Pela porta dos fundos nem sempre é o caminho!


Sobre os fundos todos temos a nossa opinião, mas o que não acontece, e não pode ser só o Sporting a exigir, é uma discussão séria sobre a forma como actuam e a sua importância, cada vez maior, no futebol actual. 

Passará, quase por certo, pela intervenção de estruturas mais fortes e com outros meios, como a UEFA ou a FIFA,  na regulamentação e acima de tudo na transparência que deveria ser o ponto fundamental da discussão. 

Não vale a pena lançar, nesta altura, mais gasolina para uma fogueira que já arde bem alto. A Direcção do Sporting tomou um caminho que é perigoso, óbvio, e afrontou um importante grupo. Muitos dirão que está a defender o clube de forma intransigente e que acima do Sporting, ninguém. 

O Sporting tem utilizado este instrumento e nós adeptos, que agora até podemos estar a favor desta ruptura, também somos responsáveis porque queremos viver acima das nossas possibilidades.

Para já, e até prova em contrário, defendo que o Sporting não pode ser sempre prejudicado, se a ruptura trouxer uma nova abordagem, principalmente financeira, já será bom e útil ao futuro da nossa centenário instituição.

Gostei, mais do que falar da guerra entre Doyen e Sporting, do comunicado da AAS sobre este assunto. O caminho passa por aqui, mas sozinhos, não será fácil!

“Fundos de Investimento”

Ao longo dos últimos anos, a Associação de Adeptos Sportinguistas (AAS) tem manifestado a sua oposição à utilização de fundos de investimento, alertando para os riscos adjacentes aos mesmos, sejam do ponto de vista de independência e gestão desportiva, seja de sustentabilidade financeira. Foi esta realidade que levou a AAS a definir esta questão como um dos temas do seu evento anual "Pensar Sporting", realizado em Fevereiro deste ano.

Os fundos de investimento são instrumentos que permitem aos clubes viver acima das suas possibilidades. Esse não é o modelo que defendemos para o futebol.

Lamentamos que o Sporting tenha sido levado a recorrer a estes mecanismos e respetivas contingências. Mas recordamos igualmente que ao longo dos anos e de vários processos eleitorais, muitos adeptos leoninos foram também levados pelo canto da sereia segundo o qual sem fundos e sem investidores o sucesso seria impossível.

Os eventos dos últimos dias, somados aos episódios da pré-época passada em torno de alguns agentes desportivos, reforçam a ideia de que é urgente regulamentar as atividades de todos aqueles que participam no negócio do futebol. Lamentamos profundamente que em Portugal não exista debate público nem vontade de alterar o status quo, do qual alguns beneficiam em prejuízo de outros. Aquilo que verdadeiramente afasta pessoas do futebol é a falta de transparência, a falta de valores desportivos, a mentira e a falsidade. Tudo isto é exponenciado por agentes, fundos de investimentos fantasma e outras figuras opacas que gravitam em torno do futebol.

Confirmando-se a intenção do Sporting Clube de Portugal em restringir as relações com fundos de investimento, a AAS vem por este meio demonstrar a sua total solidariedade perante tal medida. 

Comité Executivo Associação de Adeptos Sportinguistas"

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