalho sempre no duro e, como já disse quando assinei pelo Sporting, quando estou em campo podem ter a certeza que faço tudo para ajudar o clube. Depois de um bom jogo ou após um mau desempenho, podem estar certos de uma coisa: estou "morto" porque dei tudo de mim durante os 90 minutos.

R - Os sportinguistas andavam preocupados porque a equipa marcava muitos golos mas também os sofria. Agora continua a marcar e sofre menos. Qual é o segredo?
O - Agora estamos muito forte defensivamente, mas o mérito é de toda a equipa. Creio que estamos tão bem devido aos métodos da equipa técnica e pela forma como nós, jogadores, encaramos os jogos. É bom quando a equipa marca, tal como é fantástico terminar um jogo sem os sofrer.

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R - O Sporting está bem em todas as competições. Já se imaginou numa fotografia a erguer um desses troféus?
O - É claro que quero uma fotografia minha a posar ao lado dos quatro troféus! Quando assinei fiz questão de dizer que o meu objetivo - e o do resto do plantel - é ganhar todas as competições em que entramos. Talvez, na realidade, possamos não o conseguir, mas podem estar seguros de que estamos a trabalhar muito forte para ter sucesso. E a prova disso é que damos o máximo em todas as competições. O nosso treinador coloca sempre em campo a melhor equipa do momento, seja em que condições for. Fechámos o grupo na Liga Europa em primeiro, estamos na perseguição a FC Porto e Benfica e também estamos bem na Taça de Portugal. A nossa responsabilidade é transportar o que fizemos bem nesta primeira metade da temporada para o que falta dela.

R - Em que é que se distingue a liga portuguesa das que já disputou?
O - Esta liga tem qualidade. Todas as equipas têm jogadores com uma técnica apreciável e os clubes de topo têm atletas de elevada qualidade. Porém, não creio que seja justo comparar os campeonatos . Estive na Bélgica mais de 6 anos e foi muito especial. Na Holanda, não estive assim tanto tempo. Em Itália foi tudo diferente... Sofri uma lesão grave e o treinador que me contratou saiu. Em Portugal... estou feliz.

R - Mais um golo importante. Tem noção de que, sem esses golos, a equipa poderia estar a 10 pontos da liderança?
O - Fico sempre contente por ajudar com golos. O meu principal objetivo é fazer com que a equipa não os sofra. Se puder ajudar marcando golos, melhor para nós. O importante é ajudar a dar solidez defensiva. E aí penso que não me tenho saído mal.

R - Aquele golo ao Rio Ave ajudou a conquistar os adeptos?
O - Penso que transmitiu aos adeptos a confiança de que eu sou mesmo perigoso quando vou ajudar o ataque. Naquele momento fiquei "maluco" por ter conseguido marcar e podem vê-lo pela forma como festejei. Esse jogo e aquele golo despoletaram uma reação boa nos adeptos. Foi aí que começou a história do Capitão América...

R - Não gosta?
O - Acho engraçado e não me importo mesmo nada porque é uma alcunha positiva. Demonstra que os adeptos têm fé em mim e eu tento retribuir em cada momento. Penso que todo o país viu a qualidade que temos e a grande atitude de toda uma equipa por trás deste grande clube O defesa americano sente-se renascido em Alvalade, confessa que já sonhou com a conquista de todas as provas e avisa que o leão voltará a rugir

RECORD - Com tantas nacionalidades distintas no plantel como é que, afinal, se entendem uns com os outros? Dentro e fora do campo...
O - [risos] É verdade! Somos tantos e vindos de sítios tão diferentes. Acredito que o mérito tem de ir todo para os dirigentes do clube, para quem nos contratou, porque o fez sabendo que, apesar de tudo, temos bastantes características em comum. No fundo, somos todos boas pessoas. Isso facilitou a nossa tarefa e nós andamos todos a aprender a falar português para que o grupo possa, aos poucos, começar a falar um só idioma..

