No ciclismo fomos anjinhos!
É inevitável falar do ciclismo. O imbróglio deste fim de semana entre Sporting e W52 não pode passar despercebido. Vamos por partes.
I. O regresso do ciclismo
Há muito que o desejo. Já o tinha manifestado por diversas vezes aqui no blogue, gostava que o Sporting voltasse a ter as bicicletas com ciclistas de leão ao peito a correr por este país fora. Era um gostinho especial ver isso acontecer numa Volta a Portugal. Somos um clube histórico na modalidade com grandes ciclistas inscritos nos feitos nacionais e internacionais.
II. Anúncio
Foi feito no jornal do Sporting, com destaque na primeira página, lá dentro uma peça extensa, com honras de televisão com o Presidente, Vicente Moura e os responsáveis da W52. O regresso do ciclismo do Sporting, sabia-se nessa altura, era em parceria com essa conhecida marca que nos últimos anos tem dominado o ciclismo em Portugal.
III. As dúvidas
Ao princípio fiquei contente porque finalmente o ciclismo do Sporting ia regressar às estradas. Mas, achei prudente esperar por mais detalhes. Em boa hora o fiz sem que isso me impedisse de algum contentamento. Rapidamente, um anúncio que todos salutámos, tornou-se num aparente problema que teríamos de lidar. O Sporting tinha como Director Desportivo, na sua equipa de ciclismo, alguém ligado ao doping. O que pensar disto?
IV. Vencer a todo o custo?
À partida, a parceria com a W52 tinha tudo para levar a resultados positivos. Vencer, por exemplo, uma Volta a Portugal passaria a ser um dos objectivos. A grande questão, no entanto, que tinha sido alvo de discussão, principalmente no sábado, passava pelo desejo de vencer a todo o custo.
O Sporting queria ser liderado, nesta parceria, por alguém que recentemente teve este tipo de problemas? Estamos assim tão desejosos de vencer a todo o custo?
Claro que, na noite de domingo, depois de saber-se do acordo da W52 com o Porto, muitos lembraram que Joaquim Agostinho já tinha penalizado por 2 vezes com doping, até cheguei a ler que o Teo Gutierrez também teve problemas com doping. E?
É passado, temos o direito de querer mudar alguma coisa, isso nunca esteve em causa.
V. Volte face, mais explicações
No domingo ficámos a saber que o acordo W52/Sporting tinha ido pelo cano, agora vigorava um novo, W52/Porto e afinal, o regresso do ciclismo era a norte.
Sejamos sinceros foi uma bicada forte no Sporting pelo Porto. Não há dúvidas disso por mais comunicados que se façam.
Aliás, o Presidente e bem, voltou a dar novas explicações já perto da meia noite, após o comunicado do ciclismo do Sporting, do anúncio do Porto, que serviram para dizer um pouco mais sobre o acordo falhado, mas essencialmente para apontar baterias para outros alvos, neste caso a Liga Europa. Era tempo de desviar a conversa para outras coisas.
VI. Dúvidas
São muitas e ainda por esclarecer.
Afinal para que serve o Comandante Vicente Moura? Não sabia dos problemas de doping, no passado, dos elementos da W52, sendo ele responsável pelas modalidades?
Vamos anunciar um acordo no jornal e na televisão sem que ele esteja assinado?
O Sporting não sabe quem é o responsável pela W52, para ser anjinho ao ponto de negociar sem analisar profundamente as partes que vão integrar esta nova parceria e para perceber que, falhando alguma coisa e sem documentos legais, que ele iria procurar outra via?
Vai o Sporting continuar a procurar parcerias no ciclismo que lhe permitam regressar em breve?
O Sporting pode alegar o doping, a verdade desportiva e tudo isso, mas nunca iria anunciar um regresso tão importante e relevante para o clube sem que toda a negociação tivesse terminada onde se incluiria a verificação de factos passados. Não esperava, pelo trabalho que esta direcção tem feito no Sporting, que isto pudesse acontecer.
Fomos anjinhos!
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