Porque não concordo com a expulsão de Bruno de Carvalho!
Está a chegar a Assembleia Geral de 6 de Julho, talvez uma das mais importantes da história do clube, onde a expulsão de Bruno de Carvalho (e de Alexandre Godinho) se pode tornar efectiva.
Para esta minha pequena reflexão sobre a expulsão de sócio do antigo Presidente do Sporting tenho de recuar a Novembro de 2017 quando Paulo Pereira Cristóvão foi expulso do clube. Nessa altura, num texto que podem ler aqui, dizia algo muito importante "e os que possam pensar que abre-se com isto uma "caixa de pandora", simplesmente só podemos responder: não há lugar para gente que não mantém impecável comportamento moral de forma a não prejudicar os legítimos interesses do Sporting – designadamente, defendendo e zelando pelo património do Clube, ainda por cima, quando fazia parte dos órgão sociais.
Nos últimos meses, especialmente no ano passado onde um Sportinguista leu e estudou mais regulamentos e princípios de direito que qualquer outro adepto de futebol em Portugal durante toda a sua vida, equacionei tudo que até então pensava. É fácil de explicar. Quando os expulsos são pessoas com quem concordámos que fizeram mal ao clube tudo é mais fácil.
É aqui que entra a minha análise sobre o comportamento de Bruno de Carvalho nos últimos meses à frente do Sporting e porque, apesar de tudo, não concordo com a sua expulsão!
Não sei se todos os Sportinguistas leram todos os anexos relativos a este processo. Ainda estão online e fáceis de consultar aqui. Olhando para tudo o que está por lá, mais o que assistimos durante esse período e adicionado o que se passou depois com a Comissão de Gestão e o processo eleitoral, é óbvio que estamos perante uma luta de poder em que, diga-se em bom português, Bruno de Carvalho perdeu e Jaime Marta Soares, que iniciou esse processo, venceu.
Aliás, tem sido muito comum acusar Bruno de Carvalho por lesar os estatutos, algo que na verdade até o próprio Marta Soares fez, se formos muito rigorosos, e mais, há de um lado e do outro disputa, argumentos que, provavelmente, nunca iremos saber quem teria razão porque para isso era necessário levar para tribunal, mais uma vez. Na verdade, a própria Comissão de Gestão, que está definida nos Estatutos do Sporting, pode ser colocada em causa, mesmo que os estatutos digam que tem "competências de Conselho Directivo", porque na verdade, trata-se de um órgão que não foi eleito pelos sócios, com competências atribuídas por um outro orgão que se iria tornar demissionário. Há quem defenda que o poder de competências disciplinar não é delegável. Logo, o que faria sentido é que, no mínimo, alguém independente levasse a cabo esta questão que começou com célebres senhores como João Duque ou Henrique Monteiro que tinham ódio a Bruno de Carvalho, logo, estavam com a sua posição já de si completamente definida. Portanto, para nós, simples adeptos do Sporting, há muita coisa que nos passou completamente ao lado.
Portanto, e não quero entrar em caminhos legais que não domino, vejo que há muitas questões legais que poderiam ser levantadas e esgrimidas por ambos os lados, tornando-se complicado perceber se a razão está na totalidade de um só lado.
Agora, não há dúvidas que Bruno de Carvalho passou das marcas em algumas das suas competências, e que há instâncias criadas muito duvidosas. No entanto, e para já, não houve gestão danosa comprovada, eu acho que esperariam encontrar isso depois da sua saída da Presidência mas não foi conseguido, não há, para já, nada que o ligue directamente a Alcochete. Estes dois últimos casos, sim, suficientes se já tivessem sido provados, para expulsão imediata. Sem dúvidas!
Eu sempre fui da opinião que Bruno de Carvalho devia ter-se demitido no dia seguinte ao ataque a Alcochete. Não vou agora voltar a explicar porque, há muito neste blogue para ler sobre o que disse na altura. Os últimos 6 meses de Bruno de Carvalho na Presidência do clube são terríveis, sem rumo, sem capacidade para organizar a casa, e, mesmo que haja razão num ou outro ponto da exigência que tanto se falava, principalmente com jogadores de futebol, que foi por aí que se partiu tudo, é impossível ser Presidente e estar contra toda a equipa de futebol. Sim, o Sporting é muito mais que futebol, mas o futebol movimenta mais paixão que qualquer outro assunto. A clivagem criada só poderia partir pelo seu lado e teria de ter sido ele a perceber isso e a demitir-se e, se entendesse, voltar a candidatar-se!