R - O Onyewu já fala português? Ou, pelo menos, entende o que lhe dizem quando falam consigo?
O - [nova gargalhada] Já sei falar um pouco na vossa língua, mas fico sempre muito envergonhado porque ainda não está perfeito. Sou um perfeccionista e enquanto não conseguir estar por dentro a 100 por cento não vou descansar..

R - Mas já consegue entender Domingos Paciência, nos treinos e nos jogos. Ou ainda não?
O - Já percebo tudo o que me dizem nos treinos! Às vezes até finjo que não entendo nada para que eles não saibam que eu já percebo o que estão a dizer [solta uma gargalhada]. Ainda estou numa fase de aprendizagem mas acho que já me consigo "safar" mais ou menos...

R - Tem jogado ao lado do Anderson Polga no centro da defesa. O Daniel Carriço subiu para o meio-campo, mas o Alberto Rodríguez está prestes a regressar após lesão. Está preocupado com o seu lugar? 
O - Costumo dizer que temos a sorte de ter quatro defesas-centrais muito talentosos dentro do nosso plantel. Até esta fase da época, já tivemos inúmeras combinações no centro da nossa defesa. Já joguei ao lado do Carriço, do Polga e do Rodríguez, tal como eles já jogaram sem mim. E não houve grandes problemas por isso. Assim, não sei o que vai acontecer no futuro. O mais importante é continuar a trabalhar, sabendo que nem sempre podemos ser a primeira escolha do nosso treinador. É preciso respeitar as suas decisões. No fundo, temos de saber lidar com isso e nunca baixar os braços. Faz parte do jogo... 

R - Dá ideia de que o Onyewu já é um dos líderes do grupo e...?
O - [interrompendo] Por que é que diz isso? 
R - Sobretudo pela postura com que se apresenta em campo e pela forma como os seus companheiros se relacionam consigo.
O - Talvez... Quando assinei pelo Sporting, um dos meus objetivos era emprestar a minha experiência a esta equipa. Mais ainda porque sabia que iríamos formar um grupo muito jovem. Acredito que a minha imponência física possa sugerir que sou um líder, mas eu prefiro deixar isso de lado. Quero e gostava de servir como um exemplo, mas sem dar nas vistas. Isto porque acredito mesmo que a melhor forma de liderança surge quando somos respeitados sem termos de nos impor, sem termos de obrigar seja quem for a respeitar-nos. Prefiro não falar e deixar que as pessoas vejam quem eu sou através dos meus atos, do meu comportamento.

R - Já que fala em imponência física, quem não o conhece pode olhar para si e pensar: aqui está um jogador realmente duro... É mesmo assim?
O - Sou um gigante gentil [risos]. Acredito que as pessoas se intimidam com o meu tamanho... Sei que sou um jogador bastante duro e não acredito que algum avançado, depois de se bater comigo, consiga dizer que fui macio. Tenho consciência de que sou extremamente duro. Persigo os avançados durante todo o jogo, mas a verdade é que jogo de forma correta. Provavelmente, no início da minha carreira não conseguia controlar bem todo este tamanho. Então, levava amarelos a torto a direito, ao ponto de pensar que os árbitros só o faziam por pura perseguição. Ou porque eu era maior do que todos os outros, não sei... Não percebia porquê e tive de olhar-me ao espelho e ajustar o estilo de jogo ao meu corpo. Penso que o fiz da melhor forma porque já não me mostram tantos cartões e já jogo de forma mais correta. Hoje sei que não preciso de jogar sujo para ser um bom defesa-central. Tem de haver fair play.

R - Por falar em fair play. Em Aveiro, frente ao Feirense, tentou cumprimentar o Rabiola mas ele deixou-o de mão estendida. Viu-se que ficou bastante desiludido com aquela atitude.
O - Lembro-me disso... Sei que fiquei frustrado porque, ao fim e ao cabo, no final do dia somos todos profissionais. Não percebi bem aquele comportamento. Foi uma atitude imatura e pouco profissional, mas pode justificar-se pelo facto de ele estar insatisfeito pela derrota da sua equipa.

