O sorteio dos árbitros na proposta do Sporting
Há umas semanas atrás o Sporting fez um périplo por diversas instância com relevância no futebol português. Objetivo: entregar um documento com um conjunto de propostas para alterar o estado em que ele se encontra.
Ponto prévio para quem vai ler o post, se concorda que o futebol português está bem, não vale a pena continuar a ler.
Muita tinta se gastou a escrever sobre o que o Sporting apresentou, muitos dos quais sem saber o que estava escrito no documento, muita poeira foi atirada para o ar sustentada no argumento que o Sporting só estava interessado nessa alteração porque andava a ser prejudicado pelas arbitragens.
Mentira. O Sporting tem-se debatido, ano após ano por uma discussão séria do que pode ser o futuro do futebol em Portugal.
Mais tarde, e mais concretamente na última semana muito se tem falado dos sorteios dos árbitros. Já lá vamos à proposta do Sporting. Mais uma vez, o importante não é se o sorteio é ou não a melhor solução, isso é apenas uma engrenagem num processo que é bem mais complexo. O objectivo: apresentar um conjunto de propostas que sirvam de discussão para a melhoria da arbitragem e afins em Portugal.
Veja-se um pequeno exemplo da suspeição que reina no futebol português. A Liga já tinha dado um parecer sobre o caso da Taça da Liga e pede a derrota para o Porto. A decisão vai se passível de apresentar recurso para a FPF. Ora, o Presidente do Conselho de Disciplina da FPF é Herculano Lima. Um certo juiz jubilado que certo dia disse que o Apito Dourado era uma montanha que iria parir um rato. Pode ser sério este senhor? Pode, mas é preciso parecê-lo também!
Em relação ao sorteio, mais concretamente, se há ou não pernas para andar, a discussão será outra. Importa nest altura colocarem-se alternativas em cima da mesa, mas só isso não chega. É necessário que os clubes, os outros que não o Sporting, também queiram que se altere/discuta o que poderá ser melhor para o futebol português. Caso contrário a batalha é muito complicada!
O que o Sporting propõe?
Sorteio condicionado dos árbitros. Seriam determinados certos jogos de previsível maior grau de dificuldade e esses, sempre que possível, arbitrados pelos da categoria C1 de elite.
De um lote de três equipas de arbitragem elegíveis seria sorteada uma, a qual só poderia dirigir um número máximo de jogos da mesma equipa na mesma época desportiva.
Sorteio do árbitros assistentes e quartos árbitros. Sorteio dos observadores dos árbitros, caso os observadores mantenham a sua intervenção no processo classificativo dos mesmos.
Intervenção dos clubes no processo de classificação dos árbitros, avaliação através da televisão para o desempenho dos árbitros, utilização de novas tecnologias (linha de golo e 4ª árbitro) e criação de estatuto do árbitro.
Obviamente, como seria esperado, tudo é passível de ser discutido. É isso que o Sporting propõe. Até porque o recurso a novas tecnologias pode colidir o que está definido com tutela internacional.
Discuta-se!
Por fim, deixar esta nota de alguém que é insuspeito de relações com o Sporting. Guilherme Aguiar é contra, obviamente, já foi director executivo da Liga, e avisa que "se desconfiam mudem quem lá está". Realmente, essa poderia ser uma solução, mas infelizmente não chega mudar as moscas!
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