Viva o Quintana. Viva a Maria José Valério!




Adoro futebol e uma boa parte da minha infância e juventude foi passada a jogar à bola. Ora em campos pelados, ora mais tarde em pavilhões onde pratiquei futsal. Mas o desporto sempre esteve presente na minha vida. Principalmente enquanto espectador. Vejo tudo de forma quase sempre apaixonada, mas reparo que é cada vez mais complicado ter heróis do desporto como tinha antigamente. Por isso, quando percebemos que há pessoas que desaparecem das nossas vidas, que por alguma razão, estão ligadas ao desporto e às irracionalidades que nos fazem vibrar com os seus feitos, sejam quais forem, ficamos tristes. Muito tristes!


Na semana passada perdemos Quintana. Não sou Portista, como é fácil constatar, mas a perda de um jovem, profissional, de um clube rival (e também da Selecção Nacional) que tanto significou para o desporto é absolutamente trágico. 


Quintana, no Porto, representou tudo aquilo que eu desejo num adversário rival de alto nível. Qualidade incrível na baliza, defesas que valem títulos, um adversário que queríamos sempre enervar, vencer porque sabíamos que ele estava ali para não deixar que os nossos sonhos se concretizassem. Foi isso e, obviamente, o facto de ser guarda-redes  da Selecção Nacional, e que guarda redes, que levou a que todos, independentemente do seu clube, o respeitassem. Todos queríamos vencê-lo, e irritá-lo, e no Sporting, no João Rocha (ou noutros pavilhões) faziamo-lo muitas vezes. Umas vezes corriam bem para nós, outras, o Quintana sorria e percebia-se “Já vos lixei!”.


Foi homenageado pela derrota mais dura da vida como um verdadeiro campeão!


Ontem morreu Maria José Valério. Morreu um pouco de cada um dos Sportinguistas. Uma figura incontornável do universo verde e branco mas respeitada por todas as cores. Não haverá nunca mais alguém que seja capaz de entoar um “Viva ao Sporting” de forma tão apaixonada e vibrante como a nossa querida Maria José Valério.


Quis o destino que morresse num ano em que o Sporting poderá voltar a conquistar um título de campeão nacional no futebol. Que seja esse destino a homenagem perfeita para uma Leoa como ela. 


Ontem o Sporting passou a “Marcha do Sporting” às 19h06 no seu estádio. Os altifalantes ecoaram bem alto o “O Sporting nasceu um dia”. Um dia foi também algures no passado quando o meu avô me introduziu a esta Marcha. Devo-lhe o Sportinguismo e agradeço todos os dias por estar vivo, por me ter feito Leão e porque “Nós aprendemos a amá-lo E a trazê-lo no coração”.


Rapaziada quer se possa

Ou se não possa

A vitória será nossa

Viva ao Sporting

Viva o Quintana

Viva a Maria José Valério!



(este é o meu quinto texto para o ZeroZero e pode ser lido aqui:
https://www.zerozero.pt/opinion.php?id=1497)

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