Chaves 2-2 Sporting :: vergonhosa atitude em campo!
A vontade de escrever sobre o jogo do Sporting em Chaves é proporcional à atitude que a equipa teve em campo durante os 90 minutos. Pouca, muito pouca. Mas, ao contrário deles que são profissionais, o texto vai sair, pelo menos, pela experiência que é uma viagem destas e o que representa para muitos Sportinguistas.
Habitualmente compro o bilhete para os jogos do Sporting no Solar do Norte. É um ritual quase natural. O Solar coloca no site deles a página para reserva dos bilhetes, às sexta feiras levantámos os ingressos, segue-se a viagem e o jogo. Desta vez não foi possível, não vou abordar as regras e o que se passa nos bastidores, mas continuo sem perceber como raio os núcleos desta zona não têm acesso a mais bilhetes, principalmente para jogos a norte do Rio Douro.
A viagem a Chaves marcava um regresso do Sporting em jogos da primeira divisão 18 anos depois. Já tinha tudo combinado com um amigo, de Lisboa, a ida a trás-os-montes desde que o calendário foi conhecido. Sabíamos que seria por volta de janeiro. Que maravilha, melhor era quase impossível. Frio na certa, daquele que só se sente naquelas bandas e que é tradicionalmente um cartão de visita da região.
Mas desta vez havia o problema adicional, e os bilhetes?
Queixo-me na sexta-feira ao Sporting, pelo twitter, a mostrar o descontentamento pela falta de bilhetes. Em Alvalade bilhetes a 13€, não tinham chegado ao Solar, restava-me pagar 25€ e sem garantia de chegar lá e ter o bilhete.
Demorou 5 minutos até aparecer alguém que me solucionou o problema. Não foi o Sporting, foi um Sportinguista. De Faro, que também ia ao jogo!
Sábado encontrámo-nos com eles num restaurante em Valongo. Eles já vinham com 4 horas e meia de viagem. Sentámo-nos à mesa para começar a comer e primeira coisa que aquele grupo que vinha do Algarve me disse a mim e ao João, "vocês não querem ir ao Cazaquistão ver o futsal?".
Nem sabia como responder aquela pergunta. Nem sabia, nem tempo tinha, pois seguiu-se logo um "nós vamos os 4 ver a final four do futsal a Almaty". Enormes!
Conversa em dia colocada à mesa, como mandam as regras e com o tema único do Sporting.
Avançamos para Chaves, eu e o João com hora e meia de viagem, eles, do Algarve, com 6 horas no total e ainda uma passagem por Mirandela.
Chegados ao Estádio Municipal de Chaves, mais conversa, mais comida, acompanha-se o resultado do Benfica, mas o que mais se ouvia entre cervejas e bifanas, "nós temos é de ganhar o nosso jogo"!
Pois é, nós tínhamos de ganhar o nosso jogo. Ter outra atitude em campo. É o mínimo que se pede aos jogadores quando se olha para uma bancada cheia de adeptos do Sporting e se percebe que estão ali de todo o lado do país, com um frio de rachar e que ainda há o regresso a casa!
Ninguém vai ficar no Vidago Palacea relaxar em água quente na banheira. Não!
Por isso, compreende-se perfeitamente os insultos no final do jogo, ainda no estádio, e, claro, mais tarde na saída perto do autocarro.
O Sporting fez muito pouco para sair de Chaves com os 3 pontos. Salvou-se Bas Dost!
Continuarei, obviamente, a apoiar e acompanhar a equipa sempre que possível, mas do balanço que se fizer sobre o que está a passar nesta época terá, obviamente, que ser feito e daí saírem alterações profundas. Seja ao nível do director desportivo, da comunicação ou da (falta) de atitude, mas com um orçamento dos mais elevados dos últimos anos esperava-se muito mais. E não vale assobiar para o lado e continuar constantemente a criticar os homens de preto!
Comentários
Infelizmente o nosso sportinguismo tem muito pouco reconhecimento por quem ganha milhares de euros no final de cada mês.
Mas estas jornadas valem sem dúvida pelo convívio entre sportinguistas e na esperança por dias melhores que estes que vivemos.
SL
Não tirem de lá o JJ, por muito que isso custe financeiramente ao SCP, que não sobrará pedra sobre pedra a continuar assim.