R - Nestes poucos meses no campeonato português, quem foi o rival mais difícil que defrontou?
O - Ainda é cedo para tirar uma conclusão dessas. Não há nenhum avançado que me tenha marcado pela dificuldade que me tenha provocado. Devo dizer-vos que nem me preocupo tanto com os avançados que defronto. A mim não me preocupa o Ronaldo ou o Messi, mas sim a equipa rival no geral. A propósito, posso dizer-vos que o Messi... Sim, esse foi o mais difícil que já apanhei pela frente! n Líder eu? Quero ser um exemplo sem ter de dar nas vistas. A melhor forma de liderança surge quando somos respeitados sem termos de nos impor Não acredito que algum avançado, depois de se bater comigo, consiga dizer que fui macio Costumo dizer que temos a sorte de ter quatro defesas-centrais muito talentosos dentro do nosso plantel Já percebo tudo o que me dizem. Às vezes finjo que não entendo nada para que eles não saibam que já percebo o que estão a dizer

R - Aquela derrota contra o Benfica acabou com uma apreciável série de triunfos. Contudo, pela primeira vez em muitos anos, os sportinguistas não ficaram assim tão furiosos por perderem contra o grande rival. Sabe porquê?
O - O que posso dizer sobre esse jogo é que, provavelmente, teríamos ganho se fosse noutro dia. Acho que os adeptos perceberam que tentámos até ao último segundo e talvez tenham ficado agradados com isso. É isso que interessa. Quando chegamos ao fim do dia com a noção de que fizemos tudo em prol do clube, dormimos descansados.

R - Falando nesse jogo, aquele lance entre o Onyewu e o Jardel na área do Benfica era mesmo para grande penalidade?
O - [risos] Sabe que aquilo era mesmo para penálti... Se fizer uma análise, conclui que entre 80 a 90 por cento de lances daquele tipo acabam assim quando eu estou envolvido. Sei que os adversários vão tentar deitar-me abaixo sempre que eu entrar na área, num lance de bola parada. Talvez sintam que, devido à minha estatura, não me conseguem travar de outra maneira. Não foi a primeira vez que aconteceu, tal como não será a última. Fiquei desiludido. Não porque o árbitro não viu, mas porque já começa a ser habitual.

R - Foi por isso que não esboçou um protesto sequer?
O - Já desisti de me meter nessa coisa de ir perguntar ao árbitro por que não assinalou esta ou aquela falta. E sabe porquê? Porque às vezes até me dizem: "Estás a queixar-te de quê? Olha para ti, és tão grande..." Quando ouvimos uma reação destas, chegamos à conclusão de que nem vale a pena discutir. Para quê? 

R - A equipa foi perdendo jogadores influentes como Izmailov, Jeffren, Rinaudo, Rodríguez ou Matías, mas tem conseguido ganhar jogos, apesar das contrariedades.
O - Temos uma grande equipa! Tivemos lesões que se tornaram em momentos muito tristes para nós. E também perdemos dois bons jogadores: Yannick e Postiga. Depois, ficámos sem Jeffren, Izmailov, Rodríguez e outros. Para piorar, temos tido algumas suspensões por acumulação de amarelos. No entanto, é por essa razão que o nosso plantel é composto por 25 jogadores. Não são só aqueles 11 que entram em campo. Há outros que também são capazes de ajudar e jogar tão bem - se não melhor. Aqueles que entraram para suprir estas ausências souberam aproveitar a oportunidade e ajudar a equipa.  

R - No dia da sua apresentação, Carlos Freitas disse que a intenção de contratar o Onyewu já era antiga. Sabia disso?
O - Sim, sabia. É verdade. No passado fui contactado por Panathinaikos e Sporting e a razão pela qual tal não aconteceu é simples: não era o momento certo na minha razão. Por esta ou aquela razão senti, no último verão, que, agora sim, tinha chegado o momento ideal para seguir o Carlos e vir para o Sporting.  

