O futuro de Sá Pinto!

"É melhor o plantel 2012/2013? Só os resultados em campo o irão provar, mas pelo menos há a garantia de soluções que tanto faltaram em diversos momentos da última época. Por vezes, chegava a ser confrangedor olhar para o banco de suplentes do Sporting e ponderar se valia a pena efectuar alguma substituição.

É aqui que Sá Pinto vai ter o seu maior desafio. É muito mais complicado escolher um 11 titular com o potencial que este Sporting aparentemente apresenta (claro que são boas dores de cabeça), a fasquia está claramente mais alta e os adeptos não vão aceitar, e não podem aceitar, que o nível de rendimento da equipa seja idêntico ao que têm sido os últimos anos no Sporting. Isto só pode estar fora de questão!

A responsabilidade de Sá Pinto aumentou, a época 2012/2013 é verdadeiramente o seu grande desafio e a má notícia é que não vai ter muito tempo, como aconteceu na época passada, para rapidamente mostrar qualidade de jogo com esta renovada equipa. O tempo joga contra todos nós e só as vitórias conseguirão alterar o curso de uma história que nos últimos anos tem sido negra. Cabe a Sá Pinto desafiar o tempo e o destino desta nova equipa!"

Foi escrito antes de começar a época, mas continua perfeitamente actual.

A sensação para muitos de nós é que a actualmente o Sporting tem soluções. Há ovos, não há cozinheiro para fazer as omoletes. É simples, está à vista nestes primeiros jogos. E antes que se questione, e no ano passado chegou? Chegou. Chegou para se fazerem alguns bons jogos, para se devolver alguma identidade completamente perdida e até enxovalhada pelas últimas direcções, porque nisso o Sá Pinto continua a ser um dos nosso. Mas ficará para sempre nas nossas cabeças a derrota na final da Taça com um golo sofrido aos 3 minutos. Um vazio táctico que não deixou ninguém indiferente. O primeiro sinal.

Acrescente-se a isto a eterna questão, mas despedimos o treinador? Sinceramente não é de fácil resposta. Vamos em 36 treinadores desde 1981/1982 (uma curiosidade, apenas mais 10 que o Everton em toda a sua história desde 1878) e portanto assim a frio diria que não. Sá Pinto tem a confiança da Direcção, e acredito, que a partir do momento perceber que não é solução e é parte do problema, sairá pelo seu próprio pé. Nisso, bem diferente dos que estão na Direcção!

Mas e continua a treinar até quando? Pois, efectivamente este começa a ser o grande dilema do Sporting. Ano após ano, nos últimos anos, pensamos sempre (este pensamos é muito abrangente) em fazer melhor que a época anterior e continuamos a piorar. Seja ao nível desportivo, seja ao nível financeiro, e parece que a cabeça continua enterrada como a avestruz. Faz lembrar um determinado país que vê o défice aumentar, e ora vira à direita, ora vira à esquerda e não soluciona verdadeiramente o problema.

No ano passado criticou-se muito Domingos pela teimosia. Este ano Sá Pinto não tem sido teimoso. Há evidências nas equipas que escolhe que não fazem sentido. Há situações que não se compreendem. Seja o Adrien a 10 (já renovou, podem colocá-lo no banco ou mudar de posição) que não sabe fazer um último passe, duplo trinco defensivo em jogos que somos claramente superiores (e depois lá vêm os primeiros 45 minutos perdidos em casa jogo), num estilo de jogo com posse de bola mas completamente lateralizada, a passo e sem soluções ofensivas (não é um problema de Wolfswinkel, ou de mais avançados, embora reconheça que precisávamos de mais um), não conseguimos pressionar o adversário no primeiro 1/3 do terreno por forma a evitar as subidas constantes dos adversários (por vezes até parecem simples) , e podíamos continuar por aí fora sem falar em Labyad no banco ou Viola. Mas eu sou apenas um treinador de bancada, não percebo nada disto.

Mas não vou deixar de responder à questão. Sim, Sá Pinto ainda deve continuar no Sporting, as dúvidas que tinha da sua capacidade para orientar um conjunto de jogadores que podem formar uma boa equipa, continuam. O tempo, tal como comecei o texto de hoje era curto e está praticamente esgotado, e portanto, despedir o treinador à terceira jornada não me parece solução para o problema. Até porque há outras considerações a serem efectuadas para um decisão dessas. Se o objectivo é começar de novo, com um ruptura clara do passado, então não é o treinador que se deve despedir. Em Março houve oportunidade para isso, agora...o futuro há-de ter a resposta para isso!