Breve apontamento sobre os últimos dias
Uma das grandes questões que coloco a mim, pessoalmente, porque razão ainda não pedi a demissão de Bruno de Carvalho? Não consigo, com sinceridade, ter uma resposta. Aliás, tenho falado com algumas pessoas que sustentam a mesma opinião que eu.
Já pensei, e assumi no podcast do Sporting160, que a seguir aos violentos ataques na Academia, Bruno Carvalho deveria ter pedido a demissão. Não porque achasse que era o culpado directo, mas como responsável máximo do clube, com ligação directa ao futebol do Sporting, teria de assumir essa responsabilidade. Se depois se iria novamente a eleições isso seria um problema dele, os sócios saberiam responder no local e no momento certo. Haverá sempre uma relação moral entre o que aconteceu na Academia e o Presidente do Sporting. Em nada, também já o reforcei, mancha o bom trabalho efectuado nestes últimos 5 anos.
Aliás, se há uns meses atrás duas das mais recentes alterações tivessem sido introduzidas por Bruno de Carvalho, como muitos de nós pediram, talvez, talvez, não tivéssemos chegado a este ponto.
Um responsável pela comunicação do Presidente, como acontece agora com Fernando Correia, teria sido muito sensato ali por volta de Janeiro. Colocar alguma razoabilidade e acima de tudo evitar o desgaste da imagem e do mensageiro tinha sido vantajoso para o clube. Tal como colocar alguém realmente forte na Direcção do Futebol. Que fizesse a ponte entre a Direcção e Treinador/Jogadores. Alguém forte, de personalidade, de capacidade técnica e que não se envolvesse tão facilmente do ponto de vista emocional. Eu não tenho nada contra o Presidente Adepto, mas como já disse aqui neste blogue, já me custa é ver o Adepto Presidente.
Depois seguiram-se dias tristes que arrastaram o Sporting para um ponto que nunca pensei que seria possível chegar. Entre verdades e mentiras, estes últimos acontecimentos lançaram o Sporting num mar de contradições que por vezes é quase impossível saber quem está realmente preocupado com o Sporting Clube de Portugal e o respeito que a instituição centenária merece.
Ontem à noite, o espectáculo protagonizado por Bruno de Carvalho e Marta Soares não foi nada agradável.
O dia também ficou marcado pela decisão de Frederico Varandas, médico do Sporting, demitir-se.
Tem todo o direito a isso e não pode ser acusado de abandonar o barco. O episódio da semana passada é grave ao ponto de diferentes pessoas terem equacionado a sua continuidade no Sporting. Reparem que com Frederico Varandas colocaram tudo em causa e mais as possíveis ligações do irmão e por aí fora. A Rita Matos também se demitiu, e o texto também não era agradável, e o ataque já não aconteceu.
Frederico Varandas demitiu-se e foi rápido a apresentar um possível candidatura. É um direito que assiste aos sócios em condições para se candidatarem à Presidência do Sporting. A democracia ainda é a melhor forma política para este tipo de situações.
Posso discordar do que disse Frederico Varandas em relação aos jogadores, porque ninguém pode prometer o que ele prometeu, não há certezas em relação ao assunto das rescisões, isso foi demagogia e será sempre algo a evitar. Mas de resto, não sejamos aquilo que não queríamos quando Bruno de Carvalho há alguns se lançou no Sporting.
O Sporting há 5 anos também necessitou de alguma engenharia retirar Godinho Lopes da Presidência, tudo dentro da legalidade. A situação era, do ponto de vista desportivo e financeiro, bem pior, a todos os níveis.
Não estou a dizer com isto que se deva retirar Bruno de Carvalho, mas os meios legais estão à disposição de todos, no passado, como agora.
Peço apenas que respeitem os superiores interesses do Sporting e os sócios cá estarão para responder às situações a que forem chamados!
Por fim, não, não sou candidato à Presidência do Sporting Clube de Portugal!
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