A tal fusão da discórdia ao detalhe
"A fusão com a SAD do Sporting só ocorrerá se a Sporting Património e Marketing liquidar uma dívida de cerca de 120 milhões de euros a instituições bancárias. Para saldar a dívida junto da banca, os accionistas dos leões serão chamados a injectar precisamente 120 milhões na sociedade.
O projecto de fusão, já registado na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, prevê a incorporação da Património e Marketing na SAD sportinguista.
Nenhuma das sociedades é detentora de capital social da outra. Neste momento, o SCP é accionista comum às duas sociedades, mas será efectuado antes da aprovação da fusão pelas assembleias-gerais das duas sociedades um aumento de capital em dinheiro na Património e Marketing. Os accionistas do Sporting Clube e da Sporting SGPS serão chamados a realizar um aumento no montante total de 120 milhões, o equivalente ao valor em dívida junto da banca.
(clicar no continue a ler em baixo)
(clicar no continue a ler em baixo)
O clube vai subscrever 52,8 milhões de euros dessa sociedade e a Sporting SGPS vai injectar 67,2 milhões. Com esta operação, o capital social aumenta de 50 mil euros para 120,05 milhões.
A Sporting Património e Marketing foi constituída em 2002 para “promoção, construção, gestão e exploração do novo Estádio do Sporting Clube de Portugal. Esta empresa detém o direito de superfície do terreno onde foi construído o estádio, bem como do edifício designado como Multidesportivo – os quais no seu conjunto constituem o Complexo Alvalade XXI.
O património da sociedade foi avaliado por um “perito independente”, segundo o qual ascende a quase 56,8 milhões de euros. “Esta avaliação tem como pressuposto o aumento de capital e a extinção da dívida a instituições bancárias, pelo que estas duas condições terão de se verificar antes da aprovação da fusão pelas assembleias-gerais das sociedades intervenientes”, lê-se no prospecto da fusão.
Reunidas estas condições, e por via da fusão, todos os activos da Sporting Património e Marketing serão transferidos para a Sporting SAD.
LEÕES PEDEM ISENÇÃO DE IMT Nessa transferência de património incluem o Estádio José de Alvalade e o edifício Multidesportivo (que constituem o denominado Complexo XXI). “A transmissão destes dois imóveis, operada por via da fusão é efectuada com isenção de IMT, tendo sido já apresentado o respectivo pedido de isenção à administração fiscal [...] na medida em que os dois imóveis foram classificados pelas entidades competentes como imóveis de interesse municipal”, lê-se no documento.
As transmissões de bens imóveis por fusão de sociedades estão sujeitas a imposto municipal de transmissão de imóveis (IMT). O imposto, recorde-se, incide sobre o valor tributário de todos os imóveis das sociedades fundidas que se transferiram para o activo da sociedade beneficiária/nova ou sobre o valor por que estes bens entraram no activo desta sociedade, se superior.
CORTE DE CUSTOS DE 8 MILHÕES Rui Paulo Figueiredo, membro do conselho directivo do Sporting, explica, em declarações ao i, que “a reorganização permitirá obter uma redução de custos correntes de 6 a 8 milhões de euros já no próximo ano”. A fusão, diz, “não é apenas operação financeira, é uma reorganização do universo empresarial do Sporting e uma recapitalização da SAD, o que permitirá cumprir as regras de Fair Play Financeiro da UEFA”, que, entre outros objectivos, quer maior disciplina e racionalidade nas finanças dos clubes de futebol.
Os motivos da fusão prendem--se assim com o facto de as duas sociedades reconhecerem a existências de vantagens recíprocas na conjugação e na concentração das respectivas actividades. Neste momento “existe duplicação de custos, que serão eliminados com a fusão, permitindo uma optimização dos recursos”, acrescenta.
Além de uma reorganização nas quotas dos sócios, a fusão resulta no aumento do capital social de 39 milhões para cerca de 96 milhões, o deixa a SAD com capitais próprios positivos.
A existência de uma sociedade autónoma para a construção e gestão do estádio foi uma exigência do project finance efectuado à data. Hoje, passados dez anos da sua constituição, a existência da Património e Marketing “perdeu o seu efeito útil e deixou de se justificar enquanto veículo que arrenda o estádio do Sporting à própria SAD”, acrescenta o documento."
Comentários
Porque estatutariamente é necessário?
Porque é uma operação que envolve muito dinheiro?
Por outra qualquer razão?
Sim, pelo ponto mais importante, uma operação como esta deveria ser explicada em "nossa casa", aos sócios, ainda mais quando nos últimos anos tantas tentativas de "ludibriar" os sócios foram tentadas.
Pela transparência.
Porque o Sporting é dos sócios.
Porque nem todos pensam como tu, caro Leão Revisor, que tanto faz ser Sporting ou Sporting SAD (admito que há muitos anos também pensei assim).
O PMAG o mais alto representante dos sócios serve para quê?
Foi ouvido, disse que não era preciso, ponto final na possibilidade de estatutariamente ser necessário.
Eu até posso compreender que ache que uma operação como esta possa e deva ser explicada antes aos sócios, até acho (e mesmo sabendo o que penso) que até podia acontecer, mas isso iria abrir um precedente, todas as decisões que envolvessem um montante elevado de dinheiro teriam que ser explicadas até ao ínfimo pormenor aos sócios (e nisso ninguém bate o nosso clube pelo grau de informação que se dá aos sócios e mesmo assim ainda "choramos").
Termino só que depois do muito barulho que se levantou, a operação foi explicada, agora podemos concordar ou não com ela mas que foi explicada foi.
E quando dizes explicada....no jornal, é isso? Não é certamente o melhor sítio. Ao menos que fosse feito no jornal do Sporting.
O "barulho" existe e existirá sempre, até porque na tal explicação fala-se de investimentos avultados....vamos ver o que aí vem, chineses, árabes...
Concordo que a explicação agora dada poderia e deveria ter sido dada no jornal do clube e constar no site.
Amanha, e mesmo concordando com esta operação, espero que o Presidente volte a explicar todo o processo para o bem da transparência como tu dizes.
E quando falo em precedente falo em algo que não tenha que passar estatutariamente por uma AG ser discutido. Porque depois disso podiam vir mil e uma coisas que seriam subjectivamente considerados investimentos avultados.
E isso não invalida que eu não ache que já devia ter havido outra sessão de esclarecimento, já falo nisso à meses, para falar de vários pontos da actualidade. Mas não é menos verdade que nessas reuniões estávamos mais interessados em saber porque se contratou este ou aquele jogador ou saber de encontros pessoais do nosso presidente.
Se tivesse que apostar diria chineses.