Santa Clara 1-2 Sporting :: suspiro de alívio!

foto: Vítor Chi

O Sporting foi aos Açores vencer o Santa Clara por 2-1, num jogo muito complicado contra uma equipa que sabe jogar futebol, com qualidade, mostrando porque se encontra bem classificada na Liga Portuguesa.

Tiago Fernandes pegou na equipa, de forma interina, poucos dias depois do despedimento de José Peseiro, anunciado, na minha opinião, no dia em que foi contratado. Era uma questão de tempo até Peseiro sair do Sporting. Não foi por falta de aviso e houve muita falta de coragem para tomar a melhor decisão para o nosso clube. Um problema que atravessa direcções atrás de direcções. Adiante, não vale a pena perder mais tempo a falar do passado!

Em São Miguel, onde o jogo estava a ser preparado com pompa e circunstância, a importância da vitória não era apenas porque o Sporting joga sempre para ganhar, havia também a derrota do Benfica, e, psicologicamente, não ficar atrás deste Santa Clara e mais longe do primeiro lugar.

Tiago Fernandes fez quatro alterações em relação ao que tínhamos visto nos últimos jogos de Peseiro. Passou para 4-4-2, tirou Gudelj, deu uma oportunidade a Lumor e Bas Dost entrou a titular apoiado por Diaby (Montero no banco).

Começo por Lumor. Semanas e semanas com experiências entre Jefferson e Acuña (que a certa altura era a melhor opção para esse lado), nunca foi dada uma oportunidade consistente a Lumor. Ontem, houve momentos em que o Sporting era Lumor e mais 10 (vá, mais 9 que Acuña jogou sempre bem). Não vou bater mais no "ceguinho", mas mantém-se certo que o Sporting em Janeiro tem de olhar para as laterais e resolver as lacunas graves que tem porque Bruno Gaspar (também) é muito curto!

O 4-4-2 que Tiago Fernandes preparou foi um regressar ao passado e o nosso futebol na primeira parte também. Pouco ou nada jogámos apesar do vento a favor. Reparem este pormenor, demorámos a perceber que o vento nos podia ajudar e foram poucas as oportunidades que tirámos vantagem dessa circunstância, mas o Santa Clara aos 3 minutos da segunda parte, a jogar a favor do vento, mostrou que estava atento. São pormenores, mas que muitas vezes fazem a diferença.

Como tudo é complicado no Sporting, sofremos o golo num misto de aselhice defensiva e o vento contra a colocar a bola mesmo à frente Zé Manuel que fuzilou Renan. Fico com dúvidas se Renan não deveria ter saído ao lance.

A segunda parte começa com uma nova substituição, saída de Diaby para a entrada de Jovane Cabral. A primeira substituição tinha acontecido por lesão, aparentemente grave, de Battaglia. 

Tiago Fernandes não esperou para mexer. Se algo está a correr mal nada como ir ao banco procurar soluções. Parece simples e lógico, mas Peseiro, por exemplo, tinha muitos problemas em entender este processo e às vezes complicava.

O Sporting tinha alterar a forma de jogar na segunda parte, Tiago mexeu para isso, a posse de bola aumentou 10% na segunda parte (jogar contra 10 também ajudou) e fizemos mais remates, passamos de 7 para 11.

Acabou por ser com naturalidade o empate que o Sporting conseguiu aos 60'. Bas Dost regressou aos golos através da marcação de um pénalti. Num momento de alguma confusão, o Holandês repetiu a marcação da penalidade, com sucesso das duas vezes, e Patrick, do Santa Clara, foi expulso por palavras.

O nosso trabalho ficou facilitado e com Jovane mais uma vez endiabrado e Acuña a ser o homem do jogo, chegamos aos 2-1 a 15 minutos do final do jogo. Estava conseguido o mais difícil, a reviravolta.

Tiago Fernandes foi fiel ao seu princípio de jogo e ao que disse na antevisão. Não defendeu a vantagem magra, apesar da equipa nos descontos ter vacilado um pouco, e ainda lançou em campo o jovem Miguel Luís, que ele conhece bem, para o preparar para uma entrada na equipa principal que deverá acontecer com naturalidade.

Três ponto fundamentais para continuarmos a perseguição a Porto e Braga que na próxima jornada se encontram num duelo entre líderes!