Belenenses 3-4 Sporting :: a noite dos Brunos!
foto: Gualter Fatia/Getty Images |
Numa altura em que tão mal se fala da Liga Portuguesa pelas diversas controvérsias que fomos assistindo durante o ano, há que realçar o fantástico jogo que ontem pudemos assistir entre o Sporting e o Belenenses. O Sporting venceu, diria que com alguma justiça, se é que isso existe no futebol, mas o Belenenses, este Belenenses de Silas joga bem e não pode deixar ninguém indiferente.
No relvado do Restelo estiveram duas equipas que lutam pelos seus objectivos, apoiadas pelos seus adeptos e que dignificaram o futebol português numa belíssima partida arbitrados por uma equipa que irá ver o Mundial em casa porque são fracos e pouco ou nada fazem para melhorar essa situação.
Aos 8 minutos de jogo o Sporting sofreu o primeiro golo do encontro marcado por Yebda através de um pénalti que, atrevo-me a dizer, só poderia ser marcado contra nós. Rui Patrício na pequena área supostamente, segundo Bruno Paixão, fez falta sobre Yazalde. Curioso, que ainda há 2 semanas, em Braga, num jogo em que perdemos 3 pontos, o Bas Dost é abalroado pelo guarda redes e nem com recursos ao VAR, como ontem, a decisão foi bem tomada. Lá está, como sempre tenho dito, o VAR ajuda a credibilizar o futebol mas não vai, nunca, transformar um mau árbitro em algo que seja, pelo menos, digno da principal Liga Portuguesa.
Felizmente, a primeira parte do Sporting foi de altíssimo nível. Destaque para Bruno Fernandes que fez duas assistências incríveis. Primeiro para Bas Dost empatar a partida, e vão 59 golos em 57 jogos na Liga Portuguesa e depois para Gelson que consumou a reviravolta. Tudo em menos de 5 minutos. E acabaria por marcar o golo da vitória. Em noite de Brunos, felizmente, o futebol ganhou e o melhor foi o Fernandes!
Depois seguiu-se o terceiro e por Acuña. Este lance teve o condão de mostrar que, por vezes, os comentadores televisivos têm dificuldades em manter a imparcialidade que se adequa a essa posição. Insistiu, durante os 45 minutos do segundo tempo, que o golo do Sporting deveria ter sido anulado pelo VAR, porque, inicialmente, o lance parte de um domínio de bola com a mão.
É pena que não conheça o que disse o IFAB aos árbitros portugueses onde esclareceu que a fase de ataque consiste numa jogada que vá rapidamente na direção da baliza adversária e nessa altura é que o VAR entra em acção, coisa que não aconteceu nesse lance.
O Sporting chegou ao intervalo a vencer por 3-1 e tudo indicava que a segunda parte poderia ser calma, a pensar na preparação para quarta feira e a recepção ao Porto para a Taça de Portugal.
Puro engano! Se na primeira parte bastaram 5 minutos ao Sporting para passar para a frente do marcador, na segunda, os mesmos 5 minutos foram suficientes para o Belenenses empatar.
O que levou ao desespero os milhares de Sportinguistas. Não só teríamos de vencer porque o Sporting joga sempre para conquistar os 3 pontos e estes estavam praticamente conseguidos com a primeira parte, como era importante aproveitar o desaire do Benfica em casa e alimentar a possibilidade de conseguir, pelo menos, o segundo lugar na Liga que nos dá acesso à pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Não embarco na teoria das substituições e das posições que foram mexidas e na culpabilização de Jorge Jesus. Os que estavam em campo e os que entraram tinham mais que obrigação que manter de forma ponderada a vantagem e vencer com tranquilidade o jogo. Não quero tirar o mérito ao Belenenses nos dois golos conseguidos, mas há um claro demérito dos nossos jogadores.
Seria Yebda a protagonizar novo momento na partida. Se na primeira parte marcou o primeiro golo do jogo num pénalti muito duvidoso, a 15 minutos do final agrediu Bas Dost com o cotovelo dentro de área e acabou expulso. Bruno Fernandes converteu o pénalti que garantiu os 3 pontos.
Ainda assim, os últimos 10 minutos de jogo são surreais porque o Sporting, em vantagem numérica, não conseguiu controlar o jogo, e cedeu o domínio ao Belenenses que ainda atirou uma bola à barra desviada por Patrício.
Valeram os 3 pontos e o regresso à luta por uma posição, a segunda no campeonato, que volta a ser possível dependendo apenas de nós!
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