Real Madrid 2-1 Sporting :: apesar de tudo, é este o caminho!
Não está nada fácil digerir a derrota desta noite. Aos 82' quando Ronaldo atirou ao poste, acreditei por breves instantes que o (grande) jogo que o Sporting estava a fazer ia dar frutos. Três!
Voltemos ao dia do sorteio da Liga dos Campeões e quando nos calhou em sorte: Real Madrid e Borussia de Dortmund. Disse e volto a repetir que é contra estas equipas que construímos prestígio internacional. A jogar contra os melhores, e no caso desta noite contra o campeão europeu, que a motivação atinge o seu ponto mais alto. Dos que entram em campo e dos que ficam na bancada.
Por fala na bancada, as do Bernanabéu estavam cheias. Uma parte, por volta de 5/6 mil adeptos vestidos de verde e branco. Incansáveis no apoio ao Sporting antes, durante e depois do jogo. Foram a nossa voz, a de mais de 3 milhões de adeptos. Cumpriam o seu papel, tal como os que vestiram a camisola com o emblema do Sporting Clube de Portugal subiram a um dos relvados mais temíveis da Europa.
O 11 que Jorge Jesus apresentou em campo acabou por ser o esperado. De tarde, numa pequena antevisão ao jogo, no twitter atirei os nomes que iriam ser titulares. Não falhei um. O Sporting foi a Madrid com um reforço na equipa principal, Bas Dost.
Mas o mais incrível, é que se me dissessem que em 2016/17 iríamos entrar na Liga dos Campeões com 10 jogadores no 11 que praticamente foram a base da equipa na época transacta, eu não acreditaria. E depois olho para o banco e ainda encontro: Campbell, Markovic, Elias ou André. Nada mau!
O Sporting começou a primeira parte a mostrar que não estava em Madrid para ser o bombo da festa como muitos apregoavam. Bruno César deu o mote aos 2 minutos, Gelson, melhor em campo até ser substituído, repetiu a façanha meia dúzia de minutos depois.
O Real Madrid percebeu que tinha de arregaçar as mangas para levar de vencida o Sporting. Equilibrou a partida, subiu no terreno, mais posse de bola, transições rápidas, principalmente a explorar o lado direito por Bale onde Marvin estava com dificuldades. Mas as oportunidades de golo eram nulas.
Enquanto isso, Gelson continuava com a confiança incrível com que iniciou a época, ora para cima de Marcelo, ora fugindo pela extrema direita, sem medos, ora a servir Bas Dost, ora por vezes a rematar a baliza de Casilla com muito perigo.
Foram 5 os remates que o Sporting fez na primeira parte, os mesmo que o Real Madrid. O nulo justificava-se!
A segunda parte começa com o golo de Bruno César. Colocado, sem hipótese para o guardião do Real Madrid, após assistência de Bryan Ruiz. Até aos 60 minutos a história manteve-se igual à da primeira, a um Real Madrid sem soluções, respondia um Sporting personalizado, forte defensivamente, ameaçando poder chegar ao segundo golo.
O minuto 63 marca, na minha opinião, este encontro.
Gelson arranca pela direita, passa por Marcelo, e enquanto os adeptos do Real Madrid consultavam o seu smartphone para perceber quem é este miúdo que estava a encantar uma noite de Liga de Campeões, a bola é colocada com classe na pequena área onde Bas Dost só teria de encostar. O holandês mal lhe tocou. Teria sido o golpe fatal!
Logo de seguida JJ tira Gelson para colocar Markovic, pensava trazer mais frescura física e a mesma velocidade, e mais tarde Elias reforçava o meio campo saindo Adrien esgotado.
Entre a queda de qualidade do jogo do Sporting, natural pela entrada de dois elementos novos e que ainda não estão entrosados com a equipa, um Real Madrid a subir no terreno desesperado por um golo que o colocasse de novo na rota da vitória e um hino Português cantado a plenos pulmões pelos adeptos Leoninos, Ronaldo, sempre ele, e voltámos ao tal lance do poste. Foi o aviso do que se seguiria.
Repetiu o que sempre consegue contra o Sporting (e contra os clubes Portugueses em geral) e marcou um livre de forma irrepreensível que Patrício, quase sem trabalho a noite toda, não conseguiu evitar. O empate estava conseguido.
Até podia aceitar este 1-1 como um resultado justo, nunca a vitória do Real Madrid. E aqui volto à experiência das grandes competições. Com calma, nunca teríamos perdido a bola a 30 segundos do final dos descontos e que originou o segundo golo do Real. Foi cruel!
A vitória não é moral, não há cá dessas coisas neste Sporting. Perdemos, não conseguimos o nosso objectivo, a equipa lutou e merece o nosso aplauso. A resposta terá de ser dada no Estádio dos Arcos cheio de adeptos verdes e brancos de leão ao peito.
Termino com a flash-interview de Jorge Jesus logo após o jogo terminar, onde se viu um treinador completamente desorientado, com dificuldades em articular as palavras. Foi duro perder um jogo que JJ, a certa altura, pensaria que estava ganho, como tantos de nós.
O caminho, apesar de tudo, é este. Saibamos seguir juntos sem nunca desistir!
Viva o Sporting Clube de Portugal!
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