Sporting 0-0 Porto :: um nulo no assalto à liderança!
"Na próxima época não poderemos continuar a investir se os sportinguistas não disserem presente."
Na passada sexta feira esta frase, dentro de um determinado contexto de resultados económicos do Sporting, foi proferida por Bruno de Carvalho na Assembleia Geral da SAD. Numa AG em que tanta coisa de positivo foi apresentada e votada favoravelmente, era desnecessário referir-se nestes termos a quem nunca abandona no clube. Nem no período de maior seca do clube, nem, como agora, numa altura em que o título de campeão nacional já foge há 15 anos. Os Sportinguistas nunca, em momento algum, no apoio em campo seja no futebol ou nas modalidades abandonaram o clube.
Reconhecem, como todos sabemos pelos diferentes resultados eleitorais, o esforço que a direcção tem feito para que o clube fosse recuperando, aos poucos, muito do que se tinha perdido nos tempos mais recentes com outras direcções, mas não vale a pena insistir na tecla do "precisam de estar mais presentes".
Se nos centrarmos no futebol, os estádios por onde o Sporting tem passado, praticamente esgotam, alguns deles com preços de Liga dos Campeões. Veja-se por exemplo em Moreira de Cónegos os bilhetes a 35€, tanto quanto um Sportinguista vai pagar em Turim, ou em Alvalade, onde a venda das Gamebox foi muito positiva, e, ainda recentemente tivemos na quarta-feira um estádio praticamente esgotado com o Barcelona, e 4 dias depois, ontem, contra o Porto novamente o mesmo cenário.
Particularmente, gostaria de lembrar ao Presidente do Sporting, que, quem como eu, está a 300 km de "casa", em 5 jogos que vi ao vivo (Vila das Aves, Guimarães, Santa Maria da Feira, Moreira de Cónegos e Lisboa, contra o Porto) já gastou em média 41€ por jogo (despesas todas sem alimentação). É o preço a pagar pelo amor que se tem ao clube, abdicando de tantas outras coisas que gostámos de fazer, inclusive, estar com a família.
Mas fazemo-lo com muita paixão e cada jogo é vivido com um amor intenso e uma vibração incrível no apoio ao Sporting.
Ontem foi mais um grande dia de Sportinguismo. Como compreendem, para quem vive longe de Alvalade cada jornada destas é uma injecção de adrenalina nas nossas veias carregadas de amor pelo clube. Revemos amigos, conhecemos novos, falamos de futebol, bebemos e comemos, um ritual que deveria estar decretado por lei.
Assumo, sem problema, que não estava com receio do jogo. O Porto vinha de um grande jogo de futebol da Liga dos Campeões, moralizado pela vitória diante do Mónaco, mas o Sporting também tinha conseguido reagir bem à adversidade de jogar contra uma das melhores equipas do mundo, o Barcelona. O duelo iria acontecer, essencialmente, no centro do terreno.
Foi aí que Jorge Jesus perdeu para Sérgio Conceição, especialmente na primeira parte. Não chegámos ao intervalo em desvantagem porque não calhou.
O dia não começou bem quando se percebeu que Fábio Coentrão não iria jogar, o que significava que Jonathan Silva, a não ser que JJ fizesse algo fora do normal, como colocar Ristovski em campo, ia ser a solução. Solução para o jogo, que não é neste momento solução para o Sporting. Há um problema na esquerda que precisamos de resolver rapidamente!
O dia não começou bem quando se percebeu que Fábio Coentrão não iria jogar, o que significava que Jonathan Silva, a não ser que JJ fizesse algo fora do normal, como colocar Ristovski em campo, ia ser a solução. Solução para o jogo, que não é neste momento solução para o Sporting. Há um problema na esquerda que precisamos de resolver rapidamente!
O Porto nos primeiros 45 minutos foi mais forte no meio campo, mais qualidade e mais pressão, melhores transições ofensivas e um rigor defensivo superior ao nosso. Foi uma imagem pálida da nossa capacidade enquanto equipa de futebol e que ainda há 4 dias tinha "secado", em grande parte do jogo, o Barcelona. Tudo isso visível pelo primeiro e único remate que fizemos aos 43'. Muito pouco!
O intervalo chegou e fez-nos bem. Por esta altura estava em conversa com o amigo Zé e olhava para o banco do Sporting, para o esquema táctico que tinha visto na primeira e o que se poderia esperar da segunda, e pensava que Jorge Jesus não tinha um trabalho fácil pela frente.
Quem poderia sair? Quem poderia entrar? Como mexer e garantir que a qualidade de jogo do Sporting ia modificar para melhor?
O Sporting entrou na segunda parte com a mesma equipa, embora mais subido no terreno, mas era clara a falta de clarividência de Bruno Fernandes, tem uma perdida incrível de golo, e Gelson que continua com grandes dificuldades em campo, não sei se físicas ou de outra natureza.
A resposta para a alteração do nosso marasmo foi Bruno César e acabou por surtir uma parte do efeito desejado. O Sporting passou a ser mais dominador e finalmente começou a ocupar com maior regularidade o último terço do terreno e a visar a baliza de Casillas. O Porto perdeu intensidade, baixou as linhas e jogou quase sempre pelo seguro. Afinal de contas, o empate era sempre melhor para eles que para nós.
O que eu não percebo é porque Jorge Jesus fez apenas mais uma substituição, aos 89', numa equipa que se percebe que está no limiar do esforço físico. Não oferecem garantias os que estão no banco Tinha havido espaço, no meu entender, para colocar Podence mais cedo e na minha humilde opinião, fazer entrar Palhinha para forçar o domínio no meio do terreno.
Nos últimos 10 minutos de jogo viram-se duas equipas que não queriam perder. Se compreendo essa posição do Porto, do Sporting, estando a jogar em casa e a procurar retomar a liderança do campeonato nacional, teríamos de procurar por muit mais.
Rui Patrício foi o homem do jogo. Aos 40' evitou o que muitos de nós pensaríamos que não iria acontecer, o Porto ir a vencer para o intervalo. Aos 78' tirou o golo a Marega.
Duas notas finais fora do jogo jogado.
Bonita homenagem do Sporting a Adrien Silva. Não percebo os tímidos assobios que se ouviram vindos da bancada por alguns Sportinguistas. Ontem não era dia para isso!
A outra vai para as relações institucionais entre os dois clubes. Percebo que isso aconteça e deva ser mantida com todos os clubes, não compreendo aquele aperto de mão entre os Presidentes e os sorrisos. Apertamos a mão de quem, em breve e quando puder, nos irá apertar o pescoço!
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Abraços