Por isso, no dia da destituição, na minha opinião, Bruno de Carvalho foi colocado fora do clube porque já não tinha capacidade para resolver os diferentes assuntos que ele próprio criou. Há relatos de muitas pessoas que trabalharam directamente com ele e que já não aguentavam mais o seu estilo de direcção nesse período. A juntar a tudo isso, posts de Madrid, a falta de títulos do futebol profissional, o desgaste da equipa nos últimos 2 anos com trabalho muito fraco de Jorge Jesus e até a ligação entre Presidente e Treinador já não era a mesma. Os sócios votaram mais por todos estes assuntos, daí que tenha tido tanta afluência essa célebre AG, que por outras razões estatutárias, que, até poderiam levar à sua expulsão, mas, sem gente independente nunca saberemos. Porque os que estiveram na base deste processo eram parte da outra face do poder que queria voltar ao lugar de onde tinham saído com Godinho Lopes.
Frederico Varandas deveria ter percebido isso quando se tornou Presidente do Sporting. Unir, o grande mote da sua campanha, não pode negligenciar tudo o que disse para trás, e ao fazê-lo, como fez, só agudizou a guerra civil permanente que existe no Sporting. Na minha opinião, ou teria iniciado um processo de forma independente, para não ser acusado de estar envolvido em algo, claro que há sempre a desculpa que foi a Comissão de Gestão que começou isto, ou, simplesmente, deixava cair as expulsões, dado que as suspensões já tinham evitado o que a guerra de poder, que falei no início sempre quis, tirar Bruno de Carvalho da Presidência e impedi-lo de candidatar-se nas eleições.
Os sócios têm a palavra no próximo dia 6 de Julho e são soberanos!
A democracia não funciona apenas quando nos dá jeito. Por isso, e numa altura muito importante do clube, os sócios do Sporting Clube de Portugal têm uma oportunidade de olhar para a frente, e porque há muito para fazer, e deixar que o passado seja lembrado por metas incríveis que foram conseguidas por aquele que foi Presidente do Sporting. Não vale a pena voltar a repetir, mas desde o Pavilhão, a equilíbrio financeiro, a equipas competitivas, vendas recorde, aumento de património, modalidades tratadas como devem ser, há muito para avaliar positivamente principalmente no primeiro mandato.
A democracia não funciona apenas quando nos dá jeito. Por isso, e numa altura muito importante do clube, os sócios do Sporting Clube de Portugal têm uma oportunidade de olhar para a frente, e porque há muito para fazer, e deixar que o passado seja lembrado por metas incríveis que foram conseguidas por aquele que foi Presidente do Sporting. Não vale a pena voltar a repetir, mas desde o Pavilhão, a equilíbrio financeiro, a equipas competitivas, vendas recorde, aumento de património, modalidades tratadas como devem ser, há muito para avaliar positivamente principalmente no primeiro mandato.
Por tudo que digo nesta breve reflexão não concordo com a expulsão de Bruno de Carvalho!
Comentários
Vão criar um mártir!
Independentemente das condições mentais e psíquicas de BdC, para além da gestão danosa e incapaz que praticou ao longo dos anos e que fez o clube/sad entrar em default, praticou atos que objetivamente e estatutariamente conduzem à expulsão.
No ADN do nosso clube existe um gene de desunião. Infelizmente!
Mas este texto é o de uma traição aos valores do nosso clube. O deposto não tem mais lugar no Sporting. Funde um clube só dele, leve todos os brunistas e....sejam felizes
As ações de Bruno de Carvalho no mês que se seguiu ao ataque à academia de Alcochete valeram-lhe uma suspensão de 1 ano, que depois foi votada em AG realizada em dezembro do ano passado. Uma vez mais, por 68% dos votos os sócios decidiram manter a suspensão de 1 ano a Bruno de Carvalho. E é apenas a isto (que já foi votado!) que dizem respeitos os documentos de que fez link no seu texto e grande parte dos seus argumentos.
Aquilo que suscitou a proposta de expulsão de sócio pelo atual Conselho Fiscal e Disciplinar foram as ações de Bruno de Carvalho desde que lhe foi imposta a suspensão preventiva (julgo que a 13 ou 14 de junho de 2018) até ao dia de Agosto em que resolveu dizer que o Presidente ainda era ele e em que tentou ter acesso às contas bancárias do Sporting Clube de Portugal.
Por isso, aquilo que tem de se discutir (se se quiser, eu estou esclarecido) para decidir o voto na AG de 6 de julho é objetivamente e apenas:
i) a tentativa de bloqueio de contas e de usurpação de funções;
ii) a ação de obstaculizar a Assembleia Geral de 23 de junho e a violação do suspensão preventiva;
iii) as publicações nas redes sociais que perturbaram o funcionamento da Assembleia Geral de 23 de junho e ofenderam de forma gravemente ofensiva outros sócios e membros legítimos dos órgãos sociais,
O resto, a "expulsão é dividir" (onde estavam estes aquando da expulsão de Godinho Lopes?), o enumerar dos feitos de Bruno de Carvalho enquanto presidente, ou voltar a questionar as ações de Jaime Marta Soares ou das comissões de Gestão e de Fiscalização é conversa da treta para enganar incautos e ingénuos.
Bruno de Carvalho dixit: "Não quero fazer parte de um conjunto de cretinos que não valem o ar que respiram."
No dia 6 de julho, será feita finalmente e definitivamente a sua vontade!
https://mediaserver2.rr.pt/NEWRR/Carta_e_envio_da_2__Nota_de_Culpa___23AGO189728cce9.pdf
https://scpconteudos.pt/sites/default/files/sumula_cfd_processo_7_2018.pdf
Que eu me lembre, e frequentemente confronto alguns consócios que na altura assim reclamavam, as razões para os sócios terem votado como votaram, foram:
- BC foi o mandante dos acontecimentos na Academia (quem não se lembra das centenas de horas de CMTV e TVI24 com aquelas peças de teatro sem contraditório);
- Cashball, e que até então o SCP teria a superioridade moral, que devido a isso deixaria de ter;
...a montanha pariu um rato. Nada se provou, e caso fosse verdade como seria fácil ter provas.
Agora afinal foram questões estatutárias?!?
...até podem ter alguma razão de ser, mas não foram essas as razões. As pessoas foram enganadas.
E muito mais difícil que enganar alguém é desengar. Por isso agora agarram-se a questões estatutárias.
Pena é que a exigência não seja a mesma para com o atual CD. Ou iremos ter a leitura da acta na próxima AG? Ou sempre vai haver gala? Também nos estatutos. E por aqui me fico quanto a estatutos, pois não foi nada disso.
Quem agora quer invocar estatutos, ou andou a dormir, ou tem necessidade de se justificar pois o que foi invocado ao sócio comum, não foi isso. Eu pelo menos não me lembro da CMTV, cofinas ou TVIs andarem a falar dos estatutos... Ou andaram?
Com Bruno estaríamos na falência. Falhou em toda a linha por causa do seu ego e da estupidez natural que é comum a qualquer ditador. Rua com ele. O Sporting é nosso.
Bruno de Carvalho foi de longe o melhor presidente que tivemos desde que me consigo lembrar, deixou um pavilhão, boas equipas em todas às modalidades e um ir excelentes perspectivas económicas e financeiras, mas a maioria manda e não o quer como presidente... muito bem é a democracia temos que aceitar podemos opiniões diferentes e devemos aceitar... mas aceitar todas as opiniões!
A minha opinião é que deve continuar a poder ser sócio do Sporting!
SL
Os Estatutos do Sporting Clube de Portugal contemplam vários níveis de sanções para vários níveis de infracçoes a que todos nós, sócios, estamos sujeitos.
Mais do que a incompentência directiva, é violação grave aos Estatutos o sobrepor-se aos mesmos. Inventar comissões transitórias é infracção prevista no orgão máximo do Clube.
SL
Carla Pinho