R - Então o facto de já conhecer Carlos Freitas foi decisivo para vir para o Sporting?
O - Houve uma série de fatores que ajudaram. O Carlos era alguém que eu já conhecia e nos últimos anos aprendi a confiar nas pessoas. Digo isto porque, quando um jogador assina um contrato, há muitas pontas soltas, muitos ingredientes pelo meio. Não é só porque o sol brilha na cidade ou porque se conhece alguém... Depois, o facto de me terem apresentado um projeto de confiança também foi importantíssimo.

R - Mas já tinha uma ligação a Portugal...
O - Eu? Qual?
R - No Standard Liège, por exemplo, jogou com muitos portugueses. Jorge Costa e Sérgio Conceição, que jogaram no FC Porto com Domingos Paciência, Sá Pinto, que é uma lenda viva do Sporting, e ainda foi treinado por Preud'homme, antigo guarda-redes do Benfica
O - É verdade! E não se esqueçam do Rogério Areias! Perguntei a alguns deles se achavam que eu iria ter problemas em adaptar-me à liga portuguesa. Todos me disseram que não. "Não hesites! Vais para um grande clube, rodeado de gente boa e adeptos fantásticos". E foi mesmo a melhor decisão. E não foi difícil decidir porque, como já disse, este era mesmo o melhor momento para o fazer.

Onyewu não parece ter grandes dúvidas quando afirma que está a viver um dos melhores momentos da sua carreira. Nada que se compare - por enquanto, frisa - aos momentos mais emocionantes que o futebol já lhe proporcionou. 

"Foram muitos... Assim de repente, recordo-me da minha primeira internacionalização, quando pude representar o meu país ao mais alto nível", explicou, acrescentando: "O meu primeiro jogo num Mundial, em 2006, também foi muito especial, tal como o foi assinar por um clube como o AC Milan. Ganhar dois campeonatos seguidos na Bélgica também." Contudo, e apesar da beleza dos momentos que descreveu, deixa um aviso - através de Record, claro. "Acredito e tenho mesmo muita fé de que, em Maio de 2012, haverá momentos de muita alegria. Por isso deixem aí um espaço em branco porque vai ser preciso acrescentar proezas ao serviço do Sporting", pediu-nos, já depois de ter revelado qual é, afinal, o clube que mais espaço lhe reserva no coração: "Tenho de dizer Standard Liège, porque cresci lá e foi ali que passei mais anos. Ganhei dois campeonatos por eles e a nossa ligação é muito especial. 

No entanto, devo dizer-vos que o Sporting também já entrou no meu coração. Não sei explicar, mas parece que já jogo aqui há anos." n O camisola 5 está feliz e isso nota-se na maneira como trata quem com ele convive. Questionado sobre o regresso à sua seleção nacional, recentemente promovido pelo seu novo selecionador (o alemão Jürgen Klinsmann), brincou: "Não! Não estou feliz... [risos]. Claro que estou porque adoro jogar pela minha seleção. Os últimos 8/10 meses tinham sido difíceis porque tive algumas lesões. Foram tantas, que lhes perdi a conta... Agora estou muito bem fisicamente e, felizmente, de volta à minha seleção", regozijou-se. Perante isto, nada como tentar perceber qual foi, afinal, o papel dos leões ao longo deste processo. Terá sido o resultado de ajudas mútuas entre clube e jogador? 

"Não nego que o Sporting me tem ajudado muito. Esta época tem sido uma espécie do meu renascimento enquanto jogador. Agora sou um homem novo. Por causa da longa ausência, algumas pessoas esqueceram-se de mim, mas agora duvido que já não se lembrem de quem sou. Eu pago a confiança que depositam em mim com o 'sangue' que deixo em campo", garantiu. Já desisti de me meter nessa coisa de ir perguntar ao árbitro por que não assinalou esta ou aquela falta... 

R - E agora para algo completamente diferente. Como é que surgiu esta paixão pelo futebol. Um norte-americano com essa altura devia dar um jeitão no basquetebol...
O - Quando era novo jogava inúmeros desportos. Futebol e basquetebol sempre foram as minhas paixões e, francamente, até uma certa idade pensava que iria ser profissional de básquete. Mas, aos poucos, fui vendo que estava muito melhor no futebol. Chegou então a altura de decidir o que queria fazer e escolhi o futebol.

R - É um grande adepto da NBA?
O - Sim, mas não sou fanático por nenhuma equipa. Torço um pouco pelos Washington Wizzards porque são da minha cidade, mas vejo tudo o que é jogo da NBA. Estou feliz pelo fim do lockout!

R - É verdade que chegou a cursar Direito?
O - Fui para a universidade mas tive de escolher o curso de Ciências Políticas, porque lá não tinham o curso de Direito. O mais parecido era Ciências Políticas. Na verdade, faltam-me dois anos para ter a licenciatura. Tive de parar porque vim para a Europa.

R - Concluir os estudos torna-se uma prioridade assim que pendurar as botas?
O - Sim, definitivamente. Quero mesmo muito terminar o curso, porque depois de me licenciar posso finalmente concorrer para entrar em Direito. No entanto, ainda não sei se depois vou querer exercer advocacia. Há que pensar bem nisso, porque tenho outros projetos em mente.

R - A sua conta no Twitter já é um caso de sucesso entre os adeptos do Sporting, que gostam muito de ir lá e responder às suas palavras de agradecimento após cada jogo...
O - Penso que o mínimo que podemos fazer é agradecer às pessoas. É o mais normal depois de vermos tantos adeptos na bancada, seja em casa, fora ou mesmo quando nos abordam na rua. Não custa nada agradecer-lhes, para que vejam que reconhecemos a sua importância.

R - Quando não está no campo está...
O - Estou em casa, claro. É que estando lá, estou livre de me meter em problemas [solta uma sonora gargalhada]. 

R - Diga-nos qual o seu prato favorito.
O - Fácil. Muito fácil mesmo! Todos aqueles que a minha mãe faz.

R - Pois, mas ela não está cá. Portanto, que tal a comida portuguesa?
O - Ainda bem que me perguntam isso, porque acho muito engraçado que me estejam sempre a questionar sobre a comida portuguesa...

R - Engraçado... porquê?
O - Ora porque todas as pessoas me falam da comida portuguesa mas ainda ninguém foi capaz de me explicar o que é afinal. Ou pelo menos levar-me a algum sítio para a provar. É que nos restaurantes onde tenho ido não noto grande diferença em relação à cozinha dos outros países.

R - E para beber? Também tem tido dificuldades em encontrar algo especial?
O - Ah não! De maneira alguma. A minha bebida de eleição existe em quase todo o Mundo. Adoro ginger ale... 

R - E agora seja honesto. Sabia onde ficava o nosso país ou também era como a maioria dos norte-americanos que achavam que Portugal era em África?
O - [risos] Claro! Já estou na Europa há 10 anos. Então, era ridículo se não soubesse apontar Portugal no mapa Mundo. Os meus compatriotas não sabem porque não vivem na Europa, moram no outro lado do Mundo. Talvez seja por isso... A mim não me apanham nessa, pois já vivi em muitos países europeus. França, Bélgica, Holanda, Itália e agora Portugal. Ah! E tenho nacionalidade belga também, pelos anos que lá passei.

R - Por nós está tudo! 
O - Pois mas por mim, não!
R - Então? O - É que tenho de dizer isto: sigam-me no meu Twitter oficial. Vão todos vendo o que se passa em @oguchionyewu5."
fonte: Record, entrevista de António Adão Farias

Comentários

Captomente disse…
Grande Capitão América! Confesso, franzi o olho quando soube que vinha para o Sporting, mas tenho de dar a mão à palmatória e admitir que está a exceder as minhas melhores expectativas! Da entrevista, ressalvo esta parte: "Acredito que o mérito tem de ir todo para os dirigentes do clube, para quem nos contratou, porque o fez sabendo que, apesar de tudo, temos bastantes características em comum. No fundo, somos todos boas pessoas."
Também acho que se contratou bem e que escolheram, além de bons jogadores, também boas pessoas.

P.S. Obrigado pela entrevista! Estive para comprar o Rascord hoje quando vi a capa de manhã mas depois esqueci-me. :P


SL

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