Tondela 2-1 Sporting :: pobre futebol!

foto: Luís (via FB)

Os adeptos de futebol não percebem ou não querem perceber a força que têm em relação aos clubes ou organizações responsáveis pelo futebol em Portugal. Os horários dos jogos continuam a ser ridículos, os preços dos bilhetes um absurdo e em 2019 há adeptos com bilhete válido que entram no estádio com o jogo a decorrer há largos minutos. 

Tudo isto é inaceitável, reprovável e está nas mãos dos adeptos, não havendo mais ninguém que ajude, a possibilidade de alterar-se. O futebol, quem manda, em Portugal só se preocupa com audiências televisivas, pela importância óbvia que tem. Em 2018 nos 20 programas mais vistos na TV Portuguesa, 19 foram jogos de futebol. Mas há uma certeza que pouco é utilizada, os estádios sem adeptos. É, provavelmente, a única arma que os adeptos têm, mas raramente ou quase nunca utilizam.

Não fui a Tondela intencionalmente porque estou farto de ser "roubado". Os preços dos bilhetes são um absurdo, a falta de respeito pelos adeptos é gritante. Não mudo nada sozinho, mas fico com a minha consciência tranquila. Quem me conhece sabe o quanto me custa ficar em casa em jogos no Norte e Centro do país, que só costumo falhar por razões familiares muito fortes ou doença. 

Ontem, em Tondela, mais uma quantidade assinalável de adeptos que entraram com o jogo já a decorrer, perto de 30 minutos. Ninguém faz nada, nem mesmo o nosso clube. Isto é válido para todos. O adepto de futebol em Portugal, o que quer ir ao estádio regularmente, não é o que vai aquela vez no estádio da terra, é muito mal tratado e deve ser caso único no mundo desportivo!

A somar a tudo isto o Sporting fez uma exibição paupérrima e perdemos um daqueles jogos que confirmam que, dificilmente, alguma vez contámos para a luta pelo título. Pelo que se passou na pré-época, pela fraca construção da equipa com lacunas evidentes, porque começámos o campeonato sem um treinador, porque Keizer não é um milagreiro e também falha como os outros. E ontem as culpas recaem, essencialmente, sobre ele.

Não se pode admitir que uma equipa, superior, e não é só no plano teórico, esteja 40 minutos a jogar contra 10 e não consiga no mínimo empatar e exercer supremacia sobre o seu adversário como naturalmente deveria ter acontecido.

Não interessa procurar culpados de forma individual, é evidente que o jogo de ontem correu mal a toda a gente. Na realidade, houve alturas em que até podíamos ter sofrido mais golos, como também poderíamos até ter feito mais golos. A bipolaridade do futebol do Sporting em Tondela desespera qualquer um.

Terminar a partida com Mathieu, Coates, André Pinto no ataque é sintomático do desespero em que nos encontramos. O Sporting não só criava poucas situações reais de perigo, como jogava muito longe da área do Tondela e quando por lá andava perto, Cláudio Ramos fazia questão de mostrar que estava atento.

O Sporting em Janeiro vai resolver a sua vida em relação a época 18/19. O Campeonato é, praticamente uma miragem. As responsabilidades chegam em Maio. Todos adorámos as modalidades, mas o futebol é o motor do clube. Ganhámos apenas 4x nos últimos 40 anos, o que dá 1 vitória por cada década, mas todos sabemos que são os resultados no futebol que mantêm os Presidentes vivos.

Nenhum foge à avaliação de uma modalidade que, cada vez ganha menos. Uma realidade que cada vez mais é a nossa e que não há forma de combatermos com uma filosofia diferente daquela que não tem sido vencedora. Vale a pena reflectir sobre isso!

Comentários

andrzej disse…
É evidente que são os resultados do futebol que determinam os destinos do nosso clube, apesar de nos últimos anos se ter feito de tudo para passar uma mensagem diferente.

De resto, tendo em conta que demos cinco anos a um presidente que nunca foi campeão, registo o regresso de um sentido crítico que andou desaparecido e que agora tem levado muitos adeptos a antecipar avaliações de mandatos de um presidente que cá anda há... cinco meses. E que pouco participou na construção deste plantel.

Todos os dirigentes podem e devem ser avaliados com base no seu trabalho, mas convém não mudar a bitola em função das nossas simpatias.

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