Dos discursos de Bruno de Carvalho: finanças, orgulho e decisão estratégica!
Muito se tem falado de Bruno de Carvalho nas últimas semanas porque, em parte, o Presidente do Sporting, não deu descanso a ninguém e foram inúmeras as entrevistas nos diversos órgãos de comunicação social.
A poucos dias do eterno derby, continua a afirmar-se que Bruno de Carvalho tem andado a espalhar o ódio, ao velho rival, numa guerra, como alguns afirmam, que só teria tréguas quando o Benfica fosse "dizimado". Sim, eu já ouvi isto.
Nos discursos de Bruno de Carvalho, são 3 os pilares de sustentação para o que ele, diariamente, tem vindo a público referir, defender, atacar, em nome do Sporting: finanças, orgulho e decisão estratégica.
Não há dúvidas absolutamente nenhumas para o estado em que se encontrava o Sporting há 3 anos. Salários por pagar, dívidas constantes, contratos megalómanos, serviços de espionagem, esquemas de incriminação para os árbitros, amigos colocados nos postos de decisão sem conhecimento profissional, entre outras coisas mais, por exemplo, roubos, como Godinho chegou a afirmar numa sessão de esclarecimento.
As finanças do clube foram delapidadas. Os resultados estavam à vista, nem vou falar da parte desportiva e do miserável sétimo lugar que nos atirou para fora das competições europeias e que foi, não se esqueçam disto, a pior classificação de sempre na história centenária do Sporting na Liga Portuguesa.
Neste primeiro ponto, ao contrário do que muito se fala, e já confirmado por quem esteve nas reuniões, foi esta Direcção que teve a capacidade para reestruturar financeiramente o clube. Não foi trabalho do Bruno de Carvalho, foi também do Carlos Vieira e outros elementos absolutamente fundamentais na estrutura do clube. E depende, como todos se lembrarão, ou pelo menos, os 1.500 sócios que estiveram na célebre AG numa tarde de 40 graus, também de nós para ajudar a equilibrar e estar atento e vigilante ao que esta direcção vai fazendo. As VMOCs não se resolvem sozinhas.
O segundo pilar dos discursos de Bruno de Carvalho assentam no orgulho Sportinguista. Sejamos sérios, estava dizimado!
Vejamos uma série de acontecimentos em ordem cronológica inversa. Godinho no TAS, Godinho e Jorge Jesus já podia estar há 2 anos no Sporting, "Se não tivesse vindo para cá, o Sporting acabava", os 100 milhões, Paulo Farinha Director do Futebol Profissional, "Sá Pinto é o meu técnico para o triénio", Domingos despedido, Irene Palma, Carlos Barbosa, a bajulação ao Porto e ao seu Presidente e até o Salvador de Braga lhe ligou, a capa do Jornal do Sporting no natal com ceia da Páscoa, em 2011 falava-se sobre o pavilhão quando o financiamento estivesse fechado e por aí fora, em Março de 2011 falava-se em Auditoria que nunca se realizou. Chega?
Mas perguntarão, que raio tem isto a ver com o orgulho? Tem muito, isto foram episódios atrás de episódios, com falta de resultados desportivos, que nos foram colocando cada vez mais para baixo, sem estima e amor próprio, a ver tudo e todos gozarem-nos sem que houvesse uma resposta cabal ao nível da dimensão do Sporting.
O orgulho Sportinguista atingiu o seu nível mais baixo. E era necessário recuperá-lo. Muitos poderão não concordar com alguns dos métodos de Bruno de Carvalho. Eu assumo isso. Exageradas entrevistas, uma excessiva procura de atacar o Benfica, alguma demagogia que, por vezes, mostra um Sporting sempre na posição de atacado e que nada que lhe acontece é por culpa própria. Aceito sem problemas.
Mas direi, sem receios, que prefiro um Sporting como este, na luta pelos seus ideais, com respeito pelos adversários, e tenho-me batido muito por isso, a procurar aquilo que entende que é a verdade no futebol nacional. É fácil para os adversários dizerem que somos "calimeros" quando se está no topo, mas não muito longe desta data, também eles já procuraram pela verdade, que agora parece já não interessar.
O Presidente do Sporting trava as guerras, que pode ganhar ou perder, mas há ali uma convicção forte de defender o clube, algo que há muito não acontecia para os nossos lados.
Por fim, a decisão estratégica, o terceiro pilar destes discursos, colocar o Sporting no centro de grandes decisões. Foi o que se viu. Muitos, mais uma vez preferem focar-se no estilo do Presidente, na voz rouca, no "Vale e Azevedo" ou no "Pintismo", nas guerrilhas, eu prefiro focar-me na mensagem, embora reconheça como disse em cima, que poderia e deveria ser melhor trabalhada.
O Sporting começou por apresentar medidas para a credibilização do futebol nacional, fê-lo pelos meios próprios aos órgãos decisores que poderiam ter alguma influência. Depois seguiu-se a grande batalha contra os fundos, não na forma como eles existem, mas na falta de credibilidade de quem os dirige, casting num dia, CEO no outro. A obscuridade dos princípios dos fundos foram e continuam a ser debatidos e o Sporting encetou essa guerra desde o início do mandato desta Direcção.
Há algum Sportinguista que olhe para o contrato do Rojo e não sinta que, o clube, o Sporting, que é o centro do negócio, seja a parte mais maltratada do processo, e, provavelmente a que ganharia menos, sem um pingo de vergonha no que se estava a fazer?
Depois seguiram-se medidas para credibilizar o futebol, seja o vídeo árbitro, a Presidência da Liga ou do Conselho de Disciplina, o Sporting disparou para tudo, é verdade, mas nada que outros Presidentes, outros adeptos, já tivessem manifestado anteriormente e que agora preferem assobiar para o lado.
O Presidente do Sporting quis recolocar o Sporting no centro das atenções quando falamos deste tipo de decisões e isso só pode agradar os Sportinguistas.
Muitos amigos, rivais, continuam a achar que eu olho para o Presidente do Sporting e estou iludido. Não consigo ver isso, com sinceridade. Vejo um clube que está agora mais forte na capacidade de resposta aos ataques que nos façam e que tem na figura máxima da hierarquia alguém, que, repito, esqueça-se alguns desvarios, tem um posição de líder, agressivo na defesa dos interesses do Sporting e que cumpriu, para já, uma grande parte das promessas eleitorais.
Os resultados desportivos vão ditar a sua continuidade à frente do clube e essa será debatida e esmiuçada na devida altura, e como bem sabemos, conta muito para a decisão de renovação ou não desta Direcção à frente do clube.
Comentários
Subscrevo, prefiro um presidente adepto que dá a cara pelo clube e que vai para a frente de batalha do que a inércia e apatia anteriores.
Vale e Azevedo de Alvalade?
WISHFUL THINKING lampionico!
Mais facilmente o vejo como Pinto da capoeira de Alvalade!
SL
Lanterna Verde
SL
A questão é que mais importante que a táctica utilizada, é a mensagem que está associada e isso é que interessa discutir.