Sporting 1-0 Vitória SC :: liderança arrancada a ferros!

foto: Carlos Costa/NurPhoto via Getty Images

Foi uma vitória sofrida, mas justa, que vale a liderança no campeonato. O Sporting viu os principais concorrentes empatarem e não tinha outra caminho a percorrer a não ser o que levaria à conquista dos 3 pontos. Foi um bom jogo? Não. Há muito sofrimento e dificuldade na equipa para conseguir levar de vencida os adversários, principalmente nos últimos 4 jogos, e o esforço físico não explica tudo.

Quando a equipa foi anunciada percebeu-se que Jorge Jesus iria apostar na fórmula que permitiu ajudar a conquistar a Taça da Liga diante do Vitória FC. A equipa que esteve nos segundos 45 minutos foi (praticamente) a mesma que ontem iniciou diante do Vitória SC e seria mais que capaz de conseguir levar de vencida o adversário num jogo que se esperaria nervoso.

Mas a primeira parte não correu como seria esperado apesar dos 74% de posse de bola e dos 84% de sucesso nos passes (contra 62% do Vitória), essencialmente porque não criámos oportunidades de golo, porque rematámos pouco e porque Pedro Martins viu como Couceiro montou o Vitória FC na primeira parte da final da Taça da Liga e subiu (também) muito a equipa, pressão constante, levando a que o Sporting praticamente só conseguisse alguma superioridade no ataque quando William Carvalho lançava os homens da frente.

Os primeiros 45 minutos foram um desastre e levantam algumas questões como:

- O que se está a passar com o rendimento de Rúben Ribeiro que parece estar a cair a pique? Perdido no campo.
- E Bruno Fernandes porque continua escondido no esquema táctico que tem sido montado nas primeiras partes de alguns jogos do Sporting?

Acrescentando a isto algo que no Sporting160 de segunda feira passada já tinha alertado para a dificuldade do Sporting com equipas em que os extremos são rápidos e móveis. Pedro Martins montou uma defesa compacta lançando Raphinha, Sturgeon, Hurtado e Tallo no ataque à baliza de Patrício, mas, felizmente, a eficácia foi nula.

A segunda parte começa com Montero em campo e Dost lesionado ao fim de 60 segundos. Doumbia saltou para o seu lugar.

Montero está a milhas da sua capacidade e do rendimento que já mostrou no Sporting e não é nesta altura uma opção viável. Doumbia levanta a velha questão do estilo de jogo do Sporting que não está adequado para que ele renda muita mais, ainda assim aos 59' a melhor oportunidade do jogo foi dele, desperdiçada pela falta de confiança e uma boa defesa de Douglas.

Com o tempo a passar e com o nervosismo a aumentar, a preocupação subia em flecha e percebia-se que não estava nada fácil chegar ao golo. Uma bola parada poderia resolver a solução? Um lance de sorte? 

Jorge Jesus decide então lançar Bruno César e foi importante para a diferença de atitude da equipa. 

Mas, decididamente, a esperança dos Sportinguistas na conquista da vitória aumentou porque Mathieu decidiu pegar no jogo e levar a equipa às costas. As arrancadas do francês em direcção à área contrária e a sua capacidade de aparecer no sítio certo resultaram no tão esperado golo aos 84 minutos. Isto depois de Bruno César ter atirado ao poste e Acunã ter tentado marcar aquele que seria o golo do ano no mundo futebolístico!

O Sporting arrancou uma vitória a ferros e chegou ao primeiro lugar do campeonato nacional ainda que à condição. 

Hoje arranca o mês de Fevereiro e há 7 jogos pela frente em 3 competições: Liga Portuguesa, Taça de Portugal e Liga Europa. Estar na liderança do campeonato, invicto nas competições internas e ainda a disputar todas as competições em que estamos envolvidos é muito bom.

Para já conquistámos o menor dos títulos, mas não há dúvidas que o caminho é este que queremos continuar a traçar no rumo aos objectivos principais.

Nota final para o pontapé de saída do jogo que foi dado por Daniel Raimundo, um doente em fase terminal e adepto Leonino. O futebol é muito mais que os milhões que o envolvem e ontem foi possível realizar um sonho de um homem que só quer ver o seu clube campeão!

Comentários

Unknown disse…
Não sei se o JJ quer meter o Wendel no congelador até para o ano. O selecionador brasileiro já deve estar a pensar em arranjar uma picareta e um martelo para poder partir o gelo e pode-lo convocar. Aproximam-se os jogos no Dragão e o nosso meio campo devia evoluir rapidamente para a sua formula mais ofensiva, que será com William, Wendel e Bruno Fernandes atrás do Bas Dost ou do Doumbia. O Rúben Ribeiro raramente entra na área e não tem a mesma rapidez, capacidade de remate ou capacidade de aparecer em situações de finalização que tem o Bruno Fernandes. O Battaglia é bom jogador mas o Wendel é de outra estirpe e pelo potencial enorme que tem, devia começar a jogar alguns minutos para poder ser opção e uma arma nos jogos decisivos que se aproximam. É o típico jogador que habitualmente vai parar a outras bandas e nós não tínhamos capacidade para ir buscar. Se tivesse ido para o Porto emprestado pelo PSG o seu processo de integração se calhar já estaria mais acelerado. O rapaz não veio do Brasil a saber tudo mas também não veio sem saber nada, e o PSG não quereria emprestar um jogador para depois não jogar.
Mister JJ acelere lá a lição táctica e coloque o Wendel a jogar para que ele possa fazer golos nos jogos decisivos que se aproximam.

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