Sporting 2-0 Beira Mar

Há dias que ficam marcados para sempre nas nossas vidas. Ontem foi um deles e com uma vitória. O meu filho já andava a pedir-me para ver o Sporting ao vivo há tempo suficiente para considerar o seu pedido. Fim de semana após fim de semana e com mais incidência nos últimos tempos, sempre que saía de casa para ver o Sporting, principalmente a norte, lá perguntava ele "vais ver o Sporting? E quando me levas?". Mas no fundo é uma pergunta que nós esperamos que seja feita o mais rapidamente possível, porque a alegria geracional de passagem do testemunho é importante que seja assegurada.

A decisão de levar um filho do estádio para vermos o nosso clube apresenta varíadissimos itens para os quais, conjugando-se tudo, pode ser uma dia perfeito. Nenhum pai quereria levar o seu filho a ver o clube que se espera tornar do coração, a perder (ou empatar). Daí que a necessidade da escolha dos jogos, do momento em que a equipa se encontra, se torne vital para tal. Estava decidido a levá-lo a ver o jogo de ontem. Um Sporting-Beira Mar, a primeira vitória de 2012, naquele dia em que o futebol regressou à tarde a Alvalade, ele nem imagina ainda o fantástico que isso é, e com o sol a brilhar!

Nem imaginava que o Sporting iria decidir que o jogo seria das famílias, e que tantos jovens Leões iriam estar presentes numa tarde bonita e com um final feliz. 

Alvalade ontem registou perto de 40.000 adeptos no seu estádio, e tenho insistido muito neste ponto, Domingos e companhia não podem esquecer-se que este ambiente que têm vivido nos nossos jogos, tem sido possível porque os adeptos têm compreendido que durante os 90 minutos de jogo, a equipa merece o apoio necessário para conquistar a vitória. Não há assobios, não há reclamações, há sim, um sentimento de união que há muito não se via. Apesar da má campanha que tem sido efectuada pela equipa no campeonato.

Claro que como quase sempre nestas coisas do futebol, há sempre um patinho feio. O de ontem era preto (calma que não há racismo aqui). Para variar, um árbitro que deveria estar proibido de voltar a Alvalade, tinha uma missão clara que enervar o Sporting, de forma deliberada. Notou-se perfeitamente a intenção de Duarte Gomes. Felizmente, não conseguiu o seu objectivo, até João Pereira controlou-se.

Não foi um grande jogo de futebol. Há que reconhecê-lo. Mas vencemos tranquilamente, e sem perturbações aos longos dos 90 minutos. Gritou-se golo por duas vezes, o meu filho passou a segunda parte a perguntar "quando gritamos golo outra vez?". Já tinha percebido que o "golo" é solene para qualquer um de nós que assiste a uma partida de futebol.

Da partida.

Destaco dois jogadores. Primeiro o gigante americano, Onyewu. A utilidade dele já era visível no eixo da defesa e com 4 golos no campeonato, percebe-se e bem o jeito que dá ter um "abre-latas" defensivo em momentos que podem ser cruciais. Ontem abriu para a uma vitória tranquila, em Rio Ave para os 3 pontos, por exemplo. 

Segundo, o ponta de lança Ribas. Há pormenores que ontem foram muito interessantes. Se nos primeiros minutos denotou alguma lentidão, aos poucos, percebeu-se a capacidade para segurar jogo, de colocação da bola nos extremos, para ganhar lances de cabeça, no remate aparentemente fácil. Não marcou, é certo, e é para isso que está lá, mas a evolução que certamente irá ter poderá ser importante para esta segunda volta. Claro que não é um Liedson (que ficou em branco em Barcelos), mas também é importante para o nosso jogo ofensivo que as bolas apareçam mais vezes na área. Um ponta de lança precisa de jogo.

Conseguiram-se os mínimos no jogo de ontem, venceu-se e quebrou-se a barreira de 2012 da qual ainda não tínhamos vencido um jogo, e resta-nos treinar afincadamente para um jogo importante já no próximo sábado diante do Gil Vicente para a Taça da Liga, onde a vitória poderá não chegar e a ambição nessa competição é a mesma de sempre, vencer!