Bruno de Carvalho ao O Jogo :: algumas notas

Algumas considerações à entrevista de Bruno de Carvalho ao jornal O Jogo.

A entrevista começa pelo ataque aos empresários. Sem dúvida que entendo o que Bruno de Carvalho pretende, agora não sei se será possível, porque como bem sabemos este negócio dos empresários está bem montado, e não será certamente um clube apenas como o Sporting a conseguir lutar contra isso. Benfica e Porto, mais desafogados financeiramente, não estão ao nosso lado, torna a questão praticamente irreparável. E quem diz os grandes, diz a Selecção Nacional de Jorge Mendes, por exemplo.

Leva-me a pensar que esta conversa das comissões deve estar a intensificar-se pela dificuldade que estará a ser o processo de renovações com os jovens Leões, Ilori, Bruma, Dier e por aí fora. Há uma frase que é absolutamente essencial "os clubes não podem ser quem menos lucra om o negócio do futebol".

Concluindo a parte relativa às negociações que estarão em vigor com um "poluem a cabeça das pessoas com ideias de que podem ganhar milhões". É óbvio que há um conjunto de jogadores com uma margem de progressão enorme e que poderão ser belíssimos jogadores e que, obviamente, os queremos guardar, tirar partido da sua mais valia e mais tarde rentabiliza-los. No entanto, esses jovens jogadores têm ainda muito para provar.

Sendo que termina este assunto com um frase que acaba por resumir esta acção contra os agentes desportivos, "denunciar não é acabar. As coisas têm é de ter uma lógica".

Depois refere um velho problema que há muito é debatido, o facto de se abusar do Sporting, referindo-se aos pagamentos de salários de determinados jogadores do clube quando comparados com os rivais. Isso reflecte também as fracas direcções no passado, a posição enfraquecida que normalmente têm na ronda de negociações. Todos procurar vir ao Sporting fazer bons negócios, na prática conseguir o que não conseguem noutros lados.

Não deixando de salientar que foram lançados jogadores para a equipa principal, sem que os respectivos contratos estivessem fechados. Evoluíram, alguns deles com uma preponderância maior que a que se esperava, e agora tudo o que está dito em cima, está a funcionar contra nós. No entanto, acrescento eu, o Sporting e esta Direcção não poderá apenas responsabilizar o passado e terá de resolver estas situações de uma forma que seja vantajosa para o clube e que mantenha os jogadores motivados.

Em relação aos despedimentos colectivos, apenas uma referência ao plano que já estava delineado. Não passa por aceitarem ou deixarem de aceitar. Nesse particular, também prefiro esperar para ver o que efectivamente vai acontecer, até porque o que sai para a comunicação social é contraditório.

Depois há diferentes ataques, sem personalizar, aos vencimentos dos jogadores, e "há lata que alguns têm". Mais uma vez, compreende-se o que Bruno de Carvalho diz, no entanto, as regras de jogo não são fáceis de alterar. Eu aceito que um determinado jogador que não tem tido a valia que todos esperamos não pode continuar a ganhar um ordenado milionário e que se terá de encontrar uma opção. Mas quando entramos neste campo, onde se percebe que o Presidente está a querer mudar as regras do jogo, é preciso que haja muitas certezas na forma como se vai proceder, para que o problema não agudize.

"O maior orçamento deu o pior resultado desportivo de sempre....as coisas normalmente acontecem com trabalho, com competência e o dinheiro não move tudo". Sem dúvida que este princípio é essencial, não tem acontecido nas últimas Direcções. 

"As pessoas têm de gostar no Sporting".

Depois finalmente alguém diz, sem recuos, "nem eu sou insubstituível. Não vai haver negócio nenhum para o FC Porto nem Benfica". Algo que para mim era absolutamente essencial e que já o tinha referido recentemente no post relativo a Josué.