Sporting 1-2 Real Madrid :: dignidade, acima de tudo!
Foto: NurPhoto |
Habitualmente, escrevo as crónica dos jogos do Sporting mais cedo. Por norma, gosto de esperar pelo dia seguinte, pela manhã, para reflectir melhor sobre o jogo. Hoje, excepcionalmente vai mais tarde porque fiquei bastante chateado com o resultado e a saída da Liga dos Campeões.
Se recuarmos ao dia do sorteio disse, na altura, que era importante jogarmos com equipas fortes. São essas equipas que transformam as noites de terça e quarta feira em verdadeiras noites europeias. É com estas equipas que a equipa cresce. Claro que as chances de apuramento descem. Mas não tenho dúvidas que os 50.046 adeptos que estiveram em Alvalade deram por bem empregue o tempo despendido na noite de ontem.
O Sporting fez 4 bons jogos contra Borussia de Dortmund e Real Madrid, mas conquistou zero pontos. Isso dói-me. Esperava, nesta altura, ter equipa (sorte e boas arbitragens) para algo mais. Fica a dignidade com que os jogadores se entregaram em cada partida e com a certeza que é preciso lutar para, pelo menos, avançarmos para a Liga Europa.
De uma coisa tenho a certeza com o jogo de ontem. Somando as três anteriores partidas contra os dois primeiros classificados do grupo, a este nível não podemos desperdiçar tantas oportunidades de golo. Os erros, quando do outro lado estão jogadores de classe mundial, pagam-se caro. Muito caro!
O jogo contra o Real Madrid estava carregado de simbolismo pelo regresso de Cristiano Ronaldo a Alvalade. Casa que o deu a conhecer ao mundo, o estádio que viu o nascimento de uma das maiores estrelas do futebol mundial de sempre. Era uma oportunidade clara para o receber com pompa e circunstância.
Quando Ronaldo regressou a Old Trafford em 2013, e sendo eu um adepto do Manchester United, fiquei bastante emocionado pela forma como foi recebido por todos em Inglaterra. Lembro-me na altura pensar que, um dia, quando ele regressasse a Alvalade deveria ter algo do género. E teve!
Não sei se no passado seria possível recebê-lo como ontem aconteceu, mas foi uma cerimónia pensada na grandeza de 3 entidades: Sporting, Real Madrid e Cristiano Ronaldo.
Só alterava uma coisa. Os estandartes que foram colocados no estádio a homenagear figuras importantes da vida do clube não contavam com Simão Sabrosa, e bem, mas também não deveria contar com João Moutinho. Fica o meu repúdio!
Em sentido contrário, bem o Sporting a aproveitar o facto de Eric Cantona estar relacionado nos últimos tempos com o clube ao atribuir-lhe o número 150 mil como sócio do Sporting Clube de Portugal.
Do jogo, pelas razões faladas em cima, não tenho muito mais a dizer. O Sporting começou bem a partida, mostrando que a vitória era o único resultado que lhe interessava. Claro que o Real Madrid, fruto da qualidade da sua equipa, equilibrou, mais posse de bola e precisão de passe. Ficou, a certa altura, que jogavam o que era necessário para manter intacta a qualificação para a fase seguinte.
Mas, como referi, a este nível não podemos falhar tantas oportunidades. O remate de Bruno César na área, o livre directo, a oferta a Bas Dost no final da primeira parte, os remates de Gelson e por aí fora, foram mais que suficientes para outro resultado.
Isso e, obviamente, não podemos contar que os árbitros façam, pelo menos, um trabalho imparcial. Decididamente, na Liga dos Campeões o fosso entre os mais ricos e os outros vê-se nos orçamentos e no pendor de certas decisões.
Agora que a saída da Liga dos Campeões está confirmada, é preciso ir a Varsóvia para vencer. Nem quero saber que o empate é o suficiente!
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