Só derrubando o regime

Falta de Liderança

Na organização do Sporting. Desde o topo da pirâmide. Faço um aviso prévio, fui a favor da eleição de Bettencourt mas admito que errei. Acreditava nas suas capacidades, na proximidade que tinha com os adeptos, mas um erro de casting que nos está a sair caro. Irrita-me que Costinha, por quem ainda cheguei a pedir calma se tenha transformado num prepotente líder leonino a mando dos interesses de Jorge Mendes. Estou farto de gente que se aproveita do clube, que está a destruir a identidade única do Sporting, se ache acima dos demais na luta por um clube que já foi Grande e que há muito caminha na sombra de feitos conquistados brilhantemente em outros tempos. Democraticamente há que esperar por novas eleições, mas podemos continuar a criticar por amarmos demais este clube, ou então quem sabe, acreditar que eles têm vergonha e saem pela seu pé.

A equipa e o dinheiro

Quando começou a época e até lembrando o dinheiro gasto na reabertura do mercado em Janeiro de 2010, acreditou-se que o investimento este ano poderia ser outro, quer em qualidade e valores envolvidos. Havia tempo para construir uma equipa que fizesse, pelo menos, melhor que a de Carvalhal. Lembro-me de discutir com amigos Leões e rivais qualquer coisa como "fazer melhor que o Carvalhal também não é difícil", pois bem, meses depois e com uma equipa completa (segundos os padrões que foram estabelecidos pela direcção), ontem conseguimos fazer bem pior que nos tempos de Carvalhal. Aliás, estarei curioso para ver o que diz o ex-treinador no programa habitual na RTP.

Houve tempo e até algum dinheiro para fazer uma equipa estável. À medida do que o treinador certamente pediu. Paulo Sérgio que até não costuma arranjar grandes desculpas, elogiar quando é verdade, nunca se queixou a não ser do Pinheiro. Mas, vendo o jogo de ontem, por exemplo, não nos serviria de nada um homem com 3 metros de altura se as bolas nem lá chegavam.

E foram as promessas de Costinha e Bettencourt, dos reforços que chegaram a por a blogosfera em histeria no último dia de mercado. Para redundar num enorme falhanço que já vem da época passada. Começamos a época sem um avançado capaz de ser substituto de Liedson, que como todos sabemos iniciou a curva descendente na história do Sporting. Devemos muito a Liedson, os 4 símbolos do Sporting, esforço, dedicação, devoção e glória, foram sempre bem caracterizados pelo "Levezinho", mas este dia estava marcado na agenda, com um "X" bem grande. Ainda assim, não fomos capazes de preparar uma saída com dignidade.

Contratamos jogadores que supostamente eram os melhores nas suas posições, do agrado de todos, para desaparecerem em qualidade exibicional. Evaldo, João Pereira e Maniche (embora este último, tenha vindo pela experiência e que eu nuca fui de acordo).

Da equipa deixem-me referir ainda um pormenor que por vezes faz a diferença. Antes de qualquer jogo, como por exemplo o de ontem, nós temos de escrever/falar sobre a equipa possível com os jogadores que estão disponíveis, e não sobre hipotéticas possibilidades. Se compararmos a equipa que eu colocaria em campo com a que Paulo Sérgio colocou, há 2 diferenças apenas. Parece pouco. Yannick não estaria na equipa, não jogávamos com 10, e o esquema apresentado seria um 4x2x3x1. E seria sempre esse a táctica trabalhada durante a semana (diria desde o início da época), obviamente tendo sempre um plano B. Parece pouca a diferença, mas poderia ser significativa, não sei se para vencer, porque depois há a qualidade dos jogadores envolvidos, mas não apresentava como ontem aconteceu confusões tácticas de cabeça perdida.

E como ainda é de equipa que falamos, falta-nos um "10", e dinheiro para colmatar as lacunas que já vêem da época passada. Notou-se na dificuldade que tivemos para abordar o mercado. E faltam extremos e em cima já falei da falta de avançados. E, 5 jornadas volvidas nesta época, a equipa é fraca. Pelo que demonstrou ontem e pela ineficácia desenvolvida ao longo deste últimos meses. Não espero grandes resultados esta época.

Falta treinador. E escrever mais era repetir o que todos sabemos, o que muitos pensam. Para isto, mais valia continuar com Carvalhal. O que nos levaria à última época, e que para isso o lugar desse teria sido melhor gerido internamente (aqui fui ingénuo a certa altura da época). E no final da última época contratávamos alguém com pergaminhos suficientes para treinar o Sporting. Parece uma espiral, e é! E não saímos dela!

Dizia-me um amigo por sms no final do jogo "resta esperar que os outros falhem e não perder já a paciência". Eu prefiro perder já a paciência, de uma só vez, porque os outros não vão falhar. Nós é que andamos a falhar há muito!