Que valor para a saída de Patrício?

As lágrimas que Patrício deixou cair pela rosto no último jogo em Alvalade amplificaram em muito o que já era quase como adquirido, a sua saída no final da época.

Não tenho problemas nenhuns em admitir que me enganei completamente em relação a Patrício. Em Outubro de 2009, achava que Stojkovic merecia a titularidade e dizia que o Rui não podia ser o número 1 do Sporting. No entanto e porque Patrício já passava maus momentos em Alvalade dizia na altura "sou incapaz de o assobiar durante um jogo do nosso clube, mesmo que cometa algum erro. Mas não me inibe esse facto de dar a minha opinião".

Em Setembro de 2010, Rui Patrício arranca com o melhor início de temporada de sempre no Sporting. As críticas em relação ao guardião conhecem um ponto de inflexão. Paulo Bento no entanto ainda não estava convencido, e Bettencourt, Presidente do Sporting na altura, reclama na comunicação habitual que faz aos sócios do Sporting "não compensa a injustiça cometida com Rui Patrício, mais uma vez preterido, depois de um início de época de enorme qualidade e de uma permanente afirmação na baliza. Aí, o seleccionador voltou a deixar-nos perplexos com as escolhas.".

A partir daqui a história é bem conhecida de todos. Patrício é titular absoluto do Sporting, sem margens para dúvidas, com exibições absolutamente seguras. Passa a ser convocado regularmente para a Selecção e será com toda a certeza o número das "quinas" no Euro 2012.

Em Alvalade passou rapidamente a ídolo.

O contrato termina em 2013. A clausula de rescisão fixada nos 20 milhões de euros. 

São poucos os jogadores, principalmente na posição dele, que são vendidos a esse preço. De Gea, um dos casos recentes, foi para o United por esse valor e agora os dirigentes que o compraram devem estar bem arrependidos do valor pago. Mas não são as exibições deste ano que determinaram o preço, mas foram os falhanços a baixar o seu valor.

Não sei que valia vai render Patrício ao Sporting. Mas é fundamental perceber que não vai ser fácil vender ao valor que todos desejaríamos. A sermos intransigentes eram os 20 milhões ou nada feito. Como isso não será quase de certeza possível, que seja bem vendido, o que quer que isso seja, porque não consigo responder à pergunta que inicialmente coloquei, é complicado estabelecer um valor justo.

São 10 ou 11 milhões, como se fala? São 15? São os 20? As condicionantes são muitas e o mercado não está propriamente fácil para realizar mais valias "anormais". E já agora, que o contrato a ser realizado que tenha assegurado que o seu regresso a Portugal seja só para o Sporting!

Por fim, que Patrício escolha um projecto ambicioso. Que não seja só pelo valor mensal elevado do ordenado que possa a vir receber. A decisão que em breve será tomada, em muito poderá afectar irremediavelmente o seu futuro, e apesar de tudo e pelo caminho que realizou em Alvalade, espero que tenha um longo e sorridente futuro pela frente!

Comentários

Pedro O. disse…
1º Patrício tem de renovar - Essa deveria ser a prioridade no âmbito da gestão de activos.

2º Só após a sua renovação é que no SCP se deve passar à fase do "quem dá mais" - com contrato a acabar em 2013, corremos 2 riscos - um de vender a preço de saldo por incapacidade negocial e o outro é corrermos o risco do rapaz ficar no Sporting na próxima época e sair a seguir, encaixando o nosso clube a mísera clausula de formação.

3º Patrício deve sair, sobre isso não tenho dúvidas, há prioridades e timmings e este é o tempo certo.

falando no abstrato:

< 6 M€ --> fraco/sofrível negócio
> 6 M€ > 8 M€ --> aceitável/bom negócio
> 8 M€ > 10 M€ --> bom/muito bom negócio
> 10 M€ --> Optimo negócio


Acho que a baliza fica bem entregue com aquilo que temos, com outra opção para a direita da defesa, mais uma opção para o eixo da defesa, com a recuperação total e sem percipitações (que deram no que deram) do Fito (algo que me está a preocupar muito) e uma outra sombra (opção) para Wolfswinkel, com Marat a jogar 80% dos jogos (não peço mais) com total disponibilidade, arrancamos com ambições mais que justificadas.

Vendas aceitáveis (quero dizer com valores que não envergonhem o Sporting nem os seus adeptos):

Patricio
J. Pereira
Jeffrén
D. Carriço

claro que há os naturais fins de contrato que são inerentes à lei da vida.

Obrigado.
Rui Coelho disse…
corrigindo o abstrato:

< 8 M€ --> fraco/sofrível negócio
> 10 M€ > 12 M€ --> aceitável/bom negócio
> 12 M€ > 14 M€ --> bom/muito bom negócio
> 15 M€ --> Optimo negócio

Não se pode esperar menos quando se valorizamos o passe do melhor guarda-redes do mundo da respectiva geração, mas preocupa-me a falta de poder de negociação que sempre revelámos - não esquecendo que a sad apenas controla 80% do passe dele.

Uma pergunta: tirando o Deivid, qual foi a última (outra?) vez em que fizemos uma mais-valia?

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