Até sempre Artur Agostinho!

Estive fora de Portugal durante o dia e sem acesso à net e quando ontem terminou o debate não tive vontade de escrever sobre o mesmo Vi, com atenção, mas logo se percebeu que a "peixeirada" estava montada. A RTP não soube fazer um debate que em vez de ser parte da solução que os Sportinguistas esperam ouvir dos candidatos, apenas serviu para lavar roupa suja e pouco mais. Faltou disciplina e também desejo dos candidatos em contribuir para o debate ordeiro!

Ainda assim, é sabida a minha intenção de voto, e o que ontem pude presenciar pouco ou nada modificou a minha vontade. Não deixo no entanto de realçar que Abrantes Mendes, que tem sido um crítico dos mais antigos do actual estado do Sporting, apesar de não ter a garra de Leão para este tipo de "luta", é um romântico que faz falta ao Sporting. Pelo menos, neste momento da vida do clube. Godinho e Baltazar dão voz às soluções financeiras e da banca, Bruno de Carvalho e Dias Ferreira continuam a ser os mais inconformados. E fico-me por aqui!

Mas de madrugada, quando estava no aeroporto pude ver algumas das notícias principais que iriam marcar o dia desportivo de hoje em Portugal. A lamentável cena que se repetiu a norte deixa-me desgostoso. Vivo há 35 anos em Gaia, nasci no Porto e adoro a cidade onde cresci e fiz muitos amigos. Desportivamente todos sabem que o meu clube é o Sporting, e a razão de o ser está relacionado com o meu avô. Onde vivo sabemos acolher quem nos visita. Aliás, sempre foi essa a característica que mais me diferenciou dos amigos a sul. No Norte adoramos receber, tratar bem quem nos visita, mostrar com orgulho a nossa cidade, falar da gastronomia e de outros condimentos que extravasam para além do futebol. A arte de bem tratar quem nos visita.

O que aconteceu é de lamentar, e idêntica situação se passasse a sul com uma equipa do norte, eu estaria hoje aqui a escrever com tristeza estes episódios que em nada ajudam a credibilizar o futebol!

Artur Agostinho morreu. Um enorme Sportinguista que nunca escondeu o seu clube, e que tão imparcial conseguiu ser ao longo da sua vida. Não criou ódios em nenhum dos adeptos rivais (e aqui falo só do Benfica), nem em qualquer outro que o seu clube não fosse o Sporting. A rádio em Portugal, principalmente a desportiva, cresceu com a voz inigualável deste senhor, que do Leão da Estrela ao Cantinho do Morais, espalhou magia de uma forma que contrasta com o episódio que em cima falo. 

Artur Agostinho merece que me curve perante enorme sentido de Sportinguismo que soube sempre assinalar, principalmente nos últimos tempos em crónicas que nunca teve medo de colocar o dedo na ferida.

Pela sua conduta, pelo seu empenho de Grande Leão, este merece ser recordado pela audácia de ser diferente, pelo desejo que todos nós Sportinguistas esperamos que em breve seja recuperado. Até pela memória de Artur Agostinho, esperemos que os candidatos que hoje souberam prestar a homenagem pensem nisso no próximo dia 27 quando o momento for de união. Chegou a hora do Sporting voltar aos tempos que o Artur Agostinho de forma tão eloquente soube relatar e nos encher o coração de orgulho!