Football Leaks, Expresso e o silêncio comprometido
imagem: EIC |
O Football Leaks quando apareceu tinha como intenção mostrar a podridão do futebol, os negócios obscuros que são efectuados, independentemente do clube visado. No início, quando surgiu em Portugal, o alvo foi o Sporting e isso levantou-me algumas dúvidas, mas rapidamente vieram a público outros documentos e a chamada de atenção era transversal.
Depois começaram as ameaças, nomeadamente da Doyen, até o silêncio tentaram comprar porque muitos dos documentos que vinham cá para fora estavam relacionados com esta duvidosa empresa.
Em Abril de 2016 o blogue do Football Leaks decide fazer uma pausa. Sete meses depois regressa, agora num formato mais abrangente.
É criado um consórcio com o Der Spiegel, The Sunday Times, o Expresso, El Mundo entre outros com acesso à plataforma com perto de 19 milhões de documentos para revelar histórias e negócios que ocorrem na indústria do futebol.
O Expresso, em Portugal, tem adicionado essa informação no seu Tribuna, e diariamente no Diário Digital têm avançado com informações importantes sobre negócios nas off-shore, fugas de impostos, agentes em incumprimento e por aí fora.
Quando uma das revelações foi sobre Cristiano Ronaldo, o El Mundo sofreu alguma pressão, principalmente o seu Director pelo media da capital espanhola, inclusive um juiz bastante polémico em Espanha proibiu a difusão das notícias relacioanadas com o Football Leaks.
Por cá, o Expresso continua com o excelente trabalho, infelizmente sozinho, e estranho até que os desportivos nacionais pouco ou nada refiram sobre o que diariamente se vai conhecendo. Por exemplo, o negócio Casemiro e o agente D'Onofrio não é suficiente para se falar e debater?
Hoje mesmo, o jornalista Duarte Levy, freelancer e bem conhecido nas redes sociais, lançou um tweet onde se referia ao Football Leaks:
Não foi publicada peça #FootballLeaks que entreguei há semanas a media português e que implicava transferências de @SLBenfica e @FCPorto— Duarte Levy (@DuarteLevy) 15 de dezembro de 2016
Não é explícito quem é o orgão de comunicação social visado, o Expresso certamente não será, provavelmente algum em que Jorge Mendes e afins tenham mais influência.
Com bloqueios ou não, o certo é que o Football Leaks e o consórcio continuaram a informar-nos sobre o que se tem passado nos últimos tempos em relação a certos negócios que gravitam pelo futebol.
Refiro por fim, que independentemente do clube visado, lutar pela transparência do futebol será sempre um trabalho importante a realçar!
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