União da Madeira 1-0 Sporting :: traídos pela confiança!
Quando Jorge Jesus assinou pelo Sporting fiquei contente porque o clube passava a ter, finalmente, o melhor treinador nacional e um dos que mais ganhou a nível europeu principalmente se tivermos em conta o orçamento das suas equipas. Sou fã, sempre fui, do seu trabalho e nunca o escondi mesmo quando estava no velho rival. A sua entrada em Alvalade elevou e muito a possibilidade do Sporting poder lutar pelo título. Era o meu desejo!
Fiquei também, mas isto num plano mais pessoal, a pensar cá para mim, crente que o homem era capaz de montar uma equipa, com o orçamento possível, que fosse o suficientemente capaz dar luta até ao final pelo título contra o Porto e o Benfica. A certa altura acreditava mesmo que podíamos não vencer os jogos todos, mas coisa era para andar lá em cima e atirar a derrota, a acontecer, o mais longe possível no tempo.
Quando abriu o campeonato em Aveiro, diante do Tondela, e aos 85 minutos mudei de local na bancada, porque um adepto por vezes agarra-se a tudo, e não demorou muito a aparecer a grande penalidade que nos deu os 3 pontos, percebi que, neste Sporting, o "rolo compressor" não iria existir.
Somos Sportinguistas, além do mais, sofremos sempre pelos 3 pontos. E assim foi, contando-se pelos dedos de uma mão, os jogos que facilmente resolvemos para o campeonato nacional esta época.
Seguiram-se as 7 vitórias seguidas, agora mais recentemente, e a crença de manter um Sporting invicto foi aumentando. O Sporting conseguiu a liderança isolada até ontem quando caiu com estrondo.
Dominamos o jogo, as estatísticas estão todas do nosso lado, mas fomos displicentes por não acreditarmos que, o mais improvável, e isto é futebol, poderia acontecer. Aliás, o lance do golo da União da Madeira é a prova que dentro de campo, os nossos jogadores não acreditavam ser possível sofrer um golo. É que o lance começa ainda no meio campo deles e nós com tantos jogadores para resolver aquilo!
É talvez aqui que faço, ao fim de 14 jornadas no campeonato, a minha única crítica a Jorge Jesus. Já foram alguns os jogos que o Sporting teve dificuldade em vencer. Não por falta de oportunidades, posse de bola, ataques, remates, cantos, livres, escolham o indicador estatístico favorável e foi sempre complicado conseguirmos o golo. Ontem, a equipa esperou que isso fosse acontecer mais uma vez. Não correu bem, e até contra a corrente do jogo sofremos o golo da derrota que ninguém estaria à espera. A ironia é que foi logo contra uma equipa com "11 CR7"!
O Sporting de Jorge Jesus tem pouco mais que 14/15 jogadores, daí que a aposta forte do treinador leonino seja o campeonato. Do 11 titular que todos praticamente conhecemos, depois entram os 3 ou 4 do costume. Tem faltado a JJ um plano B para dar a volta a estes jogos complicados com equipas que não querem jogar, e não são poucas no campeonato nacional. Daí que a minha crítica seja direccionada para o facto de ainda não ter sido possível perceber como dar a volta com outro tipo de tácticas que envolvesse alterar por completo o figurino da equipa, que, até certa altura do jogo não estava a resultar.
Por exemplo ontem, com a União sem rematar o jogo todo, com 11 jogadores atrás da bola em grande parte do tempo, porque não alterámos o esquema defensivo, havia necessidade de manter os 2 centrais? Seria mais produtivo arriscar com um esquema de 3 defesas ao invés dos 4 com que terminámos o jogo? Terá sido a melhor opção colocar Tanaka no lugar de Ruíz?
Claro que depois do jogo é simples falar, criticar e achar que as nossas soluções são as melhores para alterar o curso do jogo. É assim e sempre será com os treinadores de bancada. Adiante!
Perdemos mas não entrámos em depressão. Sabemos que nos camarotes continuam os festejos, que já vinham desde quarta, mas, hoje de manhã quando fui ver os jornais, e já melhor da azia de ontem à noite, olhei para a classificação e não encontrei o Sporting em 7º lugar mais perto da descida que do cima da tabela.
Aliás, continuo a ver a equipa a depender de si para ser campeã e dia 2 de Janeiro, do novo ano, há um clássico que ganhou ainda mais importância, não pela vitória, porque jogamos sempre para ela, mas porque podemos e queremos recuperar a liderança no campeonato que, e é bom que se perceba isso, é ainda a três